Negócios e Franquias
Brasil abre novo mercado de industrializados na maior feira de food service do Oriente Médio
Após fechar mais de US$ 857 milhões em negócios com o mercado árabe em 2020, o Brasil vai à feira Gulfood 2021 um pouco menor por conta da pandemia do coronavírus. O evento, que começa neste domingo (21) e vai até o dia 25 em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, terá 42 empresas nacionais oferecendo produtos como proteína animal, açúcar, soja, milho e industrializados no mercado considerado um dos prioritários para as exportações brasileiras.
As dificuldades ocorridas nos
últimos meses, como a paralisação de atividades e o fechamento das fronteiras
aéreas (o país árabe segue restringindo a entrada de brasileiros), afetaram a
participação no evento deste ano, o primeiro a ser realizado presencialmente
apenas com representantes de empresas que já possuem unidades nos Emirados.
últimos meses, como a paralisação de atividades e o fechamento das fronteiras
aéreas (o país árabe segue restringindo a entrada de brasileiros), afetaram a
participação no evento deste ano, o primeiro a ser realizado presencialmente
apenas com representantes de empresas que já possuem unidades nos Emirados.
O medo de se fazer viagens de longa distância, a retomada de decisões estratégicas e a redução de custos estão entre os motivos que levaram empresários brasileiros a deixarem de participar da feira neste ano, segundo o secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasil (CCAB), Tamer Fawzy Mansour. Em 2020, poucas semanas antes da pandemia fechar as fronteiras dos dois países, foram mais de 130 empresas negociando seus produtos.
Mesmo com as dificuldades, Tamer considera que é possível abrir novas frentes de negócios com os países árabes além do que já é vendido – são US$ 8,178 bilhões em produtos do agronegócio, atrás apenas da China.
“Vejo alguns produtos que estão começando a se destacar, como o café, e industrializados como achocolatados, doces, uma linha que o Brasil está entrando agora. Falta um pouco de agressividade para as empresas brasileiras, ainda não enxergaram o potencial para esta feira”, analisa.
Embora o Brasil já tenha negócios vultuosos com o mercado árabe, Tamer explica que eles não correspondem a 1% do que os cidadãos consomem, e que há muito para crescer por lá.
Negócios pandêmicos
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) estima que o Brasil deve negociar em torno de US$ 420 milhões em novos contratos imediatos e nos 12 meses subsequentes à Gulfood 2021. Parte deste desempenho vem na esteira de negociações abertas nos últimos anos em missões do Ministério da Agricultura aos países árabes.
“Entre os principais setores com potencial de ampliarmos as vendas para aqueles mercados estão os sucos, lácteos, mel, alimentos orgânicos e funcionais, além de alimentos processados e embalados”, explica Marcio Rodrigues, gerente de agronegócio da Apex-Brasil.
Muito disso se dá pelas condições naturais de solo e clima que impedem um aumento da produção própria de alimentos na região. Os países árabes importam cerca de 60% de todo o alimento que consomem, o que deve aumentar com o crescimento econômico e populacional dos próximos anos.
“O Brasil, como player global na
segurança alimentar, tem papel estratégico para a região, pois será o país que,
com o aumento de sua produtividade, poderá atender a parte desta crescente
demanda de alimentos”, completa.
segurança alimentar, tem papel estratégico para a região, pois será o país que,
com o aumento de sua produtividade, poderá atender a parte desta crescente
demanda de alimentos”, completa.
Rodrigues explica que os Emirados Árabes Unidos estão entre os mercados prioritários mapeados pela Apex-Brasil, com uma presença que vai além e abrange, ainda, todo o Oriente Médio e Norte da África. E a realização da feira em Dubai também serve de conexão entre compradores do Sudeste Asiático e o Brasil.
Mercado halal
Entre os principais produtos exportados pelo Brasil aos países árabes está o de proteína animal com abate halal, seguindo os preceitos da religião islâmica. Tamer Fawzy Mansour explica que há cerca de 140 empresas brasileiras certificadas e aptas a exportar para lá, um número que pode aumentar ainda mais dentro do projeto ‘Halal Brasil’, que está sendo desenvolvido pela CCAB e a Apex-Brasil.
“Ele visa fomentar e internacionalizar a marca halal no Brasil, para que o consumidor árabe e muçulmano conheça e confie nela. E aí visamos o aumento significativo na exportação de produtos não apenas in natura, mas também os industrializados de valor agregado com esse selo de confiança”, diz.
Presente no mercado árabe desde 2007, a Minerva Foods e a subsidiária Athena Food exportaram 15% de suas produções de proteína animal para o mercado árabe (8% e 7%, respectivamente) no último período encerrado em setembro de 2020. Segundo Célia Sampaio, diretora de exportação das unidades do Brasil da Minerva, oito plantas brasileiras estão habilitadas para exportação de carne bovina seguindo as normas e práticas religiosas certificadas.
“Entendemos que estamos bem posicionados para atender à demanda por nosso produto neste mercado. Através de nossos escritórios internacionais, na Argélia, Egito, Líbano e Emirados Árabes Unidos, conseguimos uma relação mais próxima com nossos clientes, atendendo toda região do Oriente Médio e Norte da África”, explica.
As 42 empresas brasileiras
participantes da Gulfood 2021 serão divididas em três pavilhões: 28 delas
estarão no pavilhão Nacional, o World Food; outras oito estarão no pavilhão de
Pulses & Greens (grãos); e três empresas em Proteína Animal. A Apex-Brasil
destaca, ainda, a presença de outras 15 empresas brasileiras junto a entidades
setoriais como ABIEC (carnes) e ABPA (proteína animal).
participantes da Gulfood 2021 serão divididas em três pavilhões: 28 delas
estarão no pavilhão Nacional, o World Food; outras oito estarão no pavilhão de
Pulses & Greens (grãos); e três empresas em Proteína Animal. A Apex-Brasil
destaca, ainda, a presença de outras 15 empresas brasileiras junto a entidades
setoriais como ABIEC (carnes) e ABPA (proteína animal).
Entre os destaques da presença brasileira está a arquitetura dos pavilhões, que remetem a características do projeto do Pavilhão do Brasil na Expo 2020 Dubai, que começa em outubro deste ano em Dubai.