Mercado e Setor
Restaurantes vão crescer 8% até o fim do ano, mas ainda com dificuldades, estima a Abrasel
Passados quase dois anos e meio de pandemia da Covid-19, com idas e vindas de decretos restritivos e liberações, o setor de restaurantes e alimentação fora do lar no geral vai fechar 2022 com um crescimento real de 8%. É o que prevê a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) ao analisar o ritmo de retomada desde que as restrições começaram a ser suspensas em agosto do ano passado.
De lá para cá, apesar da escalada da inflação
dos alimentos e dos serviços essenciais, o setor terminou 2021 com um
crescimento de 5%, mas a duras penas que os clientes só sentem uma pequena
parte no cardápio.
dos alimentos e dos serviços essenciais, o setor terminou 2021 com um
crescimento de 5%, mas a duras penas que os clientes só sentem uma pequena
parte no cardápio.
Enquanto que a inflação média do período ficou em 12%, com picos de até 40% na gasolina e 16% nos alimentos, os preços dos pratos tiveram um repasse médio de apenas 6,3%, longe do que seria o ideal para cobrir todos os custos e as dívidas contraídas ao longo da pandemia.
Levantamento recente da entidade aponta que a recuperação do setor está mais lenta do que o esperado por conta da crise econômica que atinge o país, e faz com que 6 em cada 10 restaurantes não consigam lucro nenhum no dia a dia. Na verdade, 3 em cada 10 estão trabalhando com prejuízo mês a mês, e outros 3 fecham as contas sem perdas ou ganhos.
O que ajuda a engrossar a quantidade de
empresários que estão com empréstimos atrasados e dificuldade para pagar as
parcelas: são 6 em cada 10 no Brasil.
empresários que estão com empréstimos atrasados e dificuldade para pagar as
parcelas: são 6 em cada 10 no Brasil.
Em entrevista ao Bom Gourmet Negócios, Paulo Solmucci, presidente nacional da Abrasel, explica que a recuperação está sendo desigual, seja por conta do segmento de atuação e/ou pela localização, já que muitos são dependentes de áreas comerciais onde o trabalho híbrido se tornou rotina.
“Os restaurantes de elite estão ganhando muito por conta das dificuldades de se viajar para o exterior, quem tem mais poder aquisitivo está gastando aqui mesmo. Já os da base da pirâmide, mais populares, também estão indo bem por conta dos auxílios do governo. Mas, aqueles mais voltados à classe média estão sofrendo, com a inflação corroendo a renda das famílias”, analisa.
Neste último episódio da temporada do Mercado Gastronômico, podcast da Gazeta do Povo e da Pinó em parceria com a Meta, Solmucci explica detalhadamente como está a recuperação do setor de restaurantes após dois anos e meio de pandemia, as dificuldades em contratar mão-de-obra qualificada (que devem se aprofundar ainda mais) e o que se espera do futuro para os negócios. Ouça abaixo:
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