Negócios e Franquias
Na contramão do mercado, rede prevê 36 novos bares e faturamento de R$ 85 milhões em 2021
Após passar um 2020 praticamente como “exceção à regra”, em que a crise provocada pelo coronavírus fechou em média quatro em cada 10 bares e restaurantes em todo o Brasil, a rede de bares Mr. Hoppy e Porks não fechou nenhuma das 63 unidades espalhadas pelo país e já começou o ano com 21 novas lojas comercializadas.
Ao todo, o plano de expansão para 2021 prevê uma interiorização maior das marcas, além de alcançar praticamente todas as capitais do país. Estão previstas 32 novas unidades no formato de franquias que custam a partir de R$ 130 mil e a busca de novos empreendedores com mais capital para a terceira marca da rede, o Bar do Açougueiro, em que o investimento bate os cerca de R$ 400 mil.
José Araújo Neto, criador das três redes, contou ao Bom Gourmet Negócios que as marcas se tornaram mais atrativas para quem quer investir por ter um modelo mais flexível e investimento menor do que outras marcas.
Embora a pandemia tenha afetado parte da operação
das marcas no começo, com o fechamento das lojas por decreto, depois acabou
sendo até mesmo vantajosa para os negócios.
das marcas no começo, com o fechamento das lojas por decreto, depois acabou
sendo até mesmo vantajosa para os negócios.
“Temos esse estilo de franquia com menos amarras do que de outras grandes marcas, em que o empreendedor não tem muito o que fazer na loja. E isso nos permitiu adaptar rapidamente o negócio permitindo aos franqueados criarem suas próprias soluções para continuarem vendendo”, explica.
A flexibilidade na condução das franquias permitiu que pessoas que não tinham nenhum conhecimento do mercado de bares e restaurantes pudessem olhar para ele como uma forma de superar as perdas causadas pela pandemia.
Novos investidores
Araújo Neto explica que, desde meados do ano passado, percebeu uma procura muito forte de dois perfis distintos de pessoas em busca de uma franquia. Um deles de gente que perdeu o emprego e precisava se recolocar no mercado, mas não gostaria de voltar a bater cartão dia a dia como funcionário. Este perfil acabou pegando a rescisão e verbas indenizatórias para virar o próprio patrão – porém, com o know how de uma franquia mais flexível.
“E também aqueles que, durante a pandemia, realmente percebeu que o estilo de vida que estava levando não era o que buscava para o resto da vida. Às vezes a pessoa foi morar numa casa, tinha mais tempo livre e não queria mais colocar uma gravata para trabalhar”, conta.
No entanto, o criador das redes reforça que este modelo mais flexível de franquia tem seus bônus e ônus. A vantagem é que o franqueado pode dar a sua cara ao negócio, adaptar e atender ao público de acordo com a realidade do local em que está instalado, propondo ações promocionais próprias, hábitos, gírias, etc.
“Por outro lado, quem quer apenas investir e deixar a franquia caminhando sozinha, com todos os processos fixos da franqueadora, pode não ter o resultado que deseja. Aqui, o empreendedor precisa estar à frente da loja o tempo todo para ter um bom desempenho”, analisa.
Embora sejam muito parecidas, as franquias do Mr. Hoppy e do Porks se diferem pelo tamanho e valores de investimento. A primeira tem uma taxa de franquia de R$ 90 mil e mais R$ 100 mil para a montagem a loja, seguindo um padrão de ambientação, mas com a aquisição dos próprios equipamentos.
Já a implantação de uma loja do Porks custa R$
50 mil de taxa de franquia e mais R$ 80 mil a R$ 100 mil pela montagem do
ponto.
50 mil de taxa de franquia e mais R$ 80 mil a R$ 100 mil pela montagem do
ponto.
Bar de churrasco
Por outro lado, a terceira marca da rede ainda não tem um plano específico de expansão, mas já se preveem novas aberturas. Criado durante a pandemia, o Bar do Açougueiro tem apenas uma unidade, em Curitiba, que funciona como um piloto para um modelo diferenciado de churrascaria mais simples.
“Ele se diferencia um pouco pela complexidade do negócio, com um cardápio mais diferenciado, o próprio time de atuação, é uma churrascaria simplificada”, conta José Araújo Neto.
O custo do Bar do Açougueiro também é mais caro que seus irmãos menores, gira em torno de R$ 400 mil. Se diferencia, ainda, por ser um modelo um pouco mais engessado pelo menos neste começo de operação, que deve aos poucos ganhar uma flexibilidade.
No
entanto, o modelo franqueável dele não será usado em Curitiba. Araújo Neto
conta que novas unidades próprias devem ser abertas na capital paranaense, e
apenas as localizadas em outras cidades é que serão franqueadas.
entanto, o modelo franqueável dele não será usado em Curitiba. Araújo Neto
conta que novas unidades próprias devem ser abertas na capital paranaense, e
apenas as localizadas em outras cidades é que serão franqueadas.
“Como é um modelo mais caro e complexo, vamos focar em cidades com mais de 800 mil habitantes, com um potencial real de retorno”, completa.
O modelo terá, ainda, versões menores do tipo store-in-store, com unidades como o “Jardim do Açougueiro”, o “Açougue do Açougueiro”, entre outras, abertas dentro de outras instalações.
Juntas, as três redes devem faturar R$ 85 milhões neste ano. E novas marcas de empreendimentos não estão descartadas nos planos de José Araújo Neto, que tem viajado pelo Brasil abrindo as lojas e em busca de novos potenciais negócios.