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Pessoas

“Tinder de alimentos” evita o desperdício de comida nos EUA

Gazeta do Povo
24/12/2016 18:00
Depois de repartir sua refeição com um sem-teto em 2012, Komal Ahmad teve a ideia de aproveitar o excedente de alimentos do refeitório da faculdade com quem não tem o que comer. Alguns anos depois, a Feeding Forward virou o aplicativo Copia, uma iniciativa que conecta pessoas e empresas que tenham alimentos sobrando para instituições sociais, como abrigos, iniciativas de igrejas e organizações sem fins lucrativos em geral. O site do aplicativo Copia indica que 373,5 mil quilos de alimentos foram aproveitados, alimentando quase 700 mil pessoas.
O aplicativo Copia intermedia a doação de alimentos com o sistema de "match". Foto: Reprodução/Facebook
O aplicativo Copia intermedia a doação de alimentos com o sistema de "match". Foto: Reprodução/Facebook
O algoritmo do aplicativo aproxima pessoas que têm oferta de alimentos e quem precisa. Os usuários podem se cadastrar como doadores ou receptores dos alimentos e postar as especificidades dos alimentos que têm para doar ou que estejam precisando. Ao “dar match”, o doador combina com um dos motoristas da Copia para que busque os alimentos e entregue ao receptor. Por enquanto, o aplicativo funciona apenas na região da baía de São Francisco, na Califórnia.
Motoristas do Copia buscam os alimentos e levam para o destino final. Foto: Reprodução/Facebook
Motoristas do Copia buscam os alimentos e levam para o destino final. Foto: Reprodução/Facebook
Iniciativas similares surgiram na Europa nos últimos anos, mas para conectar o cliente final a descontos em comida de restaurantes e mercearias que estariam próximos ao vencimento, como o Too Good To Go (países escandinavos e Reino Unido), o FoodLoop (Alemanha), OptiBox (França).
No Brasil
Iniciativas similares ao Copia existem no Brasil. Em São Paulo há o Banco de Alimentos, que redistribui alimentos excedentes que seriam descartados para ONGs, abrigos e demais instituições. Em 16 anos, a associação arrecadou mais de 600 toneladas na Grande São Paulo e conta com 50 empresas parceiras e atende 42 instituições.
Em junho de 2016, os chefs Massimo Bottura (Osteria Francescana, três estrelas Michelin, Itália) e David Hertz, da ONG Gastromotiva, inauguraram o Reffetorio Gastromotiva no Rio de Janeiro, um espaço que serve jantar para pessoas em situação de rua usando ingredientes e alimentos que seriam descartados por restaurantes, supermercados e outros estabelecimentos.
Em Curitiba, o Good Truck coleta vegetais em bom estado no Ceasa e restaurantes e prepara refeições para pessoas em situação de rua. Foto: Reprodução/Facebook
Em Curitiba, o Good Truck coleta vegetais em bom estado no Ceasa e restaurantes e prepara refeições para pessoas em situação de rua. Foto: Reprodução/Facebook
Em Curitiba, o projeto Good Truck, aprovado por Hertz e com moldes similares ao Reffetorio Gastromotiva, estreou em dezembro de 2016 usando um food truck parceiro para distribuir comida a pessoas em situação de rua. As refeições são vegetarianas e preparadas a partir de vegetais do Ceasa e insumos não preparados por restaurantes.
No Brasil, a doação de alimentos preparados, como pratos de restaurantes e lanchonetes, são vetados pela Vigilância Sanitária. Um projeto de lei tramita no Senado para que seja possível que empresas de alimentação fora de casa possam doar alimentos e refeições a organizações de combate à fome e empresas para produção de ração animal ou compostagem. O projeto foi aprovado pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária e aguarda votação em plenário.

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