As vinícolas brasileiras exportaram 12,4 milhões de litros de derivados de uva em 2021 para 53 países do mundo, o dobro do volume registrado no ano anterior. É o que aponta o relatório mais recente da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra) com dados do Comextat/MDIC - Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

De acordo com o levantamento, os vinhos finos
representaram 8,1 milhões de litros das bebidas exportadas, um aumento de
83,25% na comparação com 2020 – de 4,4 milhões de litros. As mais de 10,8
milhões de garrafas chegaram a países como Paraguai, Haiti, Rússia, China e
Estados Unidos.

Já os espumantes tiveram um saldo positivo
menor, de apenas 21,36, passando de 770 mil para 935 mil litros. Por outro
lado, a exportação de suco de uva também deu um salto, embora em menor volume –
alta de 144,59, chegando a 3,3 milhões de litros.

Para Deunir Argenta, presidente da Uvibra, os
vinhos brasileiros vêm se destacando pelo mundo não apenas pela qualidade que
tem melhorado a cada ano.

Em 2021, o Brasil avançou ainda mais na conquista de premiações internacionais, feito que influencia diretamente na imagem do vinho brasileiro no exterior.

Foram 414 medalhas – recorde histórico -, 29% a mais que em 2020, com medalhas em 18 concursos realizados na Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Espanha, França, Grécia, Hungria, Inglaterra, Luxemburgo e Portugal.

Embora as vendas não tenham sido recordes na comparação com anos passados, a Uvibra considera que o reforço na divulgação e as premiações têm ajudado na melhora contínua do mercado. O recorde anterior era de 2009, quando foram exportados 28,4 milhões segundo a Uvibra.

Além do câmbio favorável para compras externas e
ações em feiras, missões comerciais e eventos promocionais, o salto nas vendas
também teve o impulso a partir da assinatura de um convênio de cooperação técnica
e financeira entre a Uvibra-Consevitis e a Apex-Brasil.

O acordo destinou uma verba de R$ 5 milhões para
promover os rótulos brasileiros em países-alvo como a China, Estados Unidos,
Reino Unido, Portugal e Alemanha. Também entram na lista o Chile (maior
exportador para o Brasil), Colômbia, Paraguai, Peru e Japão.

Segundo a Uvibra, estes países têm conhecido cada vez mais as características do terroir dos vinhos brasileiros, que variam entre as 26 regiões de 10 estados do país. “Essa pluralidade de terroirs é única no mundo”, diz.

Por outro lado, os brasileiros continuam
comprando vinhos de outros países, principalmente do vizinho Chile. É o que
revela o levantamento da Ideal Consulting, especializada no segmento, divulgado
recentemente.

De acordo com a consultoria, a importação de
vinhos cresceu 4,8% em 2021, alcançando 158,4 milhões de litros. Desses, 58,5
milhões são procedentes do Chile, o equivalente a R$ 850,5 milhões.