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Os restaurantes de Curitiba voltam a funcionar com salões abertos até às 22h.

Mercado e Setor

Restaurantes pedem funcionamento até 22h e prometem apoio à fiscalização em Curitiba

Guilherme Grandi
15/06/2020 17:51
A regional paranaense da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-PR) enviou um ofício à Prefeitura de Curitiba nesta segunda (15) pedindo a revisão da permissão do horário de funcionamento dos estabelecimentos e se comprometendo a ajudar na fiscalização. A medida veio dois dias depois do anúncio do decreto alterou o alerta de baixo para médio risco do avanço do novo coronavírus na cidade.
A alteração do nível da bandeira de alerta restringe o funcionamento de restaurantes e lanchonetes com salão aberto para clientes apenas das 12h às 15h. No restante do tempo, os estabelecimentos podem operar apenas nas modalidades de balcão (take away), delivery e drive-thru.
Diretor-executivo da Abrasel-PR, Luciano Bartolomeu explica que já no domingo (14) entrou em contato com o conselho de urbanismo da prefeitura pedindo uma revisão do horário permitido e que recebeu um retorno positivo da administração municipal.
"A secretaria de saúde viu que nós somos a favor das restrições por conta do aumento do número de pessoas infectadas. O que queremos é que se possa expandir os horários de funcionamento, assim não concentra muita gente em apenas um período", afirma.
A entidade pede que os estabelecimentos possam funcionar presencialmente das 12h até às 22h, deixando a critério de cada um definir se atende apenas no almoço e/ou jantar ou mesmo o dia todo, e que operem o balcão (take away), delivery ou drive-thru como considerarem melhor dentro de suas estratégias.
Luciano Bartolomeu conta que se o decreto for mantido como está, estabelecimentos que só funcionam a noite perderão o pouco fluxo de clientes que já conquistaram de novo e fatalmente vão fechar as portas. No cenário mais amplo, Abrasel-PR já estima que três em cada 10 estabelecimentos não vão reabrir as portas até o final do ano, e que este número pode ser ainda pior se a pandemia se prolongar -- 40% do setor pode fechar definitivamente.
Apoio à fiscalização
Além de pedir a revisão dos horários de funcionamento, a Abrasel-PR se comprometeu a ajudar na fiscalização de lanchonetes e restaurantes que operarem fora das normas exigidas pela Resolução 1/2020, que impõe medidas de funcionamento aos estabelecimentos.
A entidade diz que é completamente contra bares e restaurantes que funcionam com aglomeração de pessoas e que estes estabelecimentos fora das normas realmente devem ser fechados pela fiscalização.
"No ofício pedimos um reforço na fiscalização, inclusive com apoio dos associados da Abrasel, e uma punição severa contra quem promove aglomeração. E também contamos com a ajuda da população denunciando para o 156", diz Bartolomeu.
A associação dos bares e restaurantes pretendia fazer uma assembleia nesta segunda (15) para discutir como contestar o decreto 774/2020, mas suspendeu a reunião após a prefeitura confirmar a reanálise das medidas, o que deve ocorrer ainda nesta tarde.
"Talvez vamos chegar a um bom termo de um equilíbrio disso. Embora os representantes dos setores digam que está tudo em ordem, nem todos estão seguindo adequadamente os protocolos", disse Márcia Huçulak, secretária municipal de saúde, ao Meio Dia Paraná, da RPC.
Enquanto não sai uma mudança no decreto, a Abrasel-PR recomendou aos associados que sigam a legislação e não abram os estabelecimentos fora do horário permitido.
Carta conjunta
As medidas propostas pela Abrasel-PR também fazem parte de uma carta que será enviada à prefeitura até terça (16) assinada em conjunto com a Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar), Rede Empresarial do Centro Histórico e o movimento Fechados pela Vida.
A carta conjunta pede, ainda, regras mais claras de fechamento do comércio, com uma explicação melhor da diferença de um setor para o outro, a ocupação inteligente do transporte público e mais agilidade no atendimento às demandas do 156.
O grupo pede ainda a extensão das medidas de ajuda do governo federal na proteção aos empregos e o acesso às linhas de crédito prometidas para financiar o capital de giro.

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