Mercado e Setor
Película e tecido especiais protegem contra a variante ômicron nas mesas dos restaurantes
O avanço da variante ômicron do coronavírus ligou o sinal de alerta em bares e restaurantes de todo o Brasil – mais uma vez. Isso porque, segundo especialistas, ela é mais transmissível que a Delta, que chegou a circular no país, e a versão original do SARS-CoV-2.
Não à toa, passadas as festas de final de ano, os registros de novos casos dispararam, embora com uma menor letalidade e sintomas mais leves em quem já completou o esquema vacinal. Mas, ainda assim, uma fonte de preocupação para quem ainda tem receio de sentar em uma mesa de restaurante.
E com um agravante: por ser mais transmissível,
a ômicron também fica ativa por mais tempo em superfícies como mesas,
corrimões, pegadores de alimentos, etc. É o que explicou Margareth Dalcolmo,
pneumologista e pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz
(Ensp/Fiocruz), em entrevista à GloboNews na manhã desta quarta (5).
a ômicron também fica ativa por mais tempo em superfícies como mesas,
corrimões, pegadores de alimentos, etc. É o que explicou Margareth Dalcolmo,
pneumologista e pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz
(Ensp/Fiocruz), em entrevista à GloboNews na manhã desta quarta (5).
“Essa cepa tem também contágio através de superfícies, a gente chama até de ‘doença do corrimão’, ela pega muito facilmente”, disse.
A preocupação com esse tipo de contágio já vem desde o início da pandemia no Brasil, em março de 2020, tanto que laboratórios e universidades desenvolveram amplas pesquisas de materiais que ajudassem a evitar a transmissão. Com as novas variantes, os trabalhos foram retomados para atualizar os produtos.
Película para superfícies
Uma delas é a película desenvolvida para envelopar mesas, pegadores, balcões, puxadores e todo tipo de superfície de contato das mãos, desenvolvida pela empresa paulista Borkar. O material foi certificado na época pelo Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), e já se comprovou eficaz contra as variantes ômicron e delta.
Segundo Ramatis Radis, gestor e pesquisador da empresa, a eficácia é a mesma, de 99,74% de eliminação do vírus. Isso porque o material utilizado na película, de micropartículas de prata, provoca o mesmo efeito em todas as variantes.
“A micropartícula de prata provoca o rompimento da membrana lipídica do vírus, que seria a capa dele, inativando e eliminando-o”, disse.
O material, que funciona como um adesivo para envelopar as superfícies, demorou quatro meses para ser desenvolvido e consumiu R$ 1,5 milhão em investimento.
A película tem uma duração sem prazo de validade, desde que receba uma manutenção adequada sem o uso de produtos químicos. São produzidos dois tamanhos do adesivo em diferentes gramaturas para usos específicos, a partir de R$ 77,25 à venda em marketplaces parceiros da marca.
Tecido para toalhas
Outro material com capacidade antiviral é uma linha de tecidos para o uso em toalhas de mesa, aventais e máscaras. Criado pela startup paulista Nanox Intelligent Materials, o material elimina o vírus da Covid-19 em apenas dois minutos, com eficácia de 99,99%.
Criado também após pesquisas do ICB-USP, o tecido já é produzido por diversas tecelagens brasileiras, entre elas a paulista Delfim Indústria Têxtil. Também com capacidade contra as variantes, o material tem a mesma tecnologia de micropartículas de prata que são inseridas na fase final de fabricação.
O tecido de poliéster com algodão, ao final, tem a mesma aparência de um comum, mas com as propriedades antivirais. Os pedidos sob demanda podem ser feitos no site da indústria.