Mercado e Setor
Evino compra a Grand Cru e cria importadora de vinhos com faturamento de R$ 700 milhões
Após seis de negociações, o e-commerce de vinhos Evino finalizou a compra da Grand Cru, misto de importadora e loja para a venda final ao consumidor, de acordo com informações do jornal O Estado de São Paulo publicadas nesta segunda (25) e confirmadas pelo Bom Gourmet Negócios.
A transação, que foi concretizada neste final de semana, não teve o valor revelado. A compra da Grand Cru pela Evino cria a 3ª maior importadora de vinhos do Brasil, com um faturamento estimado na casa dos R$ 700 milhões.
Com a aquisição, a Evino se posiciona atrás apenas da Wine.com.br (que incorporou a Cantu neste ano) e da VCT, o braço da chilena Concha Y Toro no Brasil. A transação, segundo Ari Gorenstein, co-CEO da marca, vai ampliar a capilaridade de atendimento aos clientes B2C e B2B, no mercado presencial e online.
"Identificamos uma complementaridade enorme entre os negócios da Evino e da Grand Cru. Percebemos que a combinação das empresas poderá trazer aos consumidores uma proposta de valor e experiência omnichannel única", disse.
Diferente do que foi publicado mais cedo, a transação ainda aguarda um parecer final do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Mantém a marca
De acordo com um comunicado enviado ao Bom Gourmet Negócios na tarde desta segunda (25), a marca Grand Cru será mantida mesmo com a aquisição de 100% das ações pela Evino. A nova proprietária afirma que ambas constituem modelos de negócios complementares, "tanto em termos de portfólio como em canais de expertise e segmentação de clientes".
A aquisição também não interrompe os planos de expansão da Grand Cru pelo país, que hoje já conta 110 lojas e prevê mais 17 novos pontos até o fim do ano.
"Hoje ambas as empresas têm times robustos e extremamente necessários para explorar na integralidade esse potencial que estamos gerando. Não é com redução de equipe que a tese de aproximação se sustenta, muito pelo contrário", afirma Alexandre Bratt, CEO da Grand Cru.
Com a transação, a Grand Cru também deixa de fazer parte do portfólio do Aqua Capital, empresa de ações com investimentos nas áreas de alimentação e agronegócio, do qual era integrante desde 2015. Para Agustin Blanco, managing director da investidora, a união das duas empresas forma um importante player no mercado global de vinhos.
"O grupo Aqua fica muito satisfeito com a integração entre as empresas, que reflete todo aprimoramento, governança e profissionalização que realizamos com a Grand Cru ao longo dos 7 anos juntos, sempre visando um crescimento robusto e acelerado", avalia.
A aprovação pelo Cade deve levar de 30 a 45 dias.