Negócios e Franquias
Fast Food robotizado: conheça o Bionicook, que está operando no Aeroporto de Guarulhos
Comer um lanche feito na hora sem nenhum contato humano, da compra ao preparo. Impossível? Não mais: um equipamento instalado no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, permite que você saia com mini pastéis quentinhos e outros salgados fritos na hora pelo Bionicook; segundo os criadores, o produto é o primeiro fast food robotizado do mundo.
Destaque na feira de inovação Gitex Technology Week, em Dubai, no ano passado, o equipamento é um projeto que vem sendo desenvolvido desde 2014 pelo empresário Fabio Rezler, de Caxias do Sul (RS). Administrador especialista em Gestão de Negócios, Rezler fez carreira na área metal mecânica automotiva, um segmento que conta com um nível mais avançado de robótica. "Iniciou com um redirecionamento de carreira. Eu queria estar em outro negócio em cinco anos e queria algo universal, com apelo e experiência de consumo", fala.
No cardápio do Bionicook, há 18 opções, como: iscas de frango, batata sorriso, coxinhas e pasteis de diversos sabores, salgados e doces, além de 15 bebidas (todas em lata). "O apelo é para aquele consumidor de passagem rápida, que quer pegar um lanche e seguir o seu caminho", aponta Rezler.
O cliente faz o pedido por um tablet instalado na máquina; um cuidado do empresário foi desenvolver uma interface muito parecida com a dos smartphones, para que ele consiga realizar a compra sem intercorrências. O pagamento é feito por cartão ou aproximação, e a pessoa retira o pedido em três minutos, que é frito na hora. O ticket médio do combo lanche e bebida fica entre R$ 18 e R$ 25.
Todo esse processo de preparo vem da robótica, cuja tecnologia implementada permite que o robô faça a fritura em imersão - é usado o óleo de algodão. Os produtos do menu ficam congelados dentro da máquina, a -18 graus, e são fritos a 180 graus, o que permite que a comida esteja no ponto ideal em três minutos. Para chegar a esse resultado, foram dois anos de validação, testando fornecedores, receitas, formato, congelamento e adequando o produto com a automação. Hoje, a Bionicook trabalha com dois fornecedores específicos.
Expansão
A ideia é que o fast food robotizado chegue a 300 lojas em cinco anos no Brasil; no aeroporto de Guarulhos, além do equipamento, hoje no terminal 2, nos próximos meses pelo menos mais quatro devem ser instaladas em salas de embarque.
O plano mais arrojado, porém, é para o exterior. "Imaginamos entre 1 mil e 1,5 mil lojas neste mesmo período. Por conta da feira em Dubai, tivemos uma abertura internacional muito interessante, e já estamos em negociação com países como Estados Unidos, Canadá, Espanha, Irlanda, Portugal, Inglaterra e Emirados Árabes Unidos", conta o CEO da Bionicook.
Além de aeroportos, o equipamento também entrará em operação em cinco estações de metrô em São Paulo, mas com tíquete médio mais baixo (entre R$ 10 e R$ 15 pelo combo).
Impacto no entorno
Fabio Rezler salienta que empreendimentos como o fast food robotizado geram impacto ao redor - e podem causar também certa desconfiança de outros comerciantes. Para isso, quem compra no robô também ganha um tíquete para brinde ou desconto em outras lojas parceiras. "Isso fomenta o consumo no entorno", frisa o empresário.
A geração de lixo era outra preocupação: as latas, de alumínio, já são recicláveis, mas Rezler queria encontrar uma forma de reduzir o dano ambiental. das caixinhas.
Por isso, se o cliente guardar 10 caixas e se cadastrar em um QR code na própria embalagem do lanche, ele recebe, em casa, sementes de árvores nativas. As caixinhas servem como vaso para germinação antes das sementes serem plantadas.
O cliente Bionicook também ganha um desconto de 50% em cursos on-line de uma plataforma parceira. "Queremos mostrar que as pessoas não precisam ter medo da tecnologia, mas sim que é necessário se adequar a ela", salienta Rezler.