Hack pela Gastronomia
Soluções para o setor do food service ganham forma no Hack pela Gastronomia do Bom Gourmet
Uma ideia na cabeça, um protótipo na mão. A adaptação da célebre frase do cineasta Glauber Rocha, que usava a câmera com maestria para dar vazão a toda a sua criatividade, cabe perfeitamente para a fase de concretização dos modelos de soluções dos participantes do Hack pela Gastronomia. A fase de desenvolvimento das ideias do hack começou no último sábado (12) e, no final dessa segunda, os times entregaram os protótipos dos projetos. Agora, o processo criativo segue para a validação, consulta aos mentores e organização do pitch, que marcará a venda da solução para o mercado.
O modelo do hackathon, que tem a proposta de provocar mentes inovadoras na buscar por propostas que possam, efetivamente, ser adotadas por empresas do setor do food service, propõe uma verdadeira imersão no processo de criação. No primeiro dia, os times inscritos nas categorias comunicação, negócios, tecnologia, espaço e comportamento cumpriram o processo de ideação. Depois, se envolveram na elaboração do protótipo da solução e, agora, iniciam a etapa de validação.
Para o co-fundador da Lobster Panic, Tiago Gavassi, o mais interessante do processo foi ver como pessoas com características tão diferentes chegam em soluções tão interessantes, além da diversidade de projetos nos onze desafios. "É muito bacana ver a multidisciplinaridade das equipes e a interação com todos os participantes da cadeia produtiva por meio da mentoria. Isso resulta em grande diversidade de soluções", diz.
Gavassi acredita que chegar a resultados tão interessantes em um curto espaço de tempo revela o grande mérito e comprometimento dos participantes dos times. "Não são tarefas fáceis. Tem entregas bem desafiadoras, que exige diálogo, feedback, desenvolvimento de proposta de valores muito rápida. Mas é aí que acaba gerando conhecimento e crescimento. É onde sentimos respostas realmente impressionantes".
Criatividade em grau máximo
Na categoria tecnologia, resolvendo o Desafio Jasmine, a equipe Healthy Food Service, como o próprio nome dá pistas, propõe um sistema de compra de produtos naturais e orgânicos tanto para o preparo, quanto pronto para o consumo imediato. A intenção é ofertá-los em embalagens inteligentes e recicláveis e promover a entrega via app em postos móveis com retirada autônoma pelo consumidor, com sistema de rastreio para localização do posto mais próximo.
De acordo com a engenheira de alimentos Daniela Cantarelli, é a primeira vez que ela trabalha com desenvolvimento de projeto e passar de uma maneira super intensiva por todas as etapas para chegar a um protótipo tem uma dose extra de adrenalina. "A visão de criar e desenvolver uma solução é muito enriquecedora e também um grande desafio, especialmente na etapa da prototipagem", diz.
A prototipagem incluiu a criação de um mapa de produto (roadmap), montagem de uma caixa de ferramentas, a construção da jornada do usuário, desenho do protótipo (mockup), etapa que consiste na materialização da solução idealizada.
Para a gestora de restaurantes Barbara Moriel, que já está no quarto hackathon da carreira, a vantagem de concentrar o desenvolvimento de um produto em poucos dias é ideal para manter o foco. A equipe dela, a Avocoders, propõe a criação de um aplicativo para auxiliar os donos de restaurantes a la carte na engenharia do cardápio visando maior rentabilidade do estabelecimento. "A ideia surgiu devido à flutuação nos insumos dos restaurante, que tem um impacto direto na rentabilidade do restaurante". explica.
Com a ferramenta, já materializada como protótipo, os empresários do setor serão auxiliados na tomada de decisão na engenharia do cardápio, já que o app determina quais insumos têm a flutuação mais marcante, para a partir disso calcular o custo da mercadoria vendida. "Com esses dados, ele pode saber se o prato tem boa lucratividade ou o quando ele é querido pelos clientes. Essa análise permite saber se vale a pena manter o prato no cardápio, tirar ou fazer alguma promoção.
Nesta terça (15), começa a etapa da mentoria, quando as equipes poderão acionar profissionais da área que podem dar insights sobre alguma inquietação provocada pelo projeto. Na quarta (16), às 9h, termina a etapa de validação das soluções, e no final do dia, vem a entrega final do pitch, com a apresentação do produto e da síntese das soluções criadas pelos times.