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Facilidade na obtenção de crédito e luz mais barata estão entre os objetivos das novas medidas do governo federal.

Mercado e Setor

O que virá de ajuda do governo federal aos restaurantes depois da pandemia da Covid-19?

Guilherme Grandi
31/08/2020 12:42
Embora o mundo ainda viva sob a dúvida de quando a pandemia do novo coronavírus vai realmente acabar, empreendedores já se perguntam o que virá de ajuda depois que as medidas emergenciais do governo federal terminarem. Linhas especiais de crédito como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (Medida Provisória 936/2020 que se tornou a lei 14.020) seguem em vigor apenas enquanto durar o estado de emergência, mas serão substituídos por um novo pacote de retomada da economia que deve ser anunciado ainda nesta semana.
É o que explicou Carlos da Costa, secretário especial de produtividade, emprego e competitividade (Sepec) do Ministério da Economia, em um dos painéis do Congresso Nacional da Abrasel, realizado na última semana em Brasília. De acordo com ele, a pasta recebeu cerca de três mil demandas do setor produtivo brasileiro, sendo que 1,5 mil conseguiram ser efetivamente atendidas – boa parte delas de representantes dos setores de alimentação fora do lar e hospitalidade.
Segundo Costa, a agenda pós-pandemia do governo federal terá medidas como um novo sistema de garantias direto aos empresários – não mais aos bancos – e de desburocratização para a abertura de novas empresas, de itens fiscalizatórios e desoneração de tributos trabalhistas.
“Precisamos, no final do ano, um bom ambiente de negócios para os negócios com mais liberdade para os empresários atenderem. Temos que fazer com que os empresários prosperem”, disse.
O secretário reconhece que as medidas emergenciais ao setor produtivo demoraram a chegar e, quando chegaram, tiveram entraves burocráticos no caminho. Essa é a causa apontada por entidades representativas do setor, como a própria Abrasel e a Associação Nacional de Restaurantes (ANR), para o fechamento definitivo de quatro em cada dez bares e restaurantes em todo o país.
Medidas
Carlos da Costa diz que as novas medidas a serem anunciadas na próxima semana, já ventiladas pelo presidente Jair Bolsonaro na abertura do Congresso Nacional da Abrasel na última terça (26), devem fazer o Brasil avançar mais de 70 posições no ranking internacional de avaliação do ambiente de negócios – o país ocupa atualmente a 124ª posição.
Entre as medidas mais esperadas pelos empresários do setor de alimentação fora do lar está a questão das linhas de crédito para o capital de giro e pagamento da folha salarial na retomada da economia. A maior reclamação é quanto à falta de garantias reais exigidas pelos bancos públicos e privados, mesmo com a promessa da união de garantir estes recursos.
“O Sistema Nacional de Garantias de Créditos vai ajudar as empresas a aumentarem sua produtividade. Até agora, a garantia era dada ao banco e ele escolhia a quem dar. Agora a garantia será dada às empresas, e as empresas é que vão levar isso aos bancos, o que vai aumentar a concorrência”, conta.
Também será incentivada a formalização e a digitalização dos negócios, com um trabalho feito principalmente por entidades como o Sebrae e o Senai. Segundo o secretário, a expectativa é melhorar a gestão de dois milhões de negócios no país, em especial pequenos bares e restaurantes que terão ferramentas de controle das operações.
Luz mais barata?
E ainda o projeto de lei 232/2020, que trata da modernização do marco regulatório do setor elétrico do país. Costa diz que a abertura do mercado livre de energia e a redução em 50% do valor do gás natural vão ajudar a reduzir a conta de luz dos estabelecimentos.
“Com o choque do gás barato principalmente nas termelétricas, o preço vai cair sim na ponta final [dos bares e restaurantes”, diz.
Também estão previstas outras medidas dentro do plano de retomada pós-pandemia, como um novo marco do empreendedorismo para as pequenas empresas, a proteção aos acionistas minoritários, entre outras. Para o secretário, as medidas vão ajudar a reduzir o chamado “custo Brasil” e aumentarem a produtividade de toda a cadeia de alimentação fora do lar e hospitalidade.

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