Pessoas
Sócios sem experiência e ausentes da cozinha irritam Jacquin em hamburgueria carioca
O oitavo episódio do Pesadelo na Cozinha, que está sendo reprisado pela Band, fez jus ao nome. Na época da gravação, os proprietários Michel e Pedro administravam há seis meses a hamburgueria The Burg One, no Rio de Janeiro, enquanto moravam no Rio Grande do Sul e trabalhavam como engenheiros.

Estoque sujo e mal organizado, qualidade da comida e bancada bamba fizeram Jacquin perder a paciência: “Esse lugar não precisa de dinheiro. É falta de vontade”. Diferentemente dos outros episódios, os três funcionários eram comprometidos e preocupados com o trabalho e se emocionaram com as mudanças feitas pelo programa. Dois meses após o término das gravações, os donos abrem uma unidade em Niterói.

A tentativa de administrar à distância o negócio não estava funcionando e um deles mudou-se para a capital carioca, mas a 80 quilômetros da hamburgueria. O episódio foi ao ar na noite de quinta, 16.
Os problemas
Logo após a primeira visita o chef constatou que a desorganização da cozinha era pior do que pensava: carne de segunda, congelador com carnes sem data de validade, molhos salgados e brownies congelados em um mesmo recipiente. “Ninguém me chamou pra limpar a cozinha, este é o mínimo da profissão. Isso é o básico do básico do negócio. Por que a cozinha é suja, a mercadoria é média? Porque os patrões são péssimos”, disparou Jacquin. No meio do serviço teste que o programa grava antes da intervenção direta de Jacquin, o chef pediu para fechar a casa.

Com demora de 40 minutos para assar os hambúrgueres, feitos com carne de segunda comprada moída, os sanduíches tinham molhos muito salgados e ácidos, salada murcha e pão úmido. Os hambúrgueres eram assados em churrasqueira elétrica com dias de antecedência e antes de servir, aquecidos em micro-ondas, o que fazia perder a umidade e ficar bem passado.

Jacquin deu um pito sobre responsabilidade e a necessidade dos sócios estarem presentes no dia a dia da hamburgueria, inclusive abrindo e fechando a casa. “Vocês são dois meninos privilegiados que puderam estudar. Conseguiram se formar em engenharia. Não é todo mundo que tem essa oportunidade hoje na nossa sociedade”, chamou a atenção.

Jacquin criou um lanche para ser montado na hora com pepino fresco, maionese, conhaque, cenoura ralada com raspas de limão, 160 g de hambúrguer mal passado, queijo e picles. Os sócios trabalharam na cozinha durante o segundo serviço e demonstraram desconhecimento total da dinâmica da cozinha e atendimento: não havia talheres para os clientes e o pedido do delivery foi esquecido. Jacquin atende o telefone e se responsabiliza por fazer três sanduíches e vai até o Vidigal entregar.

Mudanças
Para dar um choque de realidade e mostrar como as dificuldades da The Burg One eram pequenas, Jacquin leva os sócios ao Morro do Vidigal para mostrar como funciona o Da Laje Bar. Gilda, a proprietária, é a “alma da casa”, que acompanha o dia a dia do restaurante do início ao fim. “Vocês precisam escolher o que querem fazer da vida”, disse o chef.

O chef mudou a disposição da cozinha para melhorar o fluxo e trocou a churrasqueira elétrica pelas chapas. A decoração do salão e apresentação dos pratos também foram atualizados. Com cardápio mais enxuto e com ingredientes simples, mas de qualidade e menos pré-preparos. Com as mudanças, os donos reduziram os custos em 25% e diminuíram o tempo de espera dos pratos para um quarto do tempo. Apesar dos desentendimentos durante as gravações, os sócios seguiram o conselho de Jacquin e dois meses depois, anunciaram uma unidade em Niterói.
LEIA TAMBÉM: