Mercado e Setor
Restaurantes estimam recuperação a partir de outubro com a vacinação
Mais da metade dos micros e pequenos empreendedores brasileiros já enxergam uma possível recuperação da economia a partir de agosto, quando a vacinação contra a Covid-19 deve estar mais avançada. É o que revela uma pesquisa inédita do Sebrae divulgada na última semana e corroborada com a opinião das principais entidades representativas do comércio – entre elas as do setor de alimentação fora do lar.
De acordo com a análise, 54% dos pequenos
negócios dizem poder retomar o faturamento até 18 de agosto, com base em dados
da Fiocruz e do cronograma para a entrega de vacinas do Ministério da Saúde e
dados populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o estudo, cerca de 9,5 milhões de empreendedores dizem que conseguirão
retomar o nível de atividade equivalente ao registrado antes da pandemia.
negócios dizem poder retomar o faturamento até 18 de agosto, com base em dados
da Fiocruz e do cronograma para a entrega de vacinas do Ministério da Saúde e
dados populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o estudo, cerca de 9,5 milhões de empreendedores dizem que conseguirão
retomar o nível de atividade equivalente ao registrado antes da pandemia.
São negócios que, segundo o Sebrae, atuam principalmente nos setores relativamente menos atingidos pela crise e que teriam uma reação mais rápida de recuperação, como o comércio de alimentos, saúde e bem-estar e serviços empresariais. Um alento para o varejo, mas não para o segmento de bares e restaurantes, como pontua a entidade.
Segundo Carlos Melles, presidente do Sebrae, a
recuperação de serviços que dependam mais de consumo presencial ficará mais
para frente. Isso porque a pandemia alterou o comportamento das pessoas,
principalmente aqueles que podem ser substituídos pelas plataformas digitais.
recuperação de serviços que dependam mais de consumo presencial ficará mais
para frente. Isso porque a pandemia alterou o comportamento das pessoas,
principalmente aqueles que podem ser substituídos pelas plataformas digitais.
“Mesmo com o avanço significativo da vacinação, alguns comportamentos não serão alterados rapidamente. Assim como é esperado que as pessoas continuem evitando grandes concentrações ainda por algum tempo”, explica.
No caso de bares e restaurantes, a retomada a esse nível de atividade só deve começar a ocorrer por volta do dia 11 de outubro, quando 100% da população com mais de 25 anos for imunizada. E mais: de acordo com o Sebrae, os setores de Turismo e Economia Criativa devem demorar ainda mais e voltar ao patamar de faturamento anterior à pandemia apenas em 2022.
Só a vacina salva
As entidades representativas do setor são unânimes em afirmar: só o avanço da vacinação vai salvar o setor de uma falência geral. E quanto mais rápida ela ocorrer, menor será a quantidade de empreendedores fechando as portas de vez.
Só nos três primeiros meses deste ano foram 35 mil bares, lanchonetes e restaurantes encerrando as atividades de vez, que se somaram aos cerca de 300 mil do ano passado. Entre os motivos que provocaram esse agravamento da situação estão o próprio recrudescimento da pandemia no Brasil, que fez os estados e cidades apertarem as medidas restritivas de circulação; a falta de ajuda governamental para apoiar o setor e a lentidão na vacinação, com as previsões de entrega de vacinas sendo descumpridas conforme o anunciado.
Presidente nacional da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci explica que o avanço da imunização no curto prazo já vai dar um fôlego para o sistema de saúde e, consequentemente, para a permissão dos restaurantes voltarem a atender presencialmente.
“Nós devemos vacinar um milhão de pessoas por dia, atingindo todos com mais de 60 anos e os grupos prioritários. Isso representa de 80% a 85% da demanda do sistema de saúde no Brasil. Com isso nós não vamos ter mais problemas de UTI, e iremos aos poucos voltando ao normal”, pontua.
É com base nestes números que o Sebrae estima a
recuperação do setor, de acordo com este estudo. Especialistas ouvidos pela
entidade apontam que, atualmente, o ritmo de vacinação está em torno de 700 mil
doses ao dia, e que chegará próximo à capacidade do SUS, de 3,04 milhões de
doses diárias, até o dia 24 de maio, com 100% dos idosos com mais de 60 anos e
dos profissionais de saúde imunizados com as duas doses.
recuperação do setor, de acordo com este estudo. Especialistas ouvidos pela
entidade apontam que, atualmente, o ritmo de vacinação está em torno de 700 mil
doses ao dia, e que chegará próximo à capacidade do SUS, de 3,04 milhões de
doses diárias, até o dia 24 de maio, com 100% dos idosos com mais de 60 anos e
dos profissionais de saúde imunizados com as duas doses.
Para o Sebrae, esse grupo seria ampliado com o restante dos grupos prioritários até o dia 6 de julho, com profissionais da educação, segurança, transportes, industriais e pessoas com comorbidades.
“Sabemos que a vacina é o único meio capaz de devolver a economia ao eixo da normalidade. Por isso, apoiamos todas as iniciativas que têm sido adotadas para ampliar a disponibilidade de vacinas para a população. Quanto mais rápido imunizarmos todos os brasileiros, mais rápida será a retomada dos pequenos negócios”, completa Melles.
Políticas públicas
No entanto, enquanto a vacinação não avança, o diretor-executivo da Associação Nacional de Restaurantes (ANR), Fernando Blower, explica que é preciso implantar políticas públicas eficazes de fomento ao setor desde já.
“Como uma nova rodada do BEm (o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda) e do Pronampe, isenções de impostos, tudo isso ajuda na retomada mesmo sem a vacinação no curto prazo”, analisa.
Ele reconhece que é difícil manter um bom nível de vendas com as restrições de circulação, e que só a vacinação vai trazer mais segurança tanto para os empresários como para os clientes. No entanto, Blower acredita que não dá mais para fechar de vez os restaurantes, mas que as operações precisam realmente ser limitadas para não haver um retrocesso dos casos.
“Tem que continuar sendo prudente, não é hora ainda de soltar o freio. Temos que voltar com calma e segurança”, completa.