Mercado e Setor

Queijo colonial do Sudoeste do Paraná é reconhecido com Indicação Geográfica

Beatriz Ponte
18/06/2025 19:05
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O reconhecimento abrange tanto a qualidade quanto a produção do queijo colonial em 42 municípios da região Sudoeste do Estado. Crédito: Sebrae/PR.

O queijo colonial produzido no Sudoeste do Paraná recebeu nesta terça-feira (17) o registro de Identificação Geográfica (IG), concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A certificação reconhece não apenas a qualidade do produto, mas também a importância histórica e cultural da região como polo tradicional na produção de queijos. O reconhecimento abrange 42 municípios da área delimitada. 
O processo de obtenção da certificação teve apoio do Sebrae-PR, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná/Iapar/Emater), Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Cresol, além de prefeituras e produtores da região. Com esse reconhecimento, a expectativa agora é ampliar o mercado, agregar mais valor ao produto e gerar aumento no faturamento.
Para Claudemir Roos, presidente da Associação dos Produtores de Queijo Artesanal do Sudoeste do Paraná (Aprosud), que abrange mais de 18 produtores de 11 municípios, responsáveis pela produção de 17 toneladas de queijo por mês, a certificação é um reconhecimento à dedicação dos produtores. 
“Traz, sem dúvidas, a atenção de mais compradores, maior valor aos nossos produtos e, com certeza, mais renda para o campo e para as famílias que fazem da produção de queijo o seu ganha-pão. Além disso, atrai a atenção de outros agricultores que desejam produzir. Quem ganha com isso é a região”, afirma Claudemir. 
O reconhecimento da IG também reforça a relevância da atividade leiteira no Sudoeste do Paraná. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), a região concentra cerca de 20 mil produtores de leite, responsáveis por uma produção anual estimada em 1 bilhão de litros. Trata-se da principal bacia leiteira do estado, base fundamental para a produção do queijo colonial certificado.
História, qualidade e tradição: a cultura queijeira no Sudoeste paranaense
O reconhecimento da IG também valoriza a tradição queijeira que atravessa gerações no Sudoeste do Paraná, como é o caso de Angela Bach, de Santa Izabel do Oeste. Em sua família, a produção do queijo começou de forma artesanal nos anos 1990, com apenas duas vacas. Hoje, a propriedade produz cerca de 800 litros de leite por dia e faz entregas por toda a região. “Essa conquista da IG representa muito, porque traz reconhecimento a essa história que se repete em tantas outras famílias”, pontua Angela
Selo identificador da Indicação de Procedência do Queijo Colonial do Sudoeste do Paraná. Crédito: Divulgação.
Selo identificador da Indicação de Procedência do Queijo Colonial do Sudoeste do Paraná. Crédito: Divulgação.
Paraná é o segundo estado com mais IGs do país
Com a conquista do queijo colonial do sudoeste, o Paraná alcançou 19 Indicações Geográficas, sendo o segundo estado brasileiro com mais certificações deste tipo, ficando atrás apenas de Minas Gerais, que soma 21.
Antes desta, a última IG concedida ao Paraná havida sido em maio deste ano, com a Carne de Onça de Curitiba, iguaria símbolo da boemia da capital paranaense. O processo de certificação começou em março de 2023 e garantiu ao prato o selo de reconhecimento como uma receita tradicional e exclusivamente curitibana. A conquista também reforça a declaração da cidade que, em 2016, reconheceu o prato como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial de Curitiba.
O Paraná ainda tem 11 produtos em processo de análise para a conquista da Identificação Geográfica, como as cervejas artesanais de Guarapuava, o pão no bafo de Palmeira e a ponkan de Cerro Azul.