Histórias
Conheça a trajetória de João Paulo, o paranaense no reality Bar Aberto
O advogado maringaense João Paulo Jacovos, de 30 anos, representou o Paraná na segunda temporada do reality show Bar Aberto, do canal Multishow. O programa, focado na preparação de drinks, elege o “Melhor Bartender Amador do Brasil”, vai ao ar toda quinta-feira, às 21h30.
João, porém, foi eliminado logo no primeiro episódio. “Errei na dosagem de um dos ingredientes do coquetel, o que foi determinante para minha eliminação. Fazer coquetéis com tempo cronometrado, com um estúdio inteiro te filmando e olhando, e ser julgado por bartenders premiados e artistas renomados é difícil, até mesmo para um advogado acostumado a enfrentar sustentações orais perante juízes e desembargadores”, conta.
O Bom Gourmet conversou com o maringaense para saber como foi a experiência e o que pensa como futuro após a participação no programa.
Campeão mirim
Mesmo eliminado, João tem credenciais que poderiam levá-lo longe no reality, já que ele cresceu em meio ao universo da coquetelaria. O pai, Paulo, é bartender profissional há mais de 35 anos, e fez carreira no ramo hoteleiro. Hoje é dono do 1966 Pub, em Guarulhos (SP). João preferiu seguir outra profissão, mas sempre se interessou pela ocupação do pai.
“Desde que me entendo por gente eu acompanho ele participando de competições de coquetelaria”, lembra João.
A família se mudou do norte do estado para Curitiba quando João era menino. O pai trabalhou em bares de renomados hotéis e chegou ao cargo de gerente. Sempre responsável, Paulo não permitia que João provasse ou manuseasse bebidas alcóolicas. “Ele nunca escondeu as garrafas. Mas me educou de forma que eu só fui beber a primeira gota de álcool com 18 anos”, faz questão de ressaltar.
A oportunidade para inserir o filho no ramo veio quando o garoto completou nove anos. “Meu pai ia a São Paulo disputar alguns concursos e me convidou para participar do campeonato mirim. Me treinou e foi bem rigoroso. Ficava bravo se eu derrubasse uma pedrinha de gelo. Usávamos sucos, refrigerantes e outras bebidas sem álcool. Mas foi ali que comecei a dar os primeiros passos no flair”, lembra João.
Para os não iniciados, flair - ou freestyle - é a técnica que o bartender usa para entreter os clientes com malabarismos e manuseios das garrafas e utensílios.
O treino funcionou. A família fez barba, cabelo e bigode: Paulo voltou com o título dos quatro campeonatos que participou e o filho sagrou-se campeão brasileiro mirim. “Foi aí que fiquei interessado de vez pela arte dos coquetéis”, diz João.
Bar Aberto
A vida continuou e João seguiu outro caminho, mas sempre como o “bartender” da turma. Uma amiga, ao saber que as inscrições para a segunda temporada do reality estavam abertas, fez força para que o advogado participasse. “Eu conhecia o programa, mas me inscrevi de forma despretensiosa. Nunca imaginei que poderia ser escolhido para participar”, diz.
Mas, no programa, confiante em suas habilidades, João ousou. “Eu não queria ir lá e fazer algo simples. Eu precisava utilizar como base do drink da prova um Whisky Chivas 13 anos. Então fiz uma releitura do Whisky Sour: além da bebida, vai suco de limão, xarope de açúcar e claro de ovo”, ensina.
E foi justamente nesse último ingrediente - que serve para dar cremosidade à bebida - que João errou na dosagem. “Eu usei o Chivas, suco de laranja e xarope de mel. Mas errei por excesso de confiança: não usei o dosador na hora da clara e isso fez com que o drink ficasse com gosto de ovo”, admite.
O tema da prova era “amor” e João batizou do Bar Abeto com o drink de Dona Mari, em homenagem à mãe. “Fiquei feliz que, com minha participação, pude homenagear a pessoa mais importante do mundo”, diz. Já o pai, João sabe que não ficou decepcionado. “Ele me ensinou coisas muito mais importantes, como ser forte, ser bravo, mas acima de tudo, ser eu mesmo”.
Futuro como bartender?
Recuperado do baque da eliminação precoce no Bar Aberto, João diz que não sabe se a participação no programa e o assédio até de desconhecidos que viram o episódio vai fazer com que mude de profissão, até porque ele diz que está feliz com a carreira jurídica.
“Mesmo que tenha sido uma participação breve, é claro que isso reacende a vontade de voltar a fazer drinks. Então quem sabe? Mesmo que não seja para seguir carreira, numa dessas começo uma ‘noite de coquetéis’ no pub do meu pai”.
E, independentemente do erro, o drink preparado no Bar Aberto fez sucesso. Foram tantos pedidos para que ele repetisse o Dona Mari no empreendimento da família que a criação de João já entrou oficialmente no cardápio. Lá, sempre preparado com o dosador.
- 60ml de Whisky Chivas 13 anos
- 30ml de suco de laranja
- 30ml de xarope de mel
- 15ml de clara de ovo
- uma rodela de laranja
- uma cereja
- gelo
- Utilize um copo “on the rocks” (copo clássico para whisky, de boca larga e fundo grosso).
- Encha o copo de gelo e reserve.
- Usando o dosador, coloque a clara de ovo na coqueteleira. Tampe e bata bastante. Esse processo cria a espuma que dará cremosidade ao drink.
- Coloque bastante gelo na coqueteleira e adicione em seguida os outros ingredientes.
- Bata bastante até perceber que a mão está ficando gelada. Isto significa que a composição está na temperatura ideal.
- Retire o excesso de água do “copo on the rocks” e, utilizando um coador, despeje o líquido da coqueteleira no copo.
- Utilize a laranja e a cereja para decorar.
Mais informações sobre o reality show Bar Aberto em @barabertobr.