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Pão no bafo é patrimônio imaterial de Palmeira
Um prato cuja receita tem mais de 100 anos alcançou o status de patrimônio imaterial do município de Palmeira, a cerca de 80 km de Curitiba. O pão no bafo faz parte da tradição dos russos-alemães que se instalaram na cidade por volta de 1878. Ele é um pãozinho fermentado cozido no vapor de um molho que leva carne de porco (costelinha e bacon) e repolho. A oficialização do status será feita em uma cerimônia no Clube Palmeirense na noite desta quinta-feira (6).
A iniciativa do tombamento do prato e receita partiu da Secretaria de Indústria e Comércio do município e esse será o primeiro patrimônio imaterial de Palmeira. A historiadora Vera Lúcia de Oliveira Mayer, coordenadora da Secretaria Municipal de Turismo e presidente do Instituto Histórico e Geográfico da cidade, explica que a ideia da proposta surgiu depois que foi verificado que o prato se enquadrava na legislação vigente do Ministério da Cultura e Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) como patrimônio imaterial (que inclui as tradições que são passadas de geração em geração).
“A princípio ele será patrimônio municipal, mas queremos levá-lo ao conhecimento do estado e Ministério da Cultura”, explica Vera. “Até aqui, as gerações sabem como prepará-lo. Imortalizando a receita, ela será levada para todos”, acredita.
Uma das que defendem a popularização do pão no bafo é a chef Rosane Radecki de Oliveira, do Restaurante Girassol. Ela, que serve o prato diariamente, diz que sempre apresenta a receita nos eventos que participa, como Gastronomix, Brasil Sabor e a levou até ao Piauí. “A minha receita ainda tem um toque diferente, que é uma cerveja escura artesanal”, conta. Ela acredita que ao declarar o pão no bafo patrimônio imaterial, o município está à frente. “Comida é cultura e esse era um prato que estava sendo esquecido”, diz.
Veja a receita da iguaria
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