Mercado e Setor
Argentinos abrem hub logístico em Itajaí para aumentar exportação de vinhos ao Brasil
De olho no avanço do consumo de vinhos finos pelos brasileiros durante a pandemia do coronavírus, a entidade argentina Fundação ProMendoza está inaugurando um hub logístico em Itajaí (SC) para aumentar a presença dos rótulos do país no Brasil. O empreendimento, lançado na manhã desta quinta (22) em um evento virtual, compreende um espaço de 75 mil metros quadrados em depósitos fiscais públicos e privados na cidade portuária.
O objetivo da entidade é facilitar a negociação dos vinhos argentinos – segundo colocado no consumo dos brasileiros, atrás apenas dos chilenos – principalmente para pequenas empresas que tenham dificuldade na logística dos produtos entre a principal região produtora do país e o mercado nacional. Neste primeiro momento, o espaço armazena em torno de 19 mil garrafas.
Segundo a Fundação ProMendoza, a região é responsável por 70% da produção nacional de vinhos, e envia ao Brasil apenas 30% do que produz. O objetivo é aumentar este montante para 50%, com a conquista de novos clientes e distribuidores por aqui.
Mário Lázzaro, gerente da entidade, conta que o
espaço vai funcionar de maneira específica para a coleta, separação e
distribuição dos vinhos, com a facilidade de adquirir qualquer rótulo em maior
ou menor quantidade de pedidos, diminuindo os riscos da operação e os custos
com viagens de negociação.
espaço vai funcionar de maneira específica para a coleta, separação e
distribuição dos vinhos, com a facilidade de adquirir qualquer rótulo em maior
ou menor quantidade de pedidos, diminuindo os riscos da operação e os custos
com viagens de negociação.
“A ideia da criação do Hub Logístico é incentivar as vendas das pequenas empresas, vencendo obstáculos como a distância, favorecendo a internacionalização e sem a obrigatoriedade de comprar um container inteiro para exportar seus produtos”, explica.
Para se ter uma ideia, a importação de vinhos argentinos teve um aumento de 26,5% em volume e 13,6% em valor em 2020 na comparação com 2019 segundo dados da consultoria Ideal Consulting. O consumo fez o país latino desbancar os portugueses da segunda posição entre os preferidos dos brasileiros.
A negociação de produtos da região de Mendoza no
hub logístico de Itajaí irá além dos vinhos, englobando também espumantes e
gêneros alimentícios como azeite, frutas em caldas, secas e cristalizadas,
hortaliças, verduras e castanhas. Entre os 128 países compradores das
mercadorias da região, o Brasil é o segundo, com 22% do montante – os Estados
Unidos somam um pouco mais, 23%.
hub logístico de Itajaí irá além dos vinhos, englobando também espumantes e
gêneros alimentícios como azeite, frutas em caldas, secas e cristalizadas,
hortaliças, verduras e castanhas. Entre os 128 países compradores das
mercadorias da região, o Brasil é o segundo, com 22% do montante – os Estados
Unidos somam um pouco mais, 23%.
No apanhado geral de 2020, o comércio entre Mendoza e o Brasil teve um aumento de 13% entre os produtos primários e de 12% entre os de origem agropecuária (MOA). Já os vinhos mendocinos representaram 93% das exportações da bebida no ano passado.
Negociações
Entre as atividades que já estão em desenvolvimento no hub logístico de Itajaí estão rodadas de negócios e degustações online entre exportadores, compradores e fornecedores. Com foco no setor varejista por e-commerces, empórios e enotecas das regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste, os eventos online são realizados em etapas ao longo do ano, com a primeira ocorrendo até o dia 3 de maio.
Ao todo já estão confirmadas 480 reuniões com 13
vinícolas mendocinas, que vão enviar amostras de 60 marcas de vinhos a partir
do hub de Itajaí. Segundo André Roldo, CEO da Satori Trading Ltda, parceira da
Fundação ProMendoza, este formato de relacionamento facilitará a negociação dos
produtos, de forma mais rápida e com melhor custo-benefício.
vinícolas mendocinas, que vão enviar amostras de 60 marcas de vinhos a partir
do hub de Itajaí. Segundo André Roldo, CEO da Satori Trading Ltda, parceira da
Fundação ProMendoza, este formato de relacionamento facilitará a negociação dos
produtos, de forma mais rápida e com melhor custo-benefício.
“Nosso objetivo é atender a demanda de produtos importados da Argentina, sobretudo para o setor supermercadista e empresas ligadas à gastronomia em todo o território nacional”, explica.
Gaetano Prisco, coordenador de promoção
comercial e responsável pelo mercado brasileiro da entidade, conta que a
fundação espera ter um crescimento expressivo do comércio de produtos de
Mendoza no Brasil.
comercial e responsável pelo mercado brasileiro da entidade, conta que a
fundação espera ter um crescimento expressivo do comércio de produtos de
Mendoza no Brasil.
“Não sabemos quanto tempo vai durar a pandemia
do Coronavírus, mas Mendoza está preparada para fazer envios massivos. Por
isso, seguimos fazendo negócios, mesmo que de nossas casas”, completa.
do Coronavírus, mas Mendoza está preparada para fazer envios massivos. Por
isso, seguimos fazendo negócios, mesmo que de nossas casas”, completa.
Tributação
Segundo a Fundação ProMendoza, a entidade ficará
responsável por tornar todo o processo de importação e logística mais seguro e
menos burocrático, “de maneira a respeitar as normas de comercialização no
Brasil, desde especificações no rótulo até o cadastro do item importado junto
aos órgãos brasileiros de controle”, disse em comunicado.
responsável por tornar todo o processo de importação e logística mais seguro e
menos burocrático, “de maneira a respeitar as normas de comercialização no
Brasil, desde especificações no rótulo até o cadastro do item importado junto
aos órgãos brasileiros de controle”, disse em comunicado.
“O Regime Aduaneiro Especial de Entreposto
Aduaneiro na Importação é o que permite a armazenagem de mercadoria estrangeira
em recinto alfandegado de uso público, com suspensão do pagamento dos impostos
e contribuições federais incidentes na importação”, explica André Roldo.
Aduaneiro na Importação é o que permite a armazenagem de mercadoria estrangeira
em recinto alfandegado de uso público, com suspensão do pagamento dos impostos
e contribuições federais incidentes na importação”, explica André Roldo.
Ao Bom Gourmet Negócios, a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia informou que o Acordo de Complementação Econômica nº 35 isenta do imposto de importação os vinhos produzidos no Mercosul vendidos ao Brasil. A eles, normalmente, incidem apenas tributos federais como IPI, PIS e Cofins.