Negócios e Franquias
Heineken e Coca-Cola encerram disputa para ampliar mercado nacional de cervejas e não alcoólicos
A presença da cervejaria Heineken no Brasil será ampliada a partir do segundo semestre, quando começa a valer um novo acordo que redesenha a parceria da marca com a rede de distribuição da Coca-Cola. Em um comunicado emitido no final da tarde desta quarta (24), a multinacional informou que chegou a um acordo com a Coca-Cola Femsa e o Sistema Coca-Cola Brasil para a criação de um “novo marco no relacionamento entre as empresas”, o que permitirá uma completa mudança na atuação delas no país.
A partir da metade deste ano, as empresas começarão uma “suave transição” das marcas Heineken e Amstel para uma rede própria de distribuição, adquirida da Kirin Holdings em 2017. Já o Sistema Coca-Cola continuará a oferecer os rótulos Kaiser, Bavaria e Sol junto da premium Eisenbahn e outras marcas internacionais.
Ainda como parte desse redesenho, Heineken e Coca-Cola poderão explorar outras marcas de alcoólicos e não alcoólicos fora de seus portfólios, e até certa proporção não divulgada de uma e da outra. Segundo o comunicado, isso permitirá que as duas multinacionais atendam consumidores e clientes do mercado brasileiro “com um portfólio sólido e uma gama mais ampla de opções”.
“Por meio de uma rota dupla para o mercado, seremos capazes de alcançar e atender melhor nossos consumidores e clientes com nosso amplo portfólio, alavancando dois sistemas de distribuição fortes”, disse Mauricio Giamellaro, presidente do Grupo Heineken no Brasil.
Já Luis Felipe Avellar, presidente da Coca-Cola Brasil & Cone Sul, afirmou que o “novo acordo atenderá os consumidores por muitos anos”. Segundo as empresas, o acordo terá um prazo inicial até 31 de dezembro de 2026, com possibilidade de renovação automática pelo período subsequente de cinco anos, observadas certas condições e aprovações regulatórias cabíveis.
Os valores da negociação não foram revelados.
Disputa
Segundo informa a agência Reuters, a Heineken
estava em uma disputa arbitral com a Coca-Cola Femsa para rescindir o contrato
de distribuição após a compra da Kirin Holdings, há quatro anos.
estava em uma disputa arbitral com a Coca-Cola Femsa para rescindir o contrato
de distribuição após a compra da Kirin Holdings, há quatro anos.
O acordo de redesenho da rede de distribuição, relata a agência, elimina um obstáculo legal significativo para a expansão da cervejaria holandesa no Brasil. Por aqui, ela disputa a preferência dos brasileiros com a gigante nacional Ambev, detentora de mais da metade do mercado.
A disputa pelo mercado fez as duas multinacionais investirem forte na ampliação de fábricas e de portfólios. No final do mês passado, a Ambev anunciou um investimento de R$ 370 milhões na ampliação da produção de cervejas puro malte e uma nova linha de envase na planta de Ponta Grossa (PR), onde são produzidos rótulos como Brahma Duplo Malte, Serramalte, Original e Budweiser.
Já a Heineken também investiu pesado na cidade do interior paranaense, com um aporte de R$ 865 milhões em março de 2020. Na época, a marca anunciou que o investimento seria para ampliar a produção dos rótulos Heineken e Amstel, além de uma versão sem álcool.