O Mundo Doce
O Dubai Chocolate e a expectativa de chegada a Curitiba
Viajar é mais do que descansar; para mim, é uma oportunidade de explorar tendências gastronômicas e descobrir o que está movimentando o paladar global. Foi o que aconteceu com o Dubai Chocolate, a nova febre nas redes sociais, que tive a chance de experimentar em Nova York.
Criado em 2021 nos Emirados Árabes Unidos por Sarah Hamouda, o Dubai Chocolate é uma verdadeira obra-prima da confeitaria árabe, combinando creme de pistache e kataifi — uma massa finíssima e crocante semelhante ao macarrão cabelinho de anjo. A iguaria, nascida de desejos de gravidez da criadora, transformou-se em um fenômeno global, passando de uma produção quase caseira para atender 500 pedidos diários, sem perder o toque artesanal.
Provei a barra em Nova York, onde paguei US$ 16 (aproximadamente R$ 97) na doceria Wonderen, localizada dentro da icônica Grand Central Station. A pequena barra de 100g, com dez quadradinhos recheados, impressiona não só pelo sabor, mas também pela experiência sensorial. A crocância do kataifi somada ao creme de pistache cria um contraste viciante que explica o hype.
Mas o Dubai Chocolate não parou por aí. A tendência já começa a conquistar o Ocidente. No final de novembro, a Lindt lançou um lote limitado de 1.000 barras em lojas selecionadas na Alemanha, com planos de expandir para a Suíça em breve. O preço elevado — 14,99 euros (cerca de R$ 91) — não afastou os consumidores, muitos atraídos pelo desejo de fazer parte dessa febre global. Segundo a ChocoSuisse, associação do setor, essa fusão entre o chocolate tradicional europeu e sabores do Oriente Médio tem o potencial de agradar a paladares além do continente.
E no Brasil? A febre também já começou a dar os primeiros passos. Em São Paulo, o tradicional Restaurante Arábia, especializado em gastronomia árabe, foi o pioneiro a trazer o Dubai Chocolate ao país. Desde 16 de novembro, a casa comercializa barras gigantes de 1,25 kg no valor de R$ 660. A embalagem, um verdadeiro presente, é um luxo à parte. Além disso, Alê Costa, fundador da Cacau Show, postou recentemente uma versão inspirada no chocolate feita por pedido de sua filha, a influenciadora Isabella Costa.
Com todo esse movimento, fica a pergunta: quando Curitiba, com sua vibrante cena de confeitaria, verá uma versão local do Dubai Chocolate? Nossa cidade já se destacou em tantas tendências doces — do brigadeiro gourmet aos entremets sofisticados. Será que alguma confeiteira ousará recriar a iguaria, adaptando-a aos ingredientes disponíveis aqui? O pistache já é um sucesso em muitas receitas, e o kataifi, embora ainda pouco conhecido, não seria impossível de encontrar em cozinhas árabes de restaurantes locais.
A grande dúvida está no preço. Será que um chocolate de inspiração árabe teria a mesma aceitação com valores elevados, ou seria adaptado para o bolso curitibano? Uma coisa é certa: a febre está chegando. Quem será a primeira confeitaria a dar esse passo?
Enquanto esperamos, fica a dica: se encontrar o Dubai Chocolate em alguma viagem ou por aqui, vale experimentar. Afinal, além do sabor, ele carrega consigo a essência das tendências que conectam o mundo através da gastronomia.