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Ministério Público investiga azeite reprovado pela Proteste
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) instaurou um inquérito civil contra a marca de azeite Lisboa, com base na reprovação do produto em um teste de qualidade promovido pela associação de consumidores Proteste em março deste ano.
Na ocasião, a Proteste identificou que o azeite Lisboa tinha a adição de outros óleos de sementes oleaginosas, o que não é permitido por lei. Além disso, a análise sensorial mostrou que se tratava de um azeite lampante, que tem cheiro forte e acidez elevada (extraído de azeitonas deterioradas ou fermentadas) e não deve ser destinado à alimentação.
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Juntamente com outras quatro marcas (Tradição, Torre de Quintela, Pramesa e Figueira da Foz), a análise considerou o azeite Lisboa fraude. O Lisboa é um azeite importado pela Natural Alimentos, de Cajamar (SP).
A empresa afirma, por meio de sua assessoria, que recebeu no início de outubro uma carta do MP-SP solicitando informações sobre o teste da Proteste, mas que jamais foi notificada pela associação sobre a análise. “A Natural Alimentos presa pela excelência na qualidade de todos os seus produtos. A empresa envasa óleo misto e temperos a base de azeite de oliva saborizados estritamente adequados à legislação brasileira e, portanto, com produtos de qualidade e procedência autênticas”, informou a Natural Alimentos, na nota.
Em junho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a distribuição e comercialização de um lote específico do azeite de oliva extravirgem Lisboa por apresentar características sensoriais, perfil de ácidos graxos e matérias estranhas acima das faixas recomendadas por lei para esse tipo de produto.
Na ocasião, a Natural Alimentos informou por meio de nota que não comercializava o azeite de oliva extra virgem, virgem e tipo único Lisboa desde fevereiro. “Em respeito aos trabalhos desenvolvidos por vocês e aos nossos consumidores, e mesmo não comercializando o produto citado há mais de quatro (4) meses, acreditamos ser importante informar que não fomos informados a cerca de avaliações e análises realizadas”, dizia o texto.
Cerco fechado aos azeites
O teste realizado em março deste ano foi o sexto do tipo feito pela Proteste. As análises anteriores ocorreram em 2002, 2007, 2009, 2013 e 2016. Alguns dos produtos, como o Tradição, o Pramesa e o Figueira da Foz, são reincidentes na reprovação.
A Proteste afirma que utiliza os serviços de laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura e pelo Conselho Oleícola Internacional (COI), que seguem rigorosamente metodologias e parâmetros estabelecidos pela lei.
Para não cair em fraudes ou comprar produtos de baixa qualidade, o Bom Gourmet traz algumas dicas para a escolha de um bom azeite de oliva na gôndola do mercado.