Mercado e Setor
Brasileiros pretendem levar comida de casa na volta ao trabalho presencial
A retomada da economia com o avanço da vacinação já está alterando o formato de trabalho dos brasileiros, com muitas empresas retornando ao trabalho presencial nos escritórios. E isso começa a mexer com a dinâmica dos restaurantes das cidades do país, em um primeiro momento como um alento após mais de um ano e meio de crise e centros urbanos com pouco movimento.
No entanto, esse retorno às ruas não deve significar exatamente uma volta aos tempos de filas em restaurantes de buffet e a la carte – pelo menos não em um primeiro momento. É o que aponta a nova pesquisa setorial de hábitos de consumo da Galunion Consultoria, realizada entre o final de julho e o começo de agosto com 1,1 mil pessoas em todo o país.
A quarta onda da pesquisa apontou que os brasileiros que voltarão ou já voltaram ao trabalho presencial ainda não pretendem sentar em um restaurante. Entre os motivos estão o receio de contaminação da Covid-19 ou a queda no poder de compra. Este últimos, aliás, é algo que já vinha sendo anunciado por economistas desde o final do ano passado.
De acordo com a pesquisa, a maioria dos
brasileiros que voltam a ter uma jornada de trabalho totalmente presencial
pretende levar comida feita em casa para o consumo nos escritórios (60%),
enquanto que apenas 12% vão se sentar em um restaurante, lanchonete, praça de
alimentação ou padaria.
brasileiros que voltam a ter uma jornada de trabalho totalmente presencial
pretende levar comida feita em casa para o consumo nos escritórios (60%),
enquanto que apenas 12% vão se sentar em um restaurante, lanchonete, praça de
alimentação ou padaria.
“Isso evidencia que, mesmo com a vacina, ainda há uma preocupação de acordo com as preferências ao realizar as refeições, seja dentro ou fora do lar", explica Simone Galante, CEO da Galunion Consultoria.
É um cenário muito parecido com o apurado entre os brasileiros que terão uma jornada híbrida de trabalho, em que 44% vão levar comida feita em casa e 24% pretendem almoçar em restaurantes.
Impacto na renda
A queda nos rendimentos familiares explica essa mudança de hábitos, de acordo com a pesquisa: 43% afirmaram que sofreram uma diminuição da renda ou estão sem ganho nenhum no momento.
E isso reflete no consumo fora de casa, como evidenciou reportagem recente do Bom Gourmet Negócios sobre restaurantes que viram uma queda na quantidade de clientes por causa do aumento de preços de itens do dia a dia. Com uma renda menor, as pessoas cortam gastos nos estabelecimentos (57%) e substituem pela refeição feita em casa.
Outro dado que pode ter relação com essa queda na renda é a quantidade de pessoas que dizem pretender pular a refeição: 4% entre os que voltam ao trabalho totalmente presencial, e 7% para os que terão uma jornada híbrida.
E o home office?
Embora muitas empresas já estejam retomando o
trabalho presencial ou pretendem fazê-lo nos próximos meses, outras vão manter
seus colaboradores em home office.
trabalho presencial ou pretendem fazê-lo nos próximos meses, outras vão manter
seus colaboradores em home office.
A nova pesquisa da Galunion Consultoria aponta
que 15% dos brasileiros entrevistados vão continuar trabalhando totalmente em
casa, e isso vai diminuir ainda mais a frequência aos restaurantes.
que 15% dos brasileiros entrevistados vão continuar trabalhando totalmente em
casa, e isso vai diminuir ainda mais a frequência aos restaurantes.
“Oitenta por cento irão comer algo feito em casa, 22% preferem pedir delivery e 15% optam por comer comida comprada pronta dentro de casa”, afirma Simone Galante.
Experiência no restaurante
Em um apanhado geral dos que vão continuar trabalhando em casa, terão jornada híbrida ou retornam totalmente aos escritórios, apenas 30% deles se sentem dispostos a sentar em um restaurante para uma refeição completa. A maioria mostra o desejo de levar comida ao trabalho presencial.
E aqui há dois pontos a se prestar a atenção:
48% vão apenas pela necessidade de almoçar, e 40% buscam uma experiência de
comer fora, com serviço amigável e de qualidade. Para Nathália Royo,
especialista em inteligência de mercado da Galunion, isso evidencia a
importância de se atualizar para se tornar mais competitivo para os clientes
que adquiriram novos hábitos e buscam por novidades.
48% vão apenas pela necessidade de almoçar, e 40% buscam uma experiência de
comer fora, com serviço amigável e de qualidade. Para Nathália Royo,
especialista em inteligência de mercado da Galunion, isso evidencia a
importância de se atualizar para se tornar mais competitivo para os clientes
que adquiriram novos hábitos e buscam por novidades.
“As inovações se destacaram como um diferenciador nessa questão, já que 29% seriam motivados a sair para comer pratos ou menus novos e inovadores e/ou que não podem ser reproduzidos em casa. Outros 25% pela oportunidade de consumir em ambientes com conceitos novos e interessantes”, completa.
A experiência no restaurante dos que se dispõem a voltar a frequentá-los passa pela manutenção dos protocolos sanitários para evitar a contaminação do coronavírus. Dos brasileiros que pretendem voltar às ruas, 81% dizem se preocupar com o uso de máscaras por todos os funcionários, mesmo com a liberação em algumas cidades.
Outros 80% se preocupam com a disponibilização de álcool em gel, 76% com o distanciamento entre pessoas e mesas, e 73% com procedimentos de higiene na entrada.
O pagamento digital ou por proximidade é uma preocupação para 32% dos entrevistados, enquanto que pedidos digitais ou por QR-code são lembrados por apenas 18% deles.
A pesquisa também apontou que 53% dos brasileiros pretendem frequentar restaurantes com boa ventilação natural ou com mesas em varandas, e 29% com espaços abertos e ao ar livre com mesas nas calçadas.