Bom Gourmet
Queijo bêbado e cachaça de mandioca são novidades do maior evento de cachaça do Brasil
A bebida símbolo de Minas Gerais vive dias de glória em Belo Horizonte. Até domingo (10), a capital recebe a 28ª edição da Expocachaça, evento que é considerado uma vitrine mundial da aguardente. Cerca de 150 expositores de todo o país levaram suas produções para o evento.
A feira tem um papel de protagonista na visibilidade e no status de destilado nobre atingidos pela bebida, como explica José Lúcio Mendes, presidente da Expocachaça. “Minas Gerais tem cultura, tradição e história com a cachaça, isso é fato. Ao todo são cerca de 9 mil produtores, o que representa 60% da produção de cachaça de alambique no Brasil. Mas o Estado não está sozinho. O Rio Grande do Sul, por exemplo, também produz várias cachaças premiadíssimas, assim como Espírito Santo, Goiás e Paraíba”, enumera ele, que convidou, além de Minas Gerais, produtores de outros 20 Estados para expor na feira.
Embora a cachaça seja o terceiro destilado mais consumido no mundo, a feira apresentou outras novidades que vão além da bebida. Muitos produtores, inclusive, aproveitam a estrutura já existente do alambique e a expertise em cachaça para produzir outros produtos, como gim – que vive os seus tempos áureos – e licores.
Cachaça de mandioca
Um dos destaques é a tiquira, um destilado à base de mandioca e muito conhecido no Maranhão. Ela era produzida pelos povos indígenas, antes do descobrimento do Brasil. A empresa Guaaja é uma das responsáveis pela produção dessa aguardente histórica nos Lençóis Maranhenses, desde 2015. A novidade trazida especialmente para a Expocachaça é a produzida em barril de carvalho, com sabor bem suave.
Queijo “bêbado”
A branquinha também vem se lançando às mesas. Não por acaso ela foi ingrediente do queijo Calambau, uma das atrações da feira, produzida pela empresa Paladar de Minas, que fica na cidade de Presidente Bernardes (MG). Na fase de maturação do queijo, que dura 40 dias, a bebida é introduzida à receita, garantindo um sabor incomparável que o levou à uma premiação em 2017. Não era para menos. O produtor Geraldo Maciel Júnior levou cerca de cinco anos para desenvolver a receita perfeita. “Fazemos um queijo 100% caseiro, sem aditivos, tudo natural”. A peça de 700 gramas custa R$ 60.
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Homenagem à amada
Um dos destaques é uma edição de colecionador da cachaça Bem Me Quer, produzida há mais de 30 anos na Fazenda Santo Antônio das Pitangueiras. O produtor e presidente da Associação Mineira dos Produtores de Cachaça de Qualidade (AMPAQ), José Otávio de Carvalho Lopes, trouxe uma garrafa especial comemorativa (para colecionador!) em homenagem à sua esposa Rosana Romano, com quem é casado há mais 40 anos. “Eu tenho 180 tonéis de madeira de carvalho para envelhecimento. Escolhi apenas cinco que extraíram a melhor qualidade da cachaça e produzi 750 litros. Transformei em série numeradas, com mil garrafas, em homenagem à ela”, contou. A garrafa especial custa R$ 450.
Degustações à cegas
No domingo, encerrando a feira, é a vez da 7ª Avaliação com Degustação às Cegas e Classificação das Cachaças dos Expositores da 28ª Expocachaça. O objetivo é avaliar a evolução e a qualidade dos produtos das diversas regiões produtoras de cachaça do país. As cachaças serão julgadas em sete categorias, como brancas e puras, envelhecidas em carvalho francês, envelhecidas em madeiras brasileiras e bebidas com cachaça.
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Serviço
Expocachaça: até domingo (10/06). Sábado, das 12h às 00h; domingo das 12 h às 22h. Local: Expominas (Av. Amazonas, 6030 – Gameleira) – Belo Horizonte – MG. Ingressos:R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia entrada).
Expocachaça: até domingo (10/06). Sábado, das 12h às 00h; domingo das 12 h às 22h. Local: Expominas (Av. Amazonas, 6030 – Gameleira) – Belo Horizonte – MG. Ingressos:R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia entrada).