Negócios e Franquias
Indústrias de água mineral adotam latas de alumínio no lugar de garrafas plásticas
De olho no crescente movimento mundial pelo fim
do uso de embalagens plásticas, marcas brasileiras estão começando a investir
forte no uso de latas de alumínio e de papel mais resistente para envasar seus
produtos, principalmente bebidas e preparados diversos.
do uso de embalagens plásticas, marcas brasileiras estão começando a investir
forte no uso de latas de alumínio e de papel mais resistente para envasar seus
produtos, principalmente bebidas e preparados diversos.
Os mais recentes anúncios da adaptação das produções vieram da gigante Nestlé, que decidiu eliminar os canudos plásticos da divisão de achocolatados Nescau da fábrica de Feira de Santana (BA), e da marca paranaense Água Serra do Atlântico, que começou a envasar a água mineral em latinhas de alumínio de 310ml. Ela se somou a iniciativas semelhantes adotadas pela Ambev e Minalba desde o ano passado, de criar linhas de água enlatada.
Embora ainda mantenha o envase em garrafas de
plástico paralelo às latinhas, o diretor da marca, Christiano Loureiro, explica
que a tendência é de que a participação do alumínio ganhe mais espaço na
preferência do mercado.
plástico paralelo às latinhas, o diretor da marca, Christiano Loureiro, explica
que a tendência é de que a participação do alumínio ganhe mais espaço na
preferência do mercado.
“A indústria de água mineral é muito visada no mundo todo por conta do plástico, e existe um movimento internacional de parar a produção destas embalagens. Então decidimos dar um passo à frente e vimos que o alumínio pode ser mais utilizado e infinitamente reciclado”, conta lembrando que cada latinha da água mineral é composta de 70% de alumínio reciclado.
As pesquisas de mercado e o planejamento para iniciar a produção começaram há um ano, mas a pandemia atrasou os planos e só em outubro que as primeiras latinhas de água natural e com gás começaram a sair para venda.
Custos
Como o mercado de água mineral em lata ainda é muito novo no Brasil, a Serra do Atlântico vai testar a aderência pelo menos até junho do ano que vem, com foco no varejo e no on-trade do Paraná e Santa Catarina, além do e-commerce nacional. Depois disso é que tentará uma expansão para outros estados.
Loureiro lembra que este é um negócio promissor, visto a quantidade de outras bebidas enlatadas que estão ganhando o mercado. Na Água Serra do Atlântico, as vendas como um todo vêm crescendo em torno de 25% ao ano, e a expectativa é de que a água enlatada represente uma importante fatia do faturamento até a metade de 2021.
Mais para frente, a marca pretende levar a linha
de chás prontos para as latinhas e, depois, produzir bebidas alcoólicas neste
formato.
de chás prontos para as latinhas e, depois, produzir bebidas alcoólicas neste
formato.
Mercado
A expectativa de Christiano Loureiro faz coro às projeções da Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio (Abralatas), que mostram que o mercado das latinhas de alumínio para as mais diversas bebidas vem crescendo ano a ano desde 2016.
No levantamento mais recente, o consumo aumentou 13,7% em 2019 na comparação com o ano anterior. Em 2020, a expectativa é encerrar com um crescimento um pouco menor do que no ano passado por conta da paralisação total das fábricas de latas em março e abril, por conta da pandemia. No entanto, a expectativa é de continuar ampliando a base nos próximos anos.
“Isso acontece porque a lata é muito competitiva na questão do preço global, no final da produção. Embora neste momento os custos sejam maiores, isso se dá por conta da falta de insumos por causa da pandemia, em todos os setores. Mas, no final das contas, ela é mais competitiva na comparação com outras embalagens”, explica Cátilo Cândido, presidente executivo da Abralatas. Já são 24 fábricas no Brasil, com tecnologia de ponta fabricando 14 formatos de latas de alumínio dos mais diversos tamanhos.
Só no ano passado, o Brasil consumiu 375,7 mil
toneladas de latinhas de bebidas, e coletou e reciclou 366,8 mil toneladas – o
equivalente a 95% do total vendido. Segundo a Abralatas, o alumínio secundário
resultante da reciclagem economiza 95% da energia necessária para a produção do
metal.
toneladas de latinhas de bebidas, e coletou e reciclou 366,8 mil toneladas – o
equivalente a 95% do total vendido. Segundo a Abralatas, o alumínio secundário
resultante da reciclagem economiza 95% da energia necessária para a produção do
metal.
Na última semana, a Abralatas e a Associação Brasileira do Alumínio (Abal) firmaram um temo de compromisso com o Ministério do Meio Ambiente para fortalecer a estrutura de reciclagem de latinhas no país, apoiando o trabalho de catadores de materiais recicláveis. O compromisso das entidades faz parte da Política Nacional de Resíduos Sólidos, um conjunto de medidas aprovado em lei em 2010 que estabelece a correta destinação de todos os resíduos sólidos produzidos no país.