Negócios e Franquias
Grife francesa de culinária Fauchon prepara desembarque no Brasil, saiba onde
Famosa por preparar quitutes como macarons, éclairs, biscuits, temperos e uma infinidade de produtos culinários, a centenária grife francesa de luxo Fauchon Paris se prepara para desembarcar no Brasil ainda neste segundo semestre. Conforme revelou com exclusividade ao Bom Gourmet Negócios, a marca pretende começar a abrir lojas ou distribuir produtos nas cidades de Curitiba, Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, a partir de novembro.
Embora não revele qual delas vai ganhar a primeira unidade e nem quem são os investidores locais, a chegada da Fauchon ao país faz parte de uma estratégia que pretende ampliar a presença da marca nas Américas, onde está presente atualmente apenas no Chile, México e Estados Unidos.
As primeiras lojas em estudo para abrir no Brasil são de pontos dentro de outras operações ('corners') e temporárias, mas boutiques e cafeterias em shoppings centers e aeroportos são os principais objetivos. A Fauchon está em processo de negociação com operadores locais que ficarão responsáveis também por toda a parte logística das mercadorias.
Por aqui, serão comercializados seis formatos de operação: flagship (empório com restaurante), kiosk (conceito customizado para ambientes multimarcas), boutique (doces e delicatessen), tea boutique (linha de chás), cafeteria e snacking, um formato que a marca define como serviço de café da manhã e lanche rápido.
Os valores iniciais para a implantação dos modelos também não foram divulgados, por conta de diferenças contratuais de acordo com os interessados. Mariana Rosa, representante da Fauchon no Brasil, explica que o país é considerado prioritário para a expansão da marca, com estudos de mercado que apontaram uma grande identificação dos brasileiros com a grife.
Por isso, além dos contratos em negociação, também há uma busca por novos franqueados.
"[O perfil do franqueado buscado é] de empresas de varejo e de alimentos e bebidas que tenham expertise na operação de lojas e restaurantes de alto padrão, com uma situação financeira sólida, [alta] capacidade de investimento em Euros e desenvolver os pontos de venda de forma autônoma, cuidando da operação, da logística e da gestão de equipe", explica.
Embora reconheça que a crise provocada pela pandemia do coronavírus provocou uma diminuição na renda dos brasileiros, a Fauchon afirma que há uma demanda pelos produtos do mercado de luxo. Este, segundo ela, não foi tão afetado como o restante do varejo.
“Não está tendo crise no luxo, o cliente de alto padrão está viajando, está comprando, tanto que quando a França reabriu as fronteiras [no mês passado], tivemos reservas para semanas”, conta.
Mas, Mariana Rosa reconhece que alguns setores seguem em crise, como a gastronomia em geral e a hotelaria – exceto do Nordeste brasileiro, que já vem recuperando o movimento após a flexibilização dos decretos sanitários.
Consumo
Alguns dos perfis de cliente que a Fauchon busca no Brasil realmente estão com um poder aquisitivo menor, mas são compensados por aqueles dispostos a gastar mais. Tanto que foi um shopping de luxo do país que deu o pontapé inicial nas negociações com a grife.
“E aí eu fui identificando outros shoppings de luxo e aeroportos que conhecem a marca e querem tê-la em seus mixes de lojas, alguns dispensando até a cobrança de aluguel. Teve um aeroporto que falou ‘eu estou lotado, mas posso tirar uma operação para colocar a Fauchon aqui dentro a partir de agosto ou setembro’, o que mostra o acolhimento dos brasileiros pela marca”, diz.
Embora os shoppings e aeroportos estejam tão
interessados em uma inauguração o mais rápido possível, tudo ainda vai depender
das negociações, assinatura de contratos, projetos das lojas e importação dos
produtos. O que, segundo Mariana Rosa, não deve ocorrer antes de novembro.
interessados em uma inauguração o mais rápido possível, tudo ainda vai depender
das negociações, assinatura de contratos, projetos das lojas e importação dos
produtos. O que, segundo Mariana Rosa, não deve ocorrer antes de novembro.
1 Euro a mais
Embora as negociações estejam em andamento, ainda não há informações concretas sobre quais produtos serão vendidos, já que vai depender de como será a importação da França para cá.
De certo mesmo estão os chocolates, os azeites,
as terrines e os vinhos, entre outros processados. Mas não estão descartados os
famosos macarons, aqueles biscoitinhos leves e granulados feitos com farinha de
amêndoas e recheios variados de pistache, limão, framboesa, baunilha, caramelo
e chocolate.
as terrines e os vinhos, entre outros processados. Mas não estão descartados os
famosos macarons, aqueles biscoitinhos leves e granulados feitos com farinha de
amêndoas e recheios variados de pistache, limão, framboesa, baunilha, caramelo
e chocolate.
Lá na França, uma caixinha com cinco macarons custa 12 Euros, e por aqui chegará na faixa de R$ 79. Segundo Mariana Rosa, os produtos terão uma diferença de apenas 1 Euro dos comercializados lá, por conta dos custos de importação.
Há ainda quitutes como macarons, éclairs (que
conhecemos mais popularmente como “bombas”), chás, cafés, compotas, entre
outros. A marca foi a responsável por alçar ao estrelato chefs confeiteiros
como Pierre Hermé (que depois criou uma rede concorrente), Sébastien Godard,
Christophe Adam e Dominique Ansel.
conhecemos mais popularmente como “bombas”), chás, cafés, compotas, entre
outros. A marca foi a responsável por alçar ao estrelato chefs confeiteiros
como Pierre Hermé (que depois criou uma rede concorrente), Sébastien Godard,
Christophe Adam e Dominique Ansel.
Em meados de 2018, a Fauchon fincou os pés na hotelaria e abriu hotéis-boutiques na França e no Japão. Por aqui, a marca também está de olho neste segmento, mas atuando com produtos nos hotéis já em funcionamento.
Origens
Fundada em 1886 por Auguste Félix Fauchon como uma pequena mercearia na Place de la Madeleine, em Paris, a loja da marca se tornou um ponto turístico – e seus produtos hoje são encontrados em 18 países da Europa, Ásia, África, Oriente Médio, Oceania e América Latina.
Já aqui no Brasil, a marca ensaiou uma incursão há cerca de quatro anos para a abertura de uma loja em São Paulo. No entanto, as negociações não avançaram na época.