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Curitiba ganha 11 pontos de food trucks, mas apenas um caminhão está na rua
De porta aberta para a calçada, o empresário José Altman passou nesta segunda (15) a servir comida em seu caminhão vermelho para os transeuntes na calçada da Avenida Marechal Floriano, no Centro de Curitiba. Seu caminhão, o Altman Gastronomia de Rua, é o primeiro e único food truck autorizado a trabalhar em Curitiba, de acordo com a nova regulamentação da Prefeitura.
Nesta segunda, o órgão municipal anunciou a regulamentação de 11 pontos públicos exclusivos para food trucks funcionarem na cidade. De acordo com a secretaria de Urbanismo, outros empresários do setor estão em processo de regularização, mas o órgão não confirma o número.
Os locais definidos para os food trucks operarem ficam na Avenida Cândido de Abreu, no Centro Cívico (dois); nas ruas Monsenhor Celso e Visconde do Rio Branco (dois) e na Avenida Marechal Floriano Peixoto, no Centro; em três locais do Parque Barigui; na Rua Manoel Eufrásio, no Juvevê; e na Avenida Prefeito Erasto Gaertner, no Bacacheri. Os pontos são sinalizados com uma placa de permissão exclusiva para estacionar.
A atividade dos food trucks foi regulamentada pelo decreto 1124, assinado pelo prefeito Rafael Greca em junho do ano passado. Segundo a prefeitura, os locais foram apontados pelas associações representativas em conjunto com secretarias municipais. As diretrizes do decreto que possibilita que os caminhões trabalhem na rua foram inspiradas no modelo de Nova York.
Rotatividade
Pelas novas regras, os trucks não podem permanecer fixos em um único ponto e devem se revezar diariamente de acordo com o itinerário definido com a prefeitura. São dois períodos de permanência: um de manhã (das 10h às 15h) e outro à tarde (das 17h às 22h). Caso mais de um caminhão queira o mesmo ponto no mesmo horário é feito um sorteio.
O Altman Gastronomia de Rua, por exemplo, opera todo dia em um local diferente: às segundas, na Avenida Marechal Floriano 264; às terças na Visconde do Rio Branco 1466; às quartas, na Cândido de Abreu 344; às quintas, na Rua Monsenhor Celso 399; aos sábados e domingos, na Avenida Cândido Hartman, próximo ao Parque Barigui. O horário é sempre o mesmo, das 11 às 14h30.
“O primeiro dia foi legal. Bastante gente comeu, mas ainda temos que implementar a cultura da comida de rua de qualidade na cabeça do brasileiro, que ainda é voltada mais par o cachorro quente, o pastel”, afirma José Altman. O menu de seu caminhão conta com hambúrgueres com preços que vão de R$ 12 a R$ 20.
Regulamentação não é satisfatória, diz associação
O presidente da Associação Paranaense de Food Trucks (APFT), Antonio Tanaka, afirma que foram apontados cerca de 200 pontos que interessam os proprietários dos caminhões, mas que apenas alguns deles foram aceitos pela prefeitura. Segundo ele, a rotatividade obrigatória entre os pontos dificulta a formação de clientela e inviabiliza o negócio.
“Com isso os caminhões que teriam interesse em trabalhar regulamentado acabam não fazendo isso para não perder tempo e dinheiro. Hoje a grande maioria dos proprietários prefere fazer eventos privados ou trabalhar fora de Curitiba”, diz. Além disso, a associação aponta que decretos da década de 1980 dificultam a atuação dos caminhões e há uma confusão legal sobre o trabalho dos ambulantes, comerciantes e food trucks.
Pontos
Confira os pontos dos food trucks aprovados em Curitiba:
Avenida Cândido de Abreu, nos números 344 e 427, no Centro Cívico
Rua Monsenhor Celso, 339, no Centro
Avenida Marechal Floriano Peixoto, 264, no Centro
Rua Visconde do Rio Branco, nos números 1.466 e 1.591, no Centro
Parque Barigui: ao lado da Rua Dr. Aluízio França; no estacionamento ao lado da BR-277; e no estacionamento ao lado da Avenida Cândido Hartmann;
Rua Manoel Eufrásio, 1.508, no Juvevê
Mulher Massa
Apesar de ser o primeiro da gestão Greca, o Altman Gastronomia de Rua não é o primeiro food truck a operar em local público em Curitiba. Ainda na gestão do ex-prefeito Gustavo Fruet, o caminhão da Mulher Massa havia sido autorizado a trabalhar por um ano na Praça São Paulo da Cruz, no Cabral.
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