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Negócios e Franquias

Energia limpa e formas biodegradáveis ajudam a economizar no restaurante e preservam o meio ambiente

Guilherme Grandi
13/10/2020 12:43
Já é fato que os clientes escolhem um restaurante não mais apenas pelo que é servido, mas também por sua preocupação com a sustentabilidade. E isso foi alavancado com a chegada da pandemia e a atenção cada vez maior com a alimentação saudável e o que se passa dentro da cozinha.
De olho nessa tendência cada vez mais crescente
e presente no dia a dia dos negócios, grandes marcas passaram a investir pesado
em ações que ajudam a preservar o meio ambiente e dão uma contrapartida
consciente aos clientes. A possibilidade de comprar energia elétrica de fontes
renováveis e o uso de formas de pães e bolos que eliminam o uso de água na
lavagem estão entre essas atitudes.
No começo desta semana, a gigante de bebidas Ambev anunciou a parceria de seu setor de tecnologia e inovação Z-Tech com a startup Lemon Energia, que conecta produtores de energia elétrica renovável a bares, lanchonetes e restaurantes. O objetivo é abastecer os estabelecimentos com energia solar ou eólica sem eles precisarem instalar os painéis ou aerogeradores nas suas estruturas.
De acordo com Rafael da Rosa Vignoli, fundador e CEO da Lemon, a plataforma gera créditos de energia que são descontados das contas das empresas clientes da Lemon. A economia na conta final de luz pode chegar a 20%.
“É como se pudéssemos entregar uma economia de duas contas de luz por ano aos clientes, e sem cobrar absolutamente nenhuma taxa dele. A adesão ao sistema leva menos de dois minutos e é toda feita pelo celular”, conta.
A meta da iniciativa é chegar a mais de 70 mil negócios até 2023, com uma economia de R$ 150 milhões aos empresários. Além disso, o projeto estima que 810 mil toneladas CO2 deixem de ser emitidos nos próximos três anos, o que corresponde à retirada de 675 mil carros das ruas.
Funciona?
A iniciativa começou a ser testada recentemente em Minas Gerais, no auge da pandemia, com pouco mais de 200 negócios variados entre bares, restaurantes, mercearias e outros pequenos empreendimentos. Segundo Vignoli, a economia na conta de luz ajudou os empresários a aguentarem o fechamento por alguns meses.
“A gente faz parcerias com as usinas geradoras de energia limpa, injeta essa energia na rede de distribuição e depois levamos para as concessionárias o quanto foi gerado nelas. Isso gera um crédito que repassamos aos clientes da Lemon, mas quem paga o serviço é a geradora”, explica.
Por enquanto o serviço está disponível apenas em
Minas Gerais, mas chegará ao Paraná em novembro e a outros dez estados do país
no primeiro semestre do ano que vem, como Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás,
Mato Grosso e unidades do Nordeste. A fila de estabelecimentos interessados no
serviço já passa de mil negócios variados – não há exclusividade de ser um
ponto de venda da Ambev.
Descarte consciente
As forminhas de papel se decompõem em 180 dias, em média.
As forminhas de papel se decompõem em 180 dias, em média.
Em tempos de forte estiagem em parte do Sul e Sudeste do Brasil, a preocupação com o uso racional de água está ainda maior e fez outra iniciativa sustentável ser impulsionada. As formas de bolos, pães e tortas descartáveis surgiram na Itália há mais de duas décadas e chegaram ao Brasil há quatro anos pelas mãos do empreendedor Anderson Oliveira, da Ecopack Sulformas.
A ideia é dispensar as formas de alumínio que precisam ser lavadas após cada uso, usando as descartáveis já como embalagem do produto. Embora a iniciativa gere mais lixo em um primeiro momento, a economia e a sustentabilidade compensam depois.
“As formas são feitas de papel e se decompõem naturalmente em seis meses. E há ainda a economia de água, em que se deixa de utilizar pelo menos três litros a cada lavagem, e de tempo, já que o cozinheiro não precisa untar a forma e depois desenformar o alimento”, conta Oliveira sobre as formas que podem ir do freezer ao forno e ao micro-ondas.
Desde que a iniciativa começou no Brasil, a empresa já vendeu 28 milhões de formas de mais de 100 modelos diferentes em 1,4 mil lojistas espalhados pelo país. De lá para cá, a campanha #EuNãoLavoForma acumulou uma economia de 85 milhões de litros de água.