Bom Gourmet
Juro que Danço: Curitiba vai dançar ao meio-dia na terça-feira (24) — e você está convidado(a)

A produtora Ale Viana, o empresário e publicitário Maurício Ramos, e a jornalista Jussara Voss, idealizadora do projeto, assinam o Juro que Danço, evento que une música, gastronomia e solidariedade em Curitiba. Crédito: Divulgação.
Às vezes, tudo o que a cidade precisa é de um respiro, um instante de leveza no meio do dia. Às vezes, o que o corpo pede é uma pausa para ganhar movimento. E, sempre, o coração parece pedir por um pouco mais de significado. A jornalista Jussara Voss parece ter ouvido esses chamados anos atrás, quando, em Berlim, teve uma experiência transformadora: dançar no meio do dia.
Bailarina frustrada, segundo ela mesma diz, a ideia de replicar o evento em Curitiba se tornou um sonho que, por um tempo, ficou adormecido por causa da pandemia. Mas o sono passou e, quando a cidade parece ter acordado para “viver o dia” e suas possibilidades, Jussara decidiu que era hora de apostar fichas no formato que vai, finalmente, ver a luz do sol nesta terça-feira (24). Das 12h às 14h, o espaço Tijolo (Rua São Francisco, 179) convida quem quer que possa a se juntar a um momento inédito: dançar ao meio-dia. E, mais que isso, fazer dos passos de dança algo maior que pode transformar realidades por meio da gastronomia.
Se você imaginou que se trata de um evento de dança de salão, não se engane. A ideia é dançar do seu jeito, com liberdade. É fazer do horário do almoço uma celebração de tudo o que é bom: festa, música, gente legal e, claro, comida boa, preparadas com afeto por mãos mais que habilidosas. Mas, por trás de tudo isso, há uma motivação maior, contribuir com um projeto que há quase duas décadas transforma vidas usando o alimento como ferramenta de inclusão: a Gastromotiva.
Autora do livro Juro que comi: um inventário afetivo do paladar mundo afora, lançado no ano passado pela Editora Telaranha, Jussara é colunista do Bom Gourmet e uma das vozes mais atentas à gastronomia que transcende o prato. Não aquela que apenas encanta o paladar, mas a que nutre histórias, conecta pessoas e desperta mudanças. Foi esse olhar (que vai mais fundo) que a aproximou do chef e empreendedor social David Hertz, idealizador e cofundador da Gastromotiva. Do encontro, nasceu uma parceria e, mais que isso, uma aliança com propósito: Jussara se tornou articuladora da organização em Curitiba, aproximando empresários do setor de alimentação e instituições como a Universidade Positivo para viabilizar bolsas de estudo em cursos superiores de Gastronomia para jovens de baixa renda.
A Gastromotiva é uma organização não governamental criada por David em 2006, a partir de uma ideia simples, mas poderosa: usar a comida como motor de transformação social. Desde então, já impactou milhões de pessoas com capacitação profissional, cidadania e refeições nutritivas, atuando em comunidades vulneráveis do Brasil e também do México, onde o projeto também possui um núcleo. A comida, aqui, não é só sustento: é ponte, é oportunidade e é dignidade servida à mesa.
A ligação de Jussara com a Gastromotiva é mais que profissional - é, como ela diz, uma paixão construída com o tempo e regada por valores em comum. “Mais que ensinar a cozinhar, a Gastromotiva oferece dignidade, futuro e esperança. E a comida tem o poder de reunir, mas também de transformar. A Gastromotiva ensina com afeto, forma com dignidade e alimenta com propósito”, resume Jussara.
O Juro que Danço, que nasceu como uma memória feliz de uma festa diurna vivida em Berlim, ganhou novos contornos no cenário pós-pandemia. “Antes, queria apenas trazer para Curitiba uma experiência diferente de celebração, na qual o dia fosse o palco. A pandemia mudou tudo. Agora vejo que não é só uma festa. É uma oportunidade de dar visibilidade a um projeto maior, que tanto faz como a Gastromotiva”, conta Jussara.
Para que a ideia nascesse, Jussara contou com ajudas importantes. O publicitário e empresário Maurício Ramos, da Social Ideias, foi um dos primeiros a embarcar. A ele se somaram as produtoras Ale Viana e Dani Volcov, que estão à frente da Nazdarovia Eventos, que movimenta Curitiba com eventos de gastronomia e cultura. A matemática deu certo e, juntos, eles assinam o Juro que Danço, que surge como um movimento. "Esta é só a primeira edição", diz Jussara.
Na terça, a trilha sonora será eclética. Quem comanda a festa é o DJ Heitor Humberto. E o sabor da experiência vem com assinatura de duas chefs renomadas: Claudia Krauspenhar, do premiado K.sa Restaurante, e Gabriela Carvalho, do Quintana Gastronomia. Ambas trazem à mesa não só talento e o reconhecimento, mas o desejo de contribuir com a causa de alimentar futuros.
Ao participar do Juro que Danço, o público não apenas experimenta a diversão e liberdade que o evento possibilita, mas contribui para a continuidade dos projetos da Gastromotiva em Curitiba e região. O ingresso, no valor de R$ 100, garante o acesso à festa e à gastronomia especial do dia. Todo o valor arrecadado será destinado à ONG. “No fim, é uma pausa poética no meio do dia, um momento de liberdade com significado. E é, acima de tudo, uma forma de mostrar que a gastronomia pode - e deve - ser instrumento de inclusão social, que a comida transforma, e que podemos dançar juntos por um mundo melhor”, define Jussara.
Sobre realizar o evento em um momento em que festas à luz do dia voltam a surgir em várias partes do mundo, ela responde rápido: “Não se trata de quem faz primeiro, mas de quem faz com propósito. O Juro que Danço acontece em um momento muito propício - e isso é ótimo, especialmente por saber que o que ele oferece é algo novo, diferente, gostoso, divertido e com um impacto real”.
A Gastromotiva, com seu legado de quase 20 anos, é a prova de que esse impacto é possível. Seja no Rio, em São Paulo ou no Paraná, a ONG segue levando esperança, capacitação e dignidade por meio da comida. O Juro que Danço é, assim, um convite para Curitiba voltar a fazer parte dessa história - com dança, sabor e, por que não, coração. Os ingressos para esta experiência estão disponíveis no site.