Mercado e Setor
Metade das microcervejarias do Paraná corre o risco de fechar até o fim do ano
Um levantamento divulgado nesta terça-feira (16) pela Associação das Microcervejarias do Paraná (Procerva) mostra que quase a metade das empresas (49%) deve fechar as portas até o final do ano por causa da pandemia do coronavírus.
A pesquisa realizada com 38 empreendedores de todo o estado aponta que o mercado das cervejas artesanais teve uma retração de até 81% do faturamento nestes três meses de restrições e que apenas 15% deles continuam trabalhando normalmente.
De acordo com a entidade, a redução do faturamento se explica pela menor quantidade de produto vendido: de 799 mil litros antes da pandemia para 153 mil litros em média ao mês. O levantamento aponta que apenas 13% dos empreendedores tinham uma reserva de caixa suficiente para alguma eventualidade e que 59% das cervejarias restantes não conseguiram sequer ter acesso às linhas de crédito prometidas pelo governo federal para financiar a folha de pagamento e o capital de giro. Com isso, 53% das cervejarias entrevistadas tiveram que demitir colaboradores -- em torno de 20% do total da mão de obra, que era de 312 trabalhadores.
Perguntados como ficará o quadro de funcionários se a situação continuar assim até novembro, 33% das cervejarias afirmaram que vão demitir todos os colaboradores e outros 27% disseram que devem encerrar os contratos de mais da metade deles.
Isso é reflexo da queda do faturamento provocado pelas regras de isolamento e distanciamento social, além dos decretos que fecharam bares e restaurantes. Aproximadamente 55% das microcervejarias deixaram de receber de 50% a 90% dos produtos comercializados nos estabelecimentos, amargando um prejuízo que dificulta, ainda, o pagamento dos fornecedores daquelas que seguem com alguma produção e das contas básicas de água, luz e telefonia (95% não conseguiram negociar as taxas de serviços básicos).