Bom Gourmet
Picanha, contrafilé e mignon: saiba o que deve ser tendência no consumo de carne de porco
O brasileiro aumentou o consumo de carne de porco. Segundo pesquisa da Kantar, na comparação do primeiro trimestre deste ano com o mesmo período de 2021, o crescimento foi de quase 5% na carne suína in natura. O estudo mostra também que a participação dessa categoria nas escolhas do consumidor registra alta de 97,83% ante 2021.
Mais: a versão in natura aumentou na mesa do brasileiro, enquanto os processados, como salsichas e linguiças, registraram queda.
"O Brasil é hoje o quinto maior produtor e consumidor de carne de porco no mundo", comemora José Araújo Netto, proprietário da rede Porks - Porco e Chope. O empresário comemora o fato de que a carne suína hoje não é mais vista como algo inferior à bovina. E que já tenha caído também no gosto de chefs e já faça parte da alta gastronomia.
Netto foi um dos palestrantes da Porkexpo Latam 2023, realizada em novembro em Foz do Iguaçu (PR). O evento reúne toda a cadeia produtiva do setor para tratar da suinocultura no país e no mundo e discutir tendências de produção e consumo.
Cortes elaborados
“Há uma preocupação em agregar valor à carne de porco”, sinaliza Netto. “Os grandes açougueiros estão desenvolvendo novos tipos de cortes suínos. Antigamente você comia uma bisteca, ou linguiça, que é feita desde sempre, os miúdos que vã para a feijoada. Hoje você já tem outros cortes: o Tomahawk (contrafilé com uma parte da costela), o corte Prime Rib. É possível fazer uma série de cortes que agregam valor, o açougueiro começa a apresentar o porco para o cliente final de um modo muito legal”.
Com isso, a carne suína já encontra cortes como picanha, lombo, mignon, a costelinha inteira, o contrafilé, a copa lombo, um pedaço da parte de cima da paleta do porco, mais úmida que o pernil, e cortes desenvolvidos para serem feitos na grelha ou na parrilla. “Açougueiros das escolas brasileira e francesa estão desenvolvendo muito os cortes novos para apresentar ao consumidor final”, observa.
Netto lembra que a indústria da carne de porco costuma ser puxada pela da carne bovina: quando há aumento do preço da carne de boi, o valor da carne de porco também aumenta; no entanto, passa a ser mais consumida. O que explica o aumento do consumo da carne suína nos últimos dois anos.
“Toda a cadeia está muito animada”, comemora Netto. Quando abriu a rede Porks, em 2017, o empresário não encontrava em algumas cidades o fornecimento necessário tampouco a cultura tão forte do consumo da carne suína. Hoje, constata a popularização do produto em restaurantes diversos, dos mais populares aos mais sofisticados.
“A carne de porco é benéfica também para o chef de cozinha, no sentido da versatilidade que ela oferece para trabalhar com todo tipo de tempero”, aponta Netto. “Ela combina muito bem com temperos doces, amargos, azedos, agridoces”, informa.
Mais saudável
Outro aspecto trabalhado pela indústria da carne suína é o fato de ela ser mais saudável na comparação com a carne bovina. Ela tem menor teor de gordura, e conta com bom volume de proteínas, vitaminas, complexo B e ferro em sua composição.
Netto acredita que o universo fitness deve abraçar a carne de porco justamente pela questão saudável. Outra tendência serão os cortes para churrasco. Algo que a rede Porks vai incluir no cardápio. “Acho que isso vai vir com força, as pessoas vão começar a consumir cortes de porco do mesmo jeito que já consomem os bovinos. A ideia da indústria é utilizar a mesma nomenclatura para tudo”, registra.
Confira os seis cortes suínos mais saborosos, de acordo com Netto, e que devem aparecer entre os mais consumidos a partir deste ano:
- Costelinha (servida inteira)
- Tomahawk
- Alcatra suína
- Mignon suíno
- Picanha suína
- Copa lombo