Pessoas
Manu Buffara é única mulher em palestra de chefs em Paris
A chef Manu Buffara viaja a Paris mais uma vez esse ano. Sua primeira ida em 2019 foi em fevereiro para o prêmio do World Restaurant Awards, da qual foi jurada. Dessa vez, em setembro, sobe ao palco para apresentar sua trajetória durante o 50 Best Talks. O evento é uma sequência de palestras de chefs, realizado anualmente pelo 50 Best Restaurants nas edições mundiais desde 2014 e nas regionais (Ásia e América Latina) em 2019.

O tema desta edição é “Além das fronteiras, explorando a universalidade da cozinha” e Manu é a única mulher entre sete chefs: Yannick Alléno (Alléno Paris au Pavillon Ledoyen), Alain Passard (Arpège), Romain Meder (Alain Ducasse au Plaza Athénée), Bertrand Grébaut (Septime), Mauro Colagreco (Mirazur, Menton, França), Dan Barber (Blue Hill at Stone Barns, Pocantico Hills, EUA). As falas serão no Musée du Quai Branly e cada chef terá 30 minutos para contar sua história.
Os quatro primeiros comandam restaurantes em Paris e abrirão o evento. Os “forasteiros” se apresentam na sequência. “A Helena Petrini, uma das curadoras do 50 Best, me chamou em maio para que eu fale da minha carreira, a história do restaurante, de como é fazer esse trabalho em Curitiba e ter projeção internacional mesmo sem prêmios internacionais”, conta Manu. Seu restaurante levou o prêmio One To Watch 2018 do 50 Best Restaurants da América Latina, categoria que premia os restaurantes mais promissores de entrarem na lista dos próximos anos.

“Mauro e a Julia, sua esposa, são grandes amigos, somos vizinhos de casa de praia em Florianópolis. Com o Alain Passard eu cozinhei esse ano em Bruxelas. É muita gente grande e me sinto lisonjeada em dividir o mesmo palco que eles”, contou a chef.
A fala de Colagreco, ítalo-argentino, tratará das “fronteiras” entre Argentina e França e o estadunidense Barber, de suas experiências no restaurante em que serve apenas o que produz em suas propriedades, entre outras experimentações de ingredientes e um novo olhar para a comida.
Única mulher
Enquanto única mulher no painel, Manu avalia que sua participação é um sinal de que a participação feminina está sendo reconhecida aos poucos na alta cozinha. “Acho que não tem tantas mulheres nessa área, então isso ainda está crescendo ano a ano”, analisa.

A chef é adepta do “uma puxa a outra” e constantemente chama outras chefs e parceiras para viajar junto. “Eu também recebo muito incentivo. A Dominique Crenn (chef francesa que comanda o Atelier Crenn, que tem três estrelas Michelin, em San Francisco) sempre fala ‘chama a Manu’, tenho muitos amigos de fora que sempre impulsionam”, destacou a chef, que há anos tem sido elogiada pelo chef Alex Atala, do D.O.M., e participado de eventos internacionais.