Mercado e Setor
Setor de alimentos e bebidas diminui fôlego por novas fusões e aquisições
Com um mercado em plena recuperação e já atingindo
o mesmo faturamento de antes da pandemia do coronavírus, o setor de alimentos e
bebidas começou a diminuir o ritmo de novas fusões e aquisições de operações. É
o que mostra o mais recente relatório da consultoria de negócios KPMG,
divulgado na última semana.
o mesmo faturamento de antes da pandemia do coronavírus, o setor de alimentos e
bebidas começou a diminuir o ritmo de novas fusões e aquisições de operações. É
o que mostra o mais recente relatório da consultoria de negócios KPMG,
divulgado na última semana.
Nos seis primeiros meses deste ano, o mercado teve uma movimentação de sociedades em grandes operadores de 17 fusões e aquisições, contra 19 no mesmo período de 2020. Foi uma queda de 10%, que teve ainda uma predominância de operações de empresas domésticas, contra cinco tocadas por empresários estrangeiros.
Embora esteja em pleno reaquecimento após mais de um ano e meio de pandemia, o setor teve uma das mais baixas performances de fusões e aquisições no período. Os shoppings centers, que passaram boa parte de 2020 fechados, tiveram 20 movimentações.
Já o setor supermercadista viu apenas duas
movimentações (uma delas a compra do Grupo Big pelo Walmart), e o de hotelaria
uma operação. Maurício Godinho, sócio-líder do setor de alimentos e bebidas da
KPMG, considera que a queda no semestre não significa uma desaceleração do
mercado.
movimentações (uma delas a compra do Grupo Big pelo Walmart), e o de hotelaria
uma operação. Maurício Godinho, sócio-líder do setor de alimentos e bebidas da
KPMG, considera que a queda no semestre não significa uma desaceleração do
mercado.
“No último ano, a indústria de alimentos e bebidas foi uma das poucas que se manteve em destaque em fusões e aquisições. O que é possível analisar nesse primeiro semestre é que, apesar de ter sofrido uma leva queda, o setor segue estável, mantendo o fluxo de recuperação”, explica.
Para ele, o mercado interno continua aquecido e gerando boas oportunidades de negócios. A mais recente foi a fusão do Burger King com a Domino’s Pizza, em meados de julho, com a expectativa de abrir mais de mil lojas no país em dez anos.
Novas gestões
Além da recente fusão do Burger King com a
Domino’s Pizza, outra grande rede de fast food também anunciou mudanças para
superar a crise da Covid-19 e voltar a crescer no mercado brasileiro. Em meados
de agosto, a filial nacional da norte-americana Subway passou a ter William
Giuduci como diretor geral para o Brasil e Cone Sul.
Domino’s Pizza, outra grande rede de fast food também anunciou mudanças para
superar a crise da Covid-19 e voltar a crescer no mercado brasileiro. Em meados
de agosto, a filial nacional da norte-americana Subway passou a ter William
Giuduci como diretor geral para o Brasil e Cone Sul.
Egresso de redes concorrentes como Burger King e
McDonald’s, Giuduci entrou com o desafio de reestruturar os negócios do Subway
no país e criar novos formatos de operação. Isso porque a rede vinha de uma
perda de faturamento de 10,5% e o fechamento de mais de 200 lojas.
McDonald’s, Giuduci entrou com o desafio de reestruturar os negócios do Subway
no país e criar novos formatos de operação. Isso porque a rede vinha de uma
perda de faturamento de 10,5% e o fechamento de mais de 200 lojas.
Em entrevista ao Bom Gourmet Negócios, ele afirmou que as unidades já estão recuperando as perdas e está treinando os cerca de 900 franqueados a abrirem novas lojas ou pontos-de-venda do Subway no país.
“Temos atualmente 1,7 mil restaurantes em operação, sendo 11% deles já reformados com o novo padrão de lojas, o que vai significar um retorno financeiro de 15% a 20%. Durante a pandemia tivemos entre 5% e 6% de lojas fechadas, mas a mesma quantidade em novas operações ou realocação das que já operavam, estamos com um saldo estável”, comentou.
Entre os novos formatos que a rede está estudando com os franqueados estão uma operação em quiosque, com um funcionário, e uma “vending machine” automatizada, que serão abastecidos com sanduíches prontos preparados nas cozinhas das operações já existentes. A expectativa é abrir as primeiras unidades nestes formatos até o final do ano no Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro.
Perto de 100%
Embora algumas operações já tenham batido em
julho o faturamento de 100% do registrado antes da pandemia do coronavírus, a
empresa de soluções digitais Goomer apurou que os clientes recuperaram 87% das
receitas mensais, em média.
julho o faturamento de 100% do registrado antes da pandemia do coronavírus, a
empresa de soluções digitais Goomer apurou que os clientes recuperaram 87% das
receitas mensais, em média.
O levantamento foi feito com estabelecimentos de
mais de 150 cidades brasileiras que utilizam cardápios digitais da empresa
desde 2019, o que permite ter uma base de comparação. Segundo Felipe Maia Lo
Sardo, CEO da Goomer, o resultado é um alento para os proprietários que não
conseguiam alcançar mais de 80% desde o início da crise sanitária.
mais de 150 cidades brasileiras que utilizam cardápios digitais da empresa
desde 2019, o que permite ter uma base de comparação. Segundo Felipe Maia Lo
Sardo, CEO da Goomer, o resultado é um alento para os proprietários que não
conseguiam alcançar mais de 80% desde o início da crise sanitária.
“No mês de junho, esse índice de recuperação era de 66%. Com as restrições impostas para contenção da segunda onda da Covid-19, que ocorreu entre fevereiro e abril, a receita média dentro da loja chegou a cair para 15% em comparação ao faturamento pré-pandemia. No ano passado, depois da primeira onda, o teto foi de apenas 65%, em novembro e dezembro”, explica.
Ainda segundo Lo Sardo, a recuperação da receita média mensal está mais rápida após a segunda onda da Covid-19 em relação à primeira. A expectativa é de que a média alcance 100% em agosto, que terá os dados divulgados até o final deste mês.