Histórias
Ação de ONG e restaurantes garantem almoço a pessoas em situação vulnerável
Limitadas pela situação de isolamento social, as atividades do GoodTruck Brasil tiveram de passar por adaptações. A ONG, idealizada pela colunista do Bom Gourmet, Gabi Mahamud, atua contra a insegurança alimentar e o desperdício de alimentos desde 2016 e neste mês de março precisou parar suas atividades presenciais de voluntariado e palestras para evitar contágio e disseminação do novo coronavírus.
Na segunda (30), a organização lançou a campanha PF do Bem, que reúne cerca de dez restaurantes que vão preparar uma vez por semana refeições para pessoas em situação de rua ou vulneráveis socialmente. Os clientes destes restaurantes poderão acrescentar ao seu pedido o PF do Bem (R$ 14,90) para contribuir com a campanha. O PF do Bem não é comercializado separadamente pelos restaurantes.
Os estabelecimentos participantes são Cantina do Délio, Cosmos Gastrobar, Forneria Copacabana, GreenGo, Nayme Culinária Árabe, Poke to Wok, Sí Señorita, Tasty Salad Shop, The Salad e Veg e Lev. A ação também conta com o apoio de Le Bio Sucos e Nóz Fit.
O voluntários do GoodTruck passam nos estabelecimentos participantes para coletar as refeições e distribuir nas Praças Tiradentes e Rui Barbosa. Cada estabelecimento escolhe quais preparos colocará no PF do Bem, desde que seja uma refeição equilibrada nutricionalmente e que seja sem carne, como de praxe nas ações do GoodTruck. A primeira entrega será na terça, 7 de abril.
Marmita de graça no Bairro Alto
Desde segunda (30), o restaurante por quilo Ói Que Beleza, no Bairro Alto, passou a distribuir marmitas para quem não pode pagar. As quentinhas ficam prontas, lacradas, em uma mesa na frente do estabelecimento, sob um cartaz "Se hoje você não puder pagar pelo seu almoço, fique tranquilo! Retire o seu aqui".
Em dois dias, o Ói Que Beleza vendeu 280 marmitas e doou 47. "Tem gente que se solidarizou e pediu a nossa conta para fazer doação, tem clientes que pagam por uma a mais ou ajudam com o que podem pagar de extra", conta o proprietário Jhon Lenon Sitneski, que toca o restaurante junto da família.
As marmitas custam R$ 13 e na terça eram montadas com arroz, feijão, macarrão, molho de almôndegas, farofa, aipim frito e filé de frango. O restaurante, que costumava ter um cardápio fixo por dia, está trabalhando com o que tem em estoque. "A gente avisa que talvez uma marmita esteja um pouco diferente da outra", antecipa.
Não foi a primeira vez que Jhon e sua família doaram marmitas. É prática do restaurante ajudar quem não pode pagar por uma refeição – foi assim na greve dos caminhoneiros, há dois anos, e também durante a epidemia de H1N1, em 2009. "Estou há 15 anos no setor e sempre, no final do expediente, montávamos marmitas para quem precisasse", conta.
O restaurante vende a marmita no local ou por delivery para um raio de cinco quilômetros do Bairro Alto, atendendo também Pinhais, Tingui, Santa Cândida e Capão da Imbuia. Informações pelos telefones (41) 3030-6700 e (41) 9 9603-3033 (WhatsApp).