Mercado e Setor
Shoppings do PR fecham as portas, mas restaurantes podem operar apenas delivery
Os shoppings centers e galerias de todo o Paraná fecham as portas a partir desta sexta-feira (20) para evitar a aglomeração de pessoas e prevenir o contágio do novo coronavírus. A determinação faz parte de um decreto do governador Carlos Massa Ratinho Junior anunciado na tarde de quinta (19) pelo secretário-chefe da Casa Civil, Guto Silva, e restringe o funcionamento de lanchonetes e restaurantes apenas para entregas por delivery.
A medida afeta o atendimento presencial de milhares lanchonetes, restaurantes e sorveterias com unidades em shoppings centers e galerias de todo o estado, e vale por tempo indeterminado. Segundo Guto Silva, a medida foi necessária para reduzir o movimento de pessoas nos centros de compras.
“Todos os dias estaremos anunciando medidas de prevenção, restritivas e administrativas para, de forma integrada com a sociedade para combater o coronavírus”, explica.
Só em Curitiba são 580 estabelecimentos de alimentação funcionando dentro de shoppings centers. Apesar disso, o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Paraná (Abrasel-PR), Nelson Goulard Junior, afirma que o decreto foi bem recebido pelo setor e que agora não é hora de pensar no impacto que a determinação terá no faturamento.
“Porque eles eram obrigados a ficar abertos senão eram multados pelos shoppings sem nenhum cliente para atender, além do perigo de contágio pelos próprios empresários e colaboradores”, explica.
Reduzir o impacto
Com isso, a expectativa é de que a proibição de atendimento presencial derrube o faturamento. Para tentar mitigar as perdas, os empresários donos de operações em shoppings centers já buscam formas de negociar contas como aluguel e condomínio dos espaços.
A decisão tanto do Paraná como de São Paulo fez a Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings Centers (Alshop) criar um canal de atendimento para orientar lojistas em dificuldade sobre como proceder para negociar taxas de locação e condomínio junto aos shoppings. Uma equipe de especialistas orienta os empresários pelo email contato@alshop.com.br .
Restaurantes de rua
Por outro lado, um decreto da Prefeitura de Curitiba publicado também nesta quinta (19) estabelece uma série de regras para o funcionamento de restaurantes, bares, lanchonetes, padarias, supermercados e hipermercados. Segundo o documento assinado pelo prefeito Rafael Grecam estes estabelecimentos podem continuar funcionando deste que:
1- distribuam as mesas e ocupação do espaço com distância mínima de 1,5 metro entre uma pessoa e outra.
2- restaurantes de self-service devem destacar atendentes com luvas limpas, touca e máscara própria à manutenção de alimentos para servir os clientes, de forma a diminuir o contato com os utensílios de uso geral.
3- restrição de acesso ao estabelecimento, de forma que haja condições de as pessoas se manterem a distância de 1,5 metro uma da outra.
4- acesso, atendimento ou pagamento através de filas também com a distância de 1,5 metro de uma pessoa para a outra.
As determinações se somam ao decreto expedido no começo da semana que proíbe reuniões e eventos com mais de 50 pessoas, e à recomendação emitida nesta quinta (19) de que os estabelecimentos funcionem somente até à meia-noite.
Para Vaneska Berçani, presidente do conselho fiscal da Abrasel-PR, as medidas restritivas não são suficientes para ajudar no funcionamento dos restaurantes. Para ela, o poder público precisa ir além.
“O que não vimos por parte de nossas autoridades são as medidas para auxiliar as empresas neste momento. A resposta da sociedade civil é sempre mais rápida que o público”, analisa.
A petição elaborada na terça-feira (17) com demandas do setor de alimentação fora do lar foi protocolada na manhã desta quinta (19) na Prefeitura e no Palácio Iguaçu. O documento é composto de pedidos como isenção de tributos e contribuições e suspensão de contas como água e luz no período em que os restaurantes possam estar fechados, flexibilização dos contratos de trabalho para evitar uma demissão em massa, e a abertura de linhas de crédito para capital de giro com juros mais baixos.
As administrações municipal e estadual estudam formas de minimizar os impactos da crise do novo coronavírus no setor de alimentação fora do lar. Novas medidas devem ser divulgadas na próxima semana.