Mercado e Setor

Restaurantes devem ser desinfetados do teto ao chão para retomar o atendimento presencial

Guilherme Grandi
14/07/2020 14:36
Após duas semanas de salões e cozinhas fechados, no caso dos que não entregam por delivery ou balcão (take away), os restaurantes de Curitiba podem ser autorizados a reabrir as portas para atendimento presencial nesta quarta-feira (15).
Os estabelecimentos passaram 14 dias fechados por conta do decreto de quarentena mais restritiva imposto em sete regiões do Paraná, incluindo a capital e região metropolitana. O litoral entrou em quarentena uma semana depois. O anúncio do fim das restrições pode ser anunciado na tarde desta terça (14) pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior.
A volta aos trabalhos deve ser não só de renovação dos estoques, mas também de uma desinfecção completa de toda a operação para dar uma segurança a mais aos clientes. Mencionar isso a eles quando pisarem no restaurante vai garantir pontos na preferência e fidelização para a retomada dos negócios.
Essa desinfecção do ambiente e da cozinha, incluindo todo o mobiliário, pode ser mais simples do que se imagina. E engana-se quem pensa que é preciso apelar para produtos caros nestes dias de cuidados redobrados.
Produtos à base de peróxido de hidrogênio ou de ácido peracético já dão conta do trabalho e a aplicação deles depende apenas de um pano ou de uma máquina vaporizadora. Além de secarem rapidamente e permitirem o uso da cozinha apenas 10 minutos após a aplicação, ambos custam pouco -- em média R$ 0,15 por metro quadrado.
Michael Santos da Silva, diretor de marketing e qualidade do Grupo GS, de Curitiba, explica que a tecnologia destes produtos avançou tanto que eles podem ser usados em qualquer superfície tanto da cozinha como do salão. E até mesmo os equipamentos de processamento dos alimentos podem ser limpos com eles.
“Além de ser um bom limpador, o peróxido de
hidrogênio é também um bom desinfetante dentro da cozinha e do salão, já que
não agride as superfícies das bancadas, móveis e estofados, e pode aplicar até
mesmo nos eletros, já que não oxida os metais", explica.
O peróxido de hidrogênio é a mesma solução química usada na desinfecção de equipamentos urbanos, restaurantes e hospitais na Europa e na Ásia, e também em cidades brasileiras como Curitiba e São Paulo.
Do teto ao chão
Michael explica que as duas soluções funcionam bem, mas que o peróxido de hidrogênio desinfeta mais uniformemente e não necessita de enxágue. Mais indicado para a limpeza da cozinha do restaurante, a solução deve ser aplicada do teto ao chão com o uso de uma máquina vaporizadora, que ajuda a espalhar o desinfetante sem desperdício.
"Cada litro de peróxido de hidrogênio limpa
12 metros quadrados de ambiente, na proporção de um para 50 litros de
água", indica.
Segundo o gerente de qualidade do Grupo GS,
especializado em higienização profissional, o ideal é que a limpeza seja feita
pelo menos duas vezes ao dia.
"Se não der para fazer duas vezes ao dia, que seja feita antes de começar o funcionamento e na troca de turnos. Como a aplicação e o tempo de secagem são rápidos, a cozinha logo fica pronta para o uso", completa.
Cuidados
Apesar de ser um limpador "universal"
tanto de bancadas, cubas, eletros e mobiliário do salão, deve-se tomar alguns
cuidados na aplicação do peróxido de hidrogênio:
  • Alimentos: precisam ser acondicionados em embalagens que os protejam do desinfetante.
  • Fiações: a aplicação com máquina vaporizadora não deve ser apontada para tomadas e iluminação. Estes devem ser limpos posteriormente com um pano umedecido na solução, tomando cuidado para não respingar nos pontos de contato elétrico.
  • Proteção: a aplicação com a máquina vaporizadora deve ser feita com o uso de luvas, máscara e óculos de proteção.
  • Enxoval: louças, talheres e copos não devem ser limpos com o peróxido de hidrogênio, mas nas máquinas de lavagem automática com o uso de produtos químicos que limpam, desinfetam e já deixam o enxoval polido para a utilização. Restaurantes que não possuem este tipo de equipamento e lavam as louças com água e sabão, Michael recomenda a limpeza de todo o enxoval pelo menos uma vez ao dia, deixando os utensílios de molho na solução de peróxido de hidrogênio na proporção de 1/50 em torno de 10 minutos. Depois, basta enxaguar em água corrente e colocar para servir de novo.
"A limpeza do restaurante que passar muito tempo fechado vai ter que ser completa de teto a piso, em todo campo de manipulação do alimento", esclarece.
Além destes cuidados com os equipamentos e
utensílios, também é recomendável a limpeza constante das mãos com água e sabão
e todas as medidas indicadas pelas autoridades de saúde e especialistas:
  • Quantidade menor de colaboradores na cozinha, apenas o necessário para a operação da demanda do restaurante.
  • Evitar o contato físico entre os cozinheiros, ou o menos possível.
  • Evitar ao máximo as conversas desnecessárias próximo dos alimentos.
  • Fazer a higienização constante dos utensílios entre uma prova ou outra do preparo ou ao compartilhá-los.
  • Lavar os alimentos e as mãos ao colocá-los ou tirá-los do estoque e após entregar o prato pronto ao garçom. O mesmo vale no caminho contrário, quando o prato volta do salão para a limpeza.
  • Reforço na higienização com álcool em gel 70%.

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