Negócios e Franquias
Mondelez reduz consumo de água e incrementa produção sustentável de cacau no Brasil
Detentora de algumas das maiores marcas de snacks do mundo, como Lacta, Tang, Club Social e Halls, a Mondelez – antiga Kraft Foods – restabeleceu nesta quinta (1) seus compromissos de sustentabilidade. A iniciativa faz parte das comemorações do chamado 'Purpose Day' (dia do propósito, em tradução livre) e engloba ações como a redução de itens como o consumo de água, produção de lixo e emissão de gás carbônico (CO2).
Essas três premissas fazem parte de um ciclo de preocupação com o meio ambiente iniciado em 2013 que se renova anualmente até 2025. No âmbito global, existe a expectativa de reduzir a emissão de CO2 em 15% até o final deste ano. Além disso, a Mondelez está assumindo um novo compromisso para combater o aumento da temperatura do planeta.
Já em âmbito nacional, a empresa tem a intenção de dobrar a quantidade de energia proveniente de fontes limpas na fábrica de Vitória de Santo antão (PE). A ação foi inspirada nos resultados sustentáveis obtidos na planta que mantém em Curitiba, considerada uma das maiores do mundo -- a unidade já utiliza 100% de energia renovável de biomassa e nenhum resíduo é destinado a aterros sanitários.
Cada elo da cadeia
Frente aos reflexos da pandemia do novo coronavírus, a Mondelez estreitou o olhar para as diferentes partes da cadeia impactadas por seus propósitos. A primeira delas, os produtores, é diretamente influenciada, como explica o diretor de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da Mondelez Brasil, Jorge Morato.
“Nosso primeiro passo enquanto multinacional é entender nosso tamanho, e como somos grandes, somos um player essencial na geração de renda familiar, por meio de oferta de empregos, e também do incentivo à educação”, diz ele.
Entre os projetos internacionais da Mondelez executados no Brasil está o Cocoa Life, que tem por objetivo exercitar a cadeia do cacau de maneira sustentável com pequenos produtores baianos e paraenses. A iniciativa propõe a recuperação de plantações improdutivas e de áreas ocupadas para a agropecuária por meio da introdução de ferramentas e técnicas de remanejo de solo.
O Cocoa Life no Brasil receberá um investimento de R$ 10 milhões até 2022. Dentre os objetivos, estão a transformação de mil hectares de área de pastagem em agrofloresta de cacau, a reestruturação de 750 hectares de fazendas de cacau já existentes, a restauração de 500 hectares de mata ciliar e o aumento em 50% no número de produtores, famílias e trabalhadores indiretos beneficiados pelo programa.
“O Cocoa Life é o tipo de projeto que transforma a vida dos produtores. Temos relatos, por exemplo, de mulheres que sofriam violência doméstica e, por causa do emprego que conseguiram nas plantações, conseguem prover para suas famílias e colocar seus filhos na escola”, afirma Morato.
A outra ponta da cadeia
Enquanto que os produtores são impactados pelos compromissos da Mondelez com suas plantações, do outro lado estão os consumidores, que não passam despercebidos pela empresa.
Pelo contrário, de acordo com o diretor de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da indústria no país. É justamente a demanda de consumidores mais críticos por produtos mais sustentáveis que estimula vários dos projetos da multinacional.
“As pessoas estão, mais do que nunca, engajadas com características que vão além do preço. Elas buscam a experiência por trás da marca que consomem e, se essa marca não é sustentável, elas encontrarão outra que seja”, garante Morato.
Segundo ele, existe uma preocupação bem grande da Mondelez em informar os consumidores sobre suas ações. Mas eles, mais proativos do que nunca, já buscam elementos que legitimem os compromissos nos produtos.
Exemplo disso é a linha Intense da Lacta, lançada em novembro do ano passado, que traz o selo Cocoa Life em sua embalagem. Estudos internos da Mondelez já apontam que a reformulação deu resultados, e o segmento de chocolate amargo passou a ser apreciado por 52% dos brasileiros.
Entre
uma ponta e outra
uma ponta e outra
Além de mostrar aos consumidores finais a preocupação com a sustentabilidade da produção, a Mondelez também faz um trabalho interno de engajamento dos colaboradores nas fábricas brasileiras. Jorge Morato conta que são desenvolvidas campanhas para partilhar os compromissos firmados.
No Paraná, especificamente, o diretor percebe uma troca muito positiva entre a fábrica na capital e os colaboradores. “Curitiba sempre teve uma conscientização ambiental grande e criou uma geração muito engajada com essa causa”, diz.
Por esse motivo, ele explica que os trabalhadores da fábrica se incomodam com desperdícios no geral e contribuem para a manutenção dos propósitos. Em troca, a Mondelez investe na planta curitibana em equipamentos da mais alta qualidade.
“Temos uma prática chamada mitigação: toda vez que vamos no expandir, de alguma forma, garantimos que o equipamento será o melhor que existe na indústria. Nem sempre essa é a equação financeira mais óbvia, mas, a longo prazo, é a mais prazerosa. Para nós e para os colaboradores”, finaliza Morato.