Mercado e Setor
Brasileiros passam a pedir mais delivery nos fins de semana, pizza e hambúrguer lideram
As restrições de funcionamento dos restaurantes
por causa da pandemia da Covid-19 ficaram no passado, mas o hábito de se pedir
delivery vai continuar em alta – e sem sinais de queda.
por causa da pandemia da Covid-19 ficaram no passado, mas o hábito de se pedir
delivery vai continuar em alta – e sem sinais de queda.
É o que indica a nova pesquisa conduzida pela Brain Inteligência Estratégica em parceria com o FoodCo., a comunidade da Pinó para donos de restaurantes, divulgada na última semana aos assinantes.
Segundo o novo levantamento, que ouviu 1.182 pessoas em 10 capitais brasileiras, 9 em cada 10 pessoas (92%) vão continuar pedindo comida em casa no dia a dia em paralelo à volta aos restaurantes presenciais.
Mas, com uma frequência que também acompanha a
suspensão das restrições. Se nos meses mais pesados da pandemia, o delivery era
a única saída para provar a comida dos restaurantes, agora ele vai mais para os
fins de semana, em momentos em família ou com amigos.
suspensão das restrições. Se nos meses mais pesados da pandemia, o delivery era
a única saída para provar a comida dos restaurantes, agora ele vai mais para os
fins de semana, em momentos em família ou com amigos.
A volta ao trabalho presencial na maioria das
empresas – ou mesmo o híbrido – restringiu os pedidos de delivery aos fins de
semana (36%) ou até duas vezes ao longo da semana (30%).
empresas – ou mesmo o híbrido – restringiu os pedidos de delivery aos fins de
semana (36%) ou até duas vezes ao longo da semana (30%).
Marcos Kahtalian, sócio-fundador da Brain e responsável pela pesquisa, explicou ao Bom Gourmet Negócios que estes números mostram como o delivery não pode deixar de fazer parte da estratégia dos restaurantes. Em média, o serviço de entrega responde por 15% a 30% do faturamento.
“O delivery se tornou um canal de vendas inevitável para as operações de alimentação. Temos que entender que ele já está incorporado no consumo das famílias brasileiras”, analisa.
E isso já vem de antes da pandemia, quando 4 em cada 10 brasileiros tinham o hábito de pedir comida em casa. Esse número passou para 6 e segue em crescimento, segundo Kahtalian: “uma coisa reforça a outra. Se um dia eu vou em um restaurante presencial e tenho uma boa experiência, no outro vou pensar em pedir no delivery caso não consiga ir lá de novo”.
Delivery se consolida na rotina
Embora o hábito de se pedir delivery agora esteja mais restrito nos fins de semana ou esporadicamente nos dias úteis, Marcos Kahtalian afirma que a leitura da pesquisa indica uma consolidação na rotina das famílias. Ou seja, entra de vez no orçamento das pessoas.
“O que a gente observa é que a família ou mesmo a pessoa acaba fazendo uma programação para o uso do delivery. O delivery passou a conviver com a alimentação tradicional”, observa.
A pesquisa aponta dois momentos de consumo no
dia a dia dos brasileiros nessa “convivência” de hábitos: o fim de semana, de
compartilhamento com a família ou amigos, e dos dias de semana, da rotina do
trabalho e da refeição cotidiana.
dia a dia dos brasileiros nessa “convivência” de hábitos: o fim de semana, de
compartilhamento com a família ou amigos, e dos dias de semana, da rotina do
trabalho e da refeição cotidiana.
E isso se reflete diretamente nos itens mais
pedidos pelo delivery, geralmente comidas para compartilhar ou tidos como de
“merecimento” nos fins de semana, após uma longa semana de trabalho.
pedidos pelo delivery, geralmente comidas para compartilhar ou tidos como de
“merecimento” nos fins de semana, após uma longa semana de trabalho.
As pizzas lideram a preferência dos brasileiros
no delivery, com 69% dos pedidos, seguidas pelos hambúrgueres (59%) e comida
japonesa (27). Para Kahtalian, não há muita surpresa nisso, já que as pizzarias
foram as precursoras das entregas.
no delivery, com 69% dos pedidos, seguidas pelos hambúrgueres (59%) e comida
japonesa (27). Para Kahtalian, não há muita surpresa nisso, já que as pizzarias
foram as precursoras das entregas.
“Depois vem os hambúrgueres, que são uma
refeição completa com proteína e carboidrato, além de uma sensação de
merecimento; e a comida japonesa, que aparece como uma comida mais saudável, de
itens frescos, e também para momentos especiais”, explica.
refeição completa com proteína e carboidrato, além de uma sensação de
merecimento; e a comida japonesa, que aparece como uma comida mais saudável, de
itens frescos, e também para momentos especiais”, explica.
A evolução do hambúrguer
O crescimento dos pedidos de hambúrgueres também se explica pela própria evolução do mercado. Kahtalian lembra que, antigamente, as pizzarias tinham uma enorme variedade de opções e combinações, enquanto que os sanduíches somavam poucos preparos.
Com o tempo, os empresários passaram a caprichar mais nos preparos e combinações, com diferentes ingredientes mais chamativos – e preços convidativos. Aliás, o valor cobrado pela refeição é levado ao pé da letra de importância para 1/3 dos entrevistados, que consideram também o frete grátis e a rapidez na entrega na hora de pedir o delivery.
“E o próprio hábito das pessoas que moram sozinhas ou com pouco tempo para preparar uma refeição acabaram acelerando o crescimento dos pedidos de hambúrgueres para qualquer momento do dia, como almoço, jantar ou um lanche mesmo”, afirma o responsável pela pesquisa.
Ainda entre os mais pedidos no delivery, os entrevistados afirmaram que levam em consideração a qualidade do produto (58%) e tempo de entrega (25%). Este último, por sinal, é preciso estar no raio de atenção dos empresários, para que a qualidade e o tempo de entrega caminhem juntos nas estratégias de vendas e expansão.