Negócios e Franquias
Vinícola Terranova completa 20 anos exportando vinhos do sertão nordestino
Aberta em 2001 quando o sertão nordestino ainda estava sendo descoberto pela vitivinicultura, a vinícola Terranova chega aos 20 anos de funcionamento com uma produção no Vale do Rio São Francisco que já alcança a marca de 4,5 milhões de litros anuais de vinhos, espumantes, brandy e suco de uva. De lá saem 20 rótulos da própria marca, da Almadén e da Miolo, que produz também na Serra Gaúcha e na Campanha, na fronteira com o Uruguai.
Os estudos para a implantação desta filial do
conglomerado gaúcho começaram um pouco antes, em 1997, quando o enólogo Adriano
Miolo iniciou os estudos sobre a possibilidade de abrir uma planta na região de
Casa Nova, no norte do estado da Bahia. Em 2001, fechou negócio com o
proprietário da fazenda que havia ali e replantou todos os vinhedos – hoje são
200 hectares plantados.
conglomerado gaúcho começaram um pouco antes, em 1997, quando o enólogo Adriano
Miolo iniciou os estudos sobre a possibilidade de abrir uma planta na região de
Casa Nova, no norte do estado da Bahia. Em 2001, fechou negócio com o
proprietário da fazenda que havia ali e replantou todos os vinhedos – hoje são
200 hectares plantados.
Todo o projeto foi concluído em 2008, quando as
primeiras garrafas de Terranova Shiraz começaram a ser vendidas. A partir daí,
a produção de espumantes foi intensificada, sobretudo com o preparado de uvas moscato,
que se tornou o mais vendido da marca.
primeiras garrafas de Terranova Shiraz começaram a ser vendidas. A partir daí,
a produção de espumantes foi intensificada, sobretudo com o preparado de uvas moscato,
que se tornou o mais vendido da marca.
Da produção de 2,5 milhões de litros de espumantes e vinhos e 2 milhões para destilar, em torno de 10% são exportados para cinco países dentro de um leque de mais de três dezenas de clientes do grupo.
Miolo conta que o projeto da Terranova foi um
dos mais desafiadores para a marca já que, embora houvesse produção de uvas
ali, não era voltada aos vinhos finos e espumantes.
dos mais desafiadores para a marca já que, embora houvesse produção de uvas
ali, não era voltada aos vinhos finos e espumantes.
“A Cinzano começou a produzir vinho na região há 50 anos para elaborar vermute. Depois, outros dois produtores internacionais se instalaram ali por conta das condições climáticas que ajudam na produção massificada de uvas”, explica.
Porém, solos parecidos com esse são raros para a produção de vinhos finos e ainda são estudados por especialistas – há apenas alguns semelhantes na Índia e na Tailândia. Nesta região do Brasil, a presença do rio São Francisco ao lado dos vinhedos ajuda na irrigação das parreiras e mantém a produção em pé.
Oasis
Adriano Miolo conta que as condições climáticas da região ajudam na produção, que rende até duas safras e meia por ano, com apenas quatro meses de intervalo entre uma e outra. Em outras partes do país, este ciclo leva um ano.
“Assim como no Sul do país, a caatinga também ajuda a uva a se desenvolver. É um terreno árido e seco, com muita insolação, que é o que o fruto gosta. Enquanto os campos do Sul fazem as videiras hibernarem nos dias frios para então florescer na primavera, no sertão a gente controla isso com a irrigação”, explica.
O vinhedo da Terranova na região é formado por variedades tintas como cabernet sauvignon, syrah, grenache, mourvèdre e tempranillo; e brancas como moscato, sauvignon blanc, chenin blanc e verdejo. Dele saem garrafas que custam de R$ 12,90 o espumante próprio a até R$ 204, o Miolo Testardi Syrah.
O “oásis” do grupo gaúcho, onde o verão está presente o ano todo, também é um dos principais roteiros turísticos para os apreciadores de vinhos. A vinícola recebe cerca de 50 mil visitantes por ano para o Vapor do Vinho, um passeio em um barco que sai da cidade de Juazeiro e percorre o rio São Francisco e o lago da usina de Sobradinho até os vinhedos, com almoço típico e degustação das bebidas produzidas.
Indicação de origem
Em meados do primeiro semestre deste ano, toda a
região do Vale do São Francisco passou a ter o reconhecimento de Indicação de
Procedência, que atesta a qualidade e uniformidade da produção vitivinícola
desta parte do país. É uma das modalidades do sistema de Indicação Geográfica
que se refere à região pela produção, fabricação ou extração de determinado
produto ou serviço.
região do Vale do São Francisco passou a ter o reconhecimento de Indicação de
Procedência, que atesta a qualidade e uniformidade da produção vitivinícola
desta parte do país. É uma das modalidades do sistema de Indicação Geográfica
que se refere à região pela produção, fabricação ou extração de determinado
produto ou serviço.
Em entrevista ao Bom Gourmet em fevereiro, Giuliano Pereira, pesquisador da Embrapa, explicou que a classificação da região tropical é a primeira do mundo para a produção vinícola.
“Essa será a primeira Indicação de Procedência
de vinhos de regiões tropicais do mundo, utilizando o modelo estrutural similar
às Indicações Geográficas adotadas por renomados produtores da União Europeia”,
disse.
de vinhos de regiões tropicais do mundo, utilizando o modelo estrutural similar
às Indicações Geográficas adotadas por renomados produtores da União Europeia”,
disse.
Com isso, o reconhecimento de Indicação de Procedência
garante um aprimoramento da qualidade dos vinhos que chegam aos consumidores,
garantindo produtos de origem qualificados. A conquista também ajuda a promover
e a ampliar a visibilidade da região produtora, estimulando o enoturismo e
fortalecendo a vitivinicultura.
garante um aprimoramento da qualidade dos vinhos que chegam aos consumidores,
garantindo produtos de origem qualificados. A conquista também ajuda a promover
e a ampliar a visibilidade da região produtora, estimulando o enoturismo e
fortalecendo a vitivinicultura.
Hoje, as principais marcas produzidas na região que chegam ao consumidor são, além da Terranova, também a Botticellli, a Bianchetti e a Rio Sul.