Negócios e Franquias
Máquina faz pizza em 3 minutos sem atendentes; mercado cresce 10% ao ano no Brasil
Uma pizza pronta em no máximo três minutos, sem atendentes e servida como em uma máquina de refrigerantes. Essa é a Red Machine, uma máquina automática de assar pizzas que tem três unidades instaladas em São Paulo e Goiânia e quer expandir para 50 localidades do Brasil até o final do ano.
A microfranquia que surgiu em outubro do ano passado dispensa completamente a contratação de funcionários e pode ser comprada por qualquer investidor que não tem tempo de acompanhar de perto a operação -- a expectativa é de que este mercado tenha um franco crescimento pós-pandemia do novo coronavírus.
Cada máquina da Red Machine ocupa um pequeno espaço de apenas 1,5 m², comporta até 70 pizzas prontas em dois sabores, e faz todo o processo de cocção dentro dela mesma. O projeto, que levou três anos para ficar pronto, custou R$ 3 milhões e é vendido no formato de franquias a R$ 79 mil pelo equipamento, R$ 25 mil de taxa de franquia e royalties de 5% sobre o faturamento bruto. Já a máquina para operação com marca própria do cliente custa R$ 120 mil, mas sem o suporte de logística, produtos e administração da empresa.
De acordo com um dos sócios da Red Machine, Fred Ferreira, a ideia deste negócio é facilitar a gestão de quem quer ter o seu próprio negócio e não tem tempo de fazer a operação presencial. Como é uma vending machine, o franqueado pode gerenciar o negócio remotamente e apenas abastecer a máquina com as pizzas a cada dois ou três dias dependendo do volume de vendas.
“Diferente de uma operação física como um ponto comercial ou um quiosque de shopping center, por exemplo, a Red Machine não precisa ter funcionários o tempo todo para atender aos clientes. A gente pensou no negócio voltado a profissionais liberais como médicos, advogados, ou qualquer um que queira empreender mas não pode estar ali o tempo inteiro. É um investimento que opera praticamente sozinho, basta ser abastecido e o gerenciamento é feito à distância”, explica.
Ferreira lembra que há ainda a facilidade de poder levar a máquina de um lugar para o outro sem precisar fazer obras ou montar e desmontar um quiosque. Basta desligar da tomada e religar em outro ponto que desejar, “indo onde o cliente está”, diz. Entre os pontos que já têm operações da Red Machine estão a sede do Banco Original e o Brascan Open Mall, em São Paulo, e a Rua 44, um polo de comércio atacadista em Goiânia.
Nas próximas semanas serão abertas operações nas cidades catarinenses de Lages e Joinville e na capital paulista. Fred explica que a meta é levar a marca para todo o Brasil, sem distinção de região ou área de abrangência, com foco em lugares como escolas, universidades e shoppings centers onde o funcionamento está permitido, além de centros comerciais, hospitais, terminais e estações de transporte público.
3 minutos, e pronto
A máquina automática de pizzas faz todo o trabalho sozinha. O cliente chega, escolhe o sabor desejado em uma tela touch screen de 40 polegadas com sistema intuitivo, paga com cartão de crédito ou débito e espera 3 minutos para ela ficar pronta. Cada máquina comporta dois sabores de pizza: um fixo de muçarela e um variável que pode ser de calabresa, portuguesa, pepperoni, entre outros.
“As pizzas são feitas artesanalmente por fornecedores credenciados que mantém o padrão de qualidade que exigimos, entregues congeladas para abastecer a máquina e armazenadas a uma temperatura de -18 °C. Depois, o próprio equipamento as tira da embalagem, assa em um forno de tecnologia alemã a 300 °C, e as reembala em uma caixa de pizza para entregar ao cliente”, afirma Fred Ferreira.
Cada pizza tem 23 cm de diâmetro e custa de R$ 18 a R$ 22 cada,
dependendo do sabor escolhido. Segundo o idealizador do negócio, as máquinas
são fabricadas em Joinville (SC), e os fornecedores das pizzas estão em
diversas localidades do país – mas são divulgados apenas aos franqueados.
dependendo do sabor escolhido. Segundo o idealizador do negócio, as máquinas
são fabricadas em Joinville (SC), e os fornecedores das pizzas estão em
diversas localidades do país – mas são divulgados apenas aos franqueados.
Ferreira diz que o faturamento varia de acordo com o ponto de venda, mas que as máquinas que já estão instaladas vendem em média 25 pizzas por dia.
“Abatendo todos os custos de aluguel, fornecedor e taxas administrativas, o empreendedor consegue tirar pelo menos em torno de R$ 4 mil no final do mês. Claro que pode ser mais dependendo de onde ela for instalada, às vezes com reposições diárias”, completa.
Oportunidade
Com a evolução da tecnologia, a tendência é que os serviços em geral fiquem cada vez mais automatizados. Além das tradicionais máquinas de refrigerantes, snacks e café, há esta de pizza, uma de pipoca, flores, e outras mais no horizonte dos empreendedores. Para Cristiane Sucharski de Almeida, consultora de plataformas digitais do Sebrae-PR, o negócio de vending machines está só começando no Brasil.
“O Brasil ainda está engatinhando nisso, em mercados como Europa, Japão e Estados Unidos isso é muito mais desenvolvido. Ou seja, aqui tem muito espaço para crescer, e já está evoluindo a uma média de cerca de 10% ao ano, maior ainda que os mercados tradicionais. É um ramo aberto à criatividade”, afirma a consultora.
De acordo com o Sebrae, hoje existem menos de 100 mil vending machines no Brasil, sendo que 65% delas são de preparos de cafés. O restante é de snacks e bebidas frias, mas as de opções diferentes, como as de pizza e outras que vierem a criar, também terão muito sucesso.
No entanto, abrir um negócio baseado nas máquinas de venda automática não difere muito de um comércio tradicional. O empreendedor vai precisar avaliar o ponto de instalação do mesmo jeito, o fluxo de pessoas, público-alvo, quem vai consumir, qual vai ser o tíquete médio de venda, o mix de produtos para determinado local, entre outros pontos inerentes a qualquer plano de negócios.
Além das vending machines, Cristiane diz que os formatos de micromarketing, de pequenos espaços de autosserviço, e de inteligência artificial, como o AmazonGo, também prometem incrementar o varejo brasileiro.