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Eventos devem continuar digitais ou em modelo híbrido por mais algum tempo.

Mercado e Setor

Mercado de eventos digitais continuará fortalecido após a pandemia

Alexandre Rodrigues*
20/07/2021 17:25
O impacto da pandemia no mercado de eventos no
Brasil e no mundo foi altíssimo, e muitas empresas ainda sofrem para se
reinventar ou inovar em um momento de tantas incertezas. Foi necessária uma
adaptação radical às novas regras do jogo tanto por parte dos compradores e
demandantes de eventos (empresas, organizadores e promotores), quanto por parte
dos fornecedores deste mercado.
Todos, sem exceção, tiveram que se ajustar às
novas tecnologias, digitalização, ambientes online e outras tendências que se
tornaram realidade muito rapidamente, em detrimento de uma transformação mais
lenta e gradual que naturalmente aconteceria, mesmo sem a pandemia.
Ainda que com alguns sustos e dificuldades,
muitos já conseguiram se adaptar e encontraram grandes vantagens nesta nova
maneira de pensar e executar eventos, enquanto outros ainda torcem a cada dia
pela retomada dos formatos presenciais "como antes".
Então vem a pergunta: como será o futuro deste
mercado no Brasil? Como ficarão as coisas com a vacinação de grande parte da
população e a consequente "imunização de rebanho" ou até mesmo com o
fim da pandemia nesta intensidade?
Por ora, creio que a maioria das empresas e
organizadores já aceitaram que os eventos permanecerão predominantemente
digitais até pelo menos o fim de 2021, tendo em vista compromissos firmados
recentemente por governadores de alguns dos maiores estados do país, de que
toda a população adulta terá acesso às vacinas até o fim de outubro. Mas e
depois, o que acontece?
Ampla vacinação significa que estaremos livres
de riscos para retomar os eventos presenciais ou, ao menos, fazê-los de forma
híbrida (onde alguns participantes encontram-se presencialmente em centros de
eventos, enquanto outros – geralmente a maioria – assistem o mesmo evento de
suas casas)? Se ainda houver riscos, qual será o momento correto para que as
empresas optem por voltar a ter alguma presença em ambientes físicos, deixando
de ser 100% formato digital?
Ainda são muitas as perguntas. No entanto, tudo leva a crer que o próximo ano já será diferente para o mercado de eventos, com uma retomada gradual do presencial. E com a mudança de cenário, as companhias deverão segmentar os seus eventos.
Quais serão realizados na modalidade
predominantemente online? Quais serão híbridos e quais serão presenciais?
A tendência é que treinamentos, pequenos
debates, reuniões executivas, entre outros eventos de menor porte, permaneçam
quase que 100% digitais, enquanto os encontros de médio e grande porte voltem
para suas estruturas físicas, somados à presença virtual, a fim de aumentar
capilaridade e garantir que mais pessoas tenham acesso ao conteúdo,
independente de onde estiverem.
Uma coisa é certa: a tecnologia veio para ficar, ora como único meio de transmissão do evento, ora para complementar e capilarizar a experiência do público no presencial.
Dados recentes da consultoria Grand View
Research corroboram essa visão promissora sobre o mercado. A estimativa é que o
setor de eventos virtuais alcance um crescimento de aproximadamente 1000% na próxima
década, saltando de US$ 78 bilhões em 2020 para US$ 774 bilhões em 2030.
A projeção aponta ainda para um mercado mais
eficiente com o passar do tempo. Isto é, haverá maiores investimentos em
tecnologia e esse desenvolvimento do mercado irá trazer mais benefícios para as
empresas que optam pelo online e os resultados que elas procuram.
Comparado a um evento presencial, as vantagens
de um formato online para as empresas são inúmeras. Entre as principais estão a
redução de custos, dado que não há gastos com deslocamento de palestrantes ou
convidados, e a ampliação do alcance, uma vez que fica mais fácil atingir
milhares de pessoas no online do que no presencial.
Além disso, há ainda o acesso a resultados e
métricas que se tornam acionáveis pós-evento, já que a empresa tem disponíveis
informações precisas de presença e engajamento do público – sempre em
conformidade com Leis de Segurança da Informação e Proteção de Dados – que
podem ensinar muito sobre seus clientes e o conteúdo transmitido, permitindo
uma melhoria contínua da qualidade do evento como um todo.
Para oferecer a melhor experiência para quem participa, a premissa é fazer eventos com um propósito – não apenas por fazer.
É essencial ter um motivo, um objetivo claro e bem definido para realização daquele evento, para aquele público, naquele momento, e ter métricas de resultado bem definidas e mensuráveis.
Se a empresa possui essas respostas, a
tecnologia para realização do evento digital atuará a seu favor. Tudo o que é
medido pode ser melhorado, e uma das principais vantagens do evento no ambiente
digital é exatamente a possibilidade de avaliar e aprender com estas métricas.
Com isso, o organizador continua aprimorando e refinando sempre a qualidade dos
conteúdos.
Da necessidade de se reinventar, o setor evoluiu
e continuará bastante aquecido nos próximos anos, se desenvolvendo à medida que
novas tecnologias surgem. Tempos incríveis estão por vir.
*Alexandre Rodrigues é co-fundador e CEO da Evnts, startup de tecnologia que permite a realização e gestão de eventos corporativos digitais de ponta a ponta.

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