Hack pela Gastronomia
Relação sólida com fornecedor na Itália garantiu abastecimento da Paganini no auge da pandemia
Um dos primeiros países duramente atingidos pela pandemia do novo coronavírus depois da China, a Itália precisou lidar com diversos problemas e descobertas, desde aprender sobre o vírus até garantir o abastecimento de itens básicos. Em março, quando a pandemia se espalhava, o país enfrentava um pico rápido, o que levou, inclusive, a problemas de falta de produtos nos supermercados. Um dos itens básicos para os italianos que por um tempo virou raridade foi o macarrão, tamanha a demanda dos consumidores que, preocupados, faziam estoques de alimentos em casa.
O país foi um dos que realizou um dos lockdowns mais duros da Europa para conter a pane que assolou o sistema de saúde, com a interrupção de fábricas, paralisação dos portos e outras situações que afetaram a entrada dos produtos importados da Itália no Brasil e em outros países.
A situação preocupou o braço brasileiro da Paganini, marca de produtos alimentícios produzida há mais de 30 anos na região Sudeste da Itália, preparadas com sêmola 100% de grano duro, empresa patrocinadora master do Hack pela Gastronomia, promovido pelo Bom Gourmet em setembro.
Para evitar a quebra do abastecimento dos produtos (como macarrão, azeites, atomatados, arroz arbóreo, entre outros), a Porto a Porto, importadora de Curitiba que traz ao Brasil os itens da marca, reforçou a sua relação de duas décadas com o fornecedor. “Por isso ultrapassamos a primeira fase da pandemia no país europeu sem ter quebra de estoque. Foi a relação de confiança que garantiu que não houvesse falta dos produtos” afirma o diretor comercial da Porto a Porto, Hugo Sola.
Além da proximidade e das conversas com a Paganini, outra medida tomada foi a de migração de produtos que eram destinados aos restaurantes, que ainda estavam fechados, para os supermercados. “Isso a gente pode constatar tanto em alimentos quanto em vinhos” diz Sola.
Cozinhar em casa
Sem poder sair de casa, muitas famílias começaram a ver na cozinha uma válvula de escape para se distrair e fazer uma atividade diferente. Isso impulsionou as vendas dos supermercados que, mesmo em meio a um cenário de crise econômica e desemprego, observaram uma alta mensal entre 2% a 4% desde março de 2020, segundo dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
A Paganini registrou um crescimento de 15% das vendas no Brasil desde o começo da pandemia. “Sem poder sair para jantar em seus restaurantes prediletos, as pessoas começaram a investir em insumos como massa de grano duro, azeite de oliva extravirgem de qualidade, e por aí vai” salienta Hugo Sola.
Para ajudar os consumidores a ficarem mais íntimos do ato de cozinhar, a marca também reforçou o seu conteúdo nas redes sociais. Além de vídeos de receitas, a Paganini disponibilizou um livro de receitas em seu site para download gratuito, seguindo a cultura da empresa de promover educação e conhecimento aos clientes e parceiros.
Pequenos restaurantes
Empórios, pequenos supermercados e restaurantes clientes da Paganini também tiveram o apoio reforçado, com estratégias para incentivar o atendimento via delivery ou take away – foram mais de 400 estabelecimentos atendidos, somente em Curitiba.
A marca também renegociou prazos e pagamentos por parte dos empreendimentos. “A recepção dessas novas ideias para muitos empresários foi o que salvou os negócios em tempo de isolamento social. Infelizmente, esse foi um dos setores da economia mais afetados” afirma Sola.
A Porto a Porto também ofereceu um curso gratuito a distância sobre vinhos para parceiros no Paraná e Rio Grande do Sul. “Foi a maneira que encontramos: contribuir com conhecimento nesse momento tão delicado para todos”, diz o diretor comercial.
Hack pela Gastronomia
Em setembro a Paganini estará com o Bom Gourmet no Hack pela Gastronomia, iniciativa que tem como grande objetivo encontrar soluções reais para o setor de alimentação. O Hack contará com uma série de talks temáticos sobre o mercado, realizados entre os dias 1º e 9, e um hackathon de cinco dias, entre 12 e 16 de setembro, que reunirá mentes criativas para ajudar na solução dos problemas dos negócios. A ação resultará na criação de um banco de oportunidades e ideias para que toda a cadeia de food service se desenvolva ainda mais neste momento desafiador.
O projeto, idealizado pelo Bom Gourmet, conta com o apoio do Facebook Journalism Project (FJP), que, em parceria com o Centro Internacional para Jornalistas, lançou um fundo de US$ 2 milhões para ajudar as organizações de notícias na América Latina durante a crise de Covid-19.