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iFood, Rappi e 99Food fazem ações para minimizar os efeitos da pandemia do coronavírus em restaurantes e famílias de entregadores.

Mercado e Setor

Aplicativos de delivery dobram gorjetas e doam cestas básicas a afetados pelo coronavírus

Guilherme Grandi
12/05/2020 13:30
Responsáveis por 61% dos pedidos para entrega de comida em casa segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), os aplicativos de delivery no formato de marketplace estão repassando parte das taxas cobradas aos restaurantes como gorjetas aos entregadores, para fundos de auxílio a restaurantes em dificuldades e doação de cestas básicas a comunidades carentes.
Embora não informem valores, apps como iFood, Uber Eats, Rappi e 99Food tiveram um salto de até 50% na quantidade de usuários e de estabelecimentos cadastrados nestes dois primeiros meses de isolamento social para conter o avanço do coronavírus no Brasil.
Responsável por 57,1% dos pedidos, o iFood registrou um aumento de 170% nas gratificações dadas aos entregadores, totalizando uma arrecadação e repasse de mais de R$ 4 milhões no mês de abril.
A foodtech brasileira também antecipou os recebimentos dos restaurantes em até 7 dias após a venda, sem custo adicional; criou um fundo de assistência de R$ 50 milhões aos estabelecimentos parceiros que passam por dificuldades por conta dos salões fechados; e a devolução das taxas de pedidos feitos para retirar no balcão .
"Começamos focando esforços na proteção do ecossistema, com os entregadores, restaurantes e clientes, mas sabemos que é importante fazer mais e ajudar a sociedade como um todo”, afirma Fabrício Bloisi, CEO do iFood.
Na questão social, a empresa captou 80 toneladas de alimentos por meio de uma parceria com a ONG Ação da Cidadania, e fez mais uma doação dobrando para 160 toneladas a quantidade repassada a famílias carentes em situação de vulnerabilidade em todo o país.
As doações foram encaminhadas principalmente para a região sudeste do país, onde "já havia muitas pessoas impactadas pelas chuvas", disse Rodrigo 'Kiko' Afonso, diretor-executivo da ONG.
Mais ações
Já os outros aplicativos de marketplace, responsáveis por 27% das vendas de delivery no Brasil, também se movimentam para auxiliar restaurantes e famílias carentes neste período de pandemia.
Segunda plataforma mais utilizada para pedidos de delivery segundo a Abia, o Uber Eats isentou a taxa de entrega dos pequenos e médios restaurantes e também dos pedidos feitos pelo aplicativo para retirada no balcão; autorizou o repasse diário dos valores arrecadados em mercados específicos; e autorizou que usuários da plataforma contribuam com uma quantia extra aos seus estabelecimentos preferidos.
Os entregadores da marca contam ainda com reembolso para itens como álcool em gel e máscaras utilizadas no trabalho, assistência por até 14 dias de isolamento em caso de contágio pela Covid-19, e serviço de orientação médica online do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo.
Entre as ações sociais, o Uber Eats fez parceria para a doação de cestas básicas à Central Única das Favelas (Cufa), e de transporte gratuito a profissionais de saúde e doadores de sangue de todo o país e aos pesquisadores do Hemorio, no Rio de Janeiro. A plataforma ainda lançou uma ferramenta para auxiliar mulheres vítimas de violência doméstica.
A colombiana Rappi criou um fundo de apoio financeiro aos entregadores com sintomas ou confirmação da Covid-19 pelo período de 15 dias em que estiverem de quarentena, além de orientar colaboradores e estabelecimentos sobre os cuidados a serem tomados para evitar o contágio.
Entre as ações sociais, a empresa fez parceria com as ONG's Gerando Falcões, Amigos do Bem e TETO e o Instituto Jô Clemente, em São Paulo, para arrecadar mais de R$ 500 mil em donativos, cestas básicas, galões de água e kits de higiene para os mais necessitados. E está doando 50 mil refeições para quatro mil profissionais da saúde que trabalham em 15 hospitais da rede pública do estado de São Paulo, na capital e nas cidades de Santos e Mogi das Cruzes; e mais R$ 1 milhão em cupons para que os trabalhadores possam pedir refeições pelo aplicativo.
A novata 99Food, que começou a operar no Brasil no final do ano passado, continua repassando semanalmente os valores dos pedidos aos restaurantes, dobrou as gorjetas pagas aos entregadores, disponibilizou a eles um seguro contra acidentes pessoais ou afastamento por contágio da Covid-19, e a entrega de kits de higiene com máscaras N95/FFP2 e álcool em gel 70% para higienização de mãos, bolsas e guidão.
A empresa também fez uma parceria com a ONG Teto Brasil nas cidades de Belo Horizonte e Curitiba para doação de "itens essenciais para resguardar a saúde e alimentação em comunidades", disse a 99Food em nota. Outra ação é a campanha de incentivo #CompredoPequeno, para que os usuários façam pedidos para estabelecimentos pequenos dos municípios atendidos.

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