Thumbnail

Entre as medidas estão afastamento de trabalhadores com mais de 60 anos e grávidas, monitoramento de temperatura e uniformes esterilizados.

Mercado e Setor

Produtores de frutas e verduras estabelecem medidas de proteção para evitar desabastecimento

Guilherme Grandi
21/03/2020 18:10
Produtores e indústrias processadoras de frutas, legumes, verduras e flores firmaram um compromisso nesta semana para evitar o desabastecimento de alimentos no país, com uma série de medidas de prevenção ao contágio do novo coronavírus que vão do campo ao supermercado. O documento, assinado por diversas entidades, é uma forma de mostrar à população que não vai faltar comida nos supermercados e restaurantes que continuarão atendendo mesmo que por delivery ou no balcão durante a pandemia da covid-19.
A carta atesta que toda a cadeia produtiva está empenhada em manter a produção garantindo a saúde dos colaboradores e dos consumidores, com medidas que devem ser seguidas por todos os responsáveis pela produção de alimentos no país. Segundo Enrico Milani, CEO da indústria paranaense de alimentos a vácuo Vapza e membro da Produce Marketing Association (PMA), a indústria está empenhada em produzir os alimentos necessários sem subir os preços.
“As industrias, as embaladoras, as processadoras de frutas, vegetais, legumes e flores estão trabalhando para evitar o desabastecimento do mercado sem riscos de contaminação”, explica.
Milani salienta que comerciantes e industriais que elevarem os preços dos produtos por conta da grande demanda da população, serão repreendidos pelo poder público e mesmo pelas entidades associativas do setor. Para ele, serão tolerados aumentos apenas justificados, como dos produtos importados afetados pela variação cambial.

Medidas

Para garantir o abastecimento de alimentos à população, as associações de produtores e processadores de alimentos estabeleceram as seguintes medidas que devem ser seguidas por todos os empresários do setor:
1- Afastamento de trabalhadores acima de 60 anos, grávidas e pessoas com problemas respiratórios do dia a dia da produção de alimentos.
2- Monitoramento da temperatura dos colaboradores que continuam trabalhando na entrada do turno e ao longo do dia.
3- Uso de uniformes esterilizados diariamente na produção.
4- Limpeza redobrada de todos os equipamentos utilizados na produção dos alimentos, do campo à indústria, e uso frequente de álcool-gel para higienizar as mãos.
5- Nas áreas de trabalho fechadas, a distância entre funcionários essenciais deve ser aumentada, adotando rigorosas precauções de higiene na etapa de embalagens.
6- Na etapa de logística, os motoristas de caminhão devem passar por uma triagem. Se apresentarem sintomas da covid-19, devem ser orientados a procurar órgãos de saúde. Se liberados para o trabalho, devem ficar isolados para diminuir o risco de contaminação e o veículo precisa passar por limpeza frequente antes, durante e depois do transporte de produtos.
7- Suspensão de visitas externas de pessoas que não estão em escala de trabalho.
8- Nos pontos de venda, as precauções devem ser severas para segurança da equipe de reabastecimento das prateleiras para atender à crescente demanda dos consumidores, que esperam produtos frescos seguros e de alta qualidade.
9- Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), não há transmissão do novo coronavírus através do consumo de alimentos. No entanto, é essencial mostrar aos consumidores que as empresas da cadeia de frutas, legumes e verduras adotam os mais altos níveis de segurança e higiene alimentar.
10- Campanhas de conscientização dos consumidores, com as recomendações de precaução emitidas pela OMS sobre boas práticas de higiene durante manuseio e preparação de alimentos para uma dieta saudável e equilibrada, rica em frutas e legumes durante o surto.
11- usar as redes sociais e ações diretas com os consumidores esclarecendo a importância de lavar as mãos com frequência, usar diferentes tábuas e facas para carne crua e alimentos cozidos para evitar a potencial contaminação cruzada.
Livre circulação
A garantia do livre transporte de alimentos pelas estradas do Brasil foi
divulgada no Diário Oficial da União nesta sexta-feira (20), com um decreto do
poder executivo que torna a indústria de alimentos e bebidas – além de seus
fornecedores – como atividades essenciais.
“É vedada a restrição à circulação de trabalhadores que possa afetar o funcionamento de serviços públicos e atividades essenciais, e de cargas de qualquer espécie que possam acarretar desabastecimento de gêneros necessários à população: produção, distribuição, comercialização e entrega, realizadas presencialmente ou por meio do comércio eletrônico, de produtos de saúde, higiene, alimentos e bebidas”, esclarece o decreto.
Veja, ainda, o que estabelece o compromisso firmado pelas associações para
manter o abastecimento do mercado brasileiro de alimentos e bebidas:
1 - A cadeia produtiva está comprometida e executando todos os procedimentos recomendados pelos órgãos do governo para garantir a saúde dos seus trabalhadores, desde o campo até os supermercados.
2- Produtores, transportadores, processadores e distribuidores estão comprometidos para que não ocorra falta de alimentos à população brasileira, com o compromisso de abastecer as redes de supermercados de todo o país.
3- É possível que haja uma possível redução da capacidade de produção e processamento, para resguardar os trabalhadores do campo e das casas de embalamento. O setor está organizando escalas e respeitando as famílias para que possam cuidar dos filhos, parentes e amigos.
4- O setor afirma estar, de forma colaborativa, comunicando amplamente sobre as práticas de higiene para o combate da disseminação do vírus.
O compromisso da indústria para com a população é assinado conjuntamente pelo Produce Marketing Association (PMA), Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), Associação de Produtores de Citrus de Mesa (ABCM), Instituto Brasileiro de Horticultura (Ibrahort), Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), Associação Brasileira dos Exportadores de Frutas (Abrafrutas) e pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

Participe

Qual prato da culinária japonesa você quer aprender a preparar com o Bom Gourmet?

NewsLetter

Seleção semanal do melhor do Bom Gourmet na sua caixa de e-mail