Hack pela Gastronomia
Prova de fogo no Hack pela Gastronomia: projetos do hackathon passam por processo de validação
Com a experiência de quem chegou à marca de dez hackathons no currículo, o desenvolvedor mineiro Helio Hachimine, do time Chef em Casa, tem a tranquilidade como marca do seu discurso quando fala sobre a validação do protótipo desenvolvido nos primeiros dias do Hack pela Gastronomia do Bom Gourmet, considerada a etapa mais complexa do processo criativo. Afinal, é quando os participantes realmente descobrem se a ideia deles tem potencial.
"Já começamos a disparar o formulário de pesquisa e já temos algumas respostas", diz. A equipe, formada por seis mineiros, está aproveitando o hackathon para testar uma ferramenta gratuita criada por eles, a Beagle, que auxilia pessoas interessadas em desenvolver aplicativos.
Depois do processo de ideação e criação do protótipo de projeto, que teve início no sábado (12), as equipes submetem suas soluções a uma prova de fogo até a manhã da próxima quarta (16), quando o prazo da etapa de validação se encerra. É nessa fase que os potenciais clientes são consultados para responder a pergunta de 1 milhão de dólares: eles compram ou rechaçam a ideia?
A equipe Chef em Casa desenvolve um projeto de um app que pretende criar uma experiência diferente de vendas de pratos por delivery. "A ideia é vender algo diferente do menu convencional, vender uma experiência gastronômica, que inclui ingredientes para preparar os pratos em casa acompanhados de um vídeo personalizado com o chef ensinando a receita", diz Helio
"Para validar o nosso produto, estamos fazendo dois tipos de consulta: a potenciais clientes e dono de restaurantes que tenham interesse no app ", explica. No questionário enviado aos clientes, há perguntas sobre hábito de consumos via delivery, propensão a cozinhar em casa e que tipos de produtos gostariam de receber. Já para os donos dos estabelecimento, há perguntas sobre plataformas e logísticas de entrega própria e familiaridade com produção audiovisual. "Pelo menos a metade não tem, o que poderia resultar em uma eventual mentoria para a produção dos vídeos", diz.
Mentoria
Por falar em mentoria, em todo o processo de criação, as equipes podem contar com o apoio de profissionais das mais diversas áreas que entram na jogada em momentos cruciais do desenvolvimento das tarefas para dar conselhos e dicas. "Já tivemos alguns feedbacks bem legais, inclusive de um dono de restaurante que fez uma experiência parecida com a que propomos em uma ação pontual de dia dos namorados em Curitiba", diz Hélio.
Entre os mentores mais participativos está o empresário Erik Cesar Momo, dono da rede 1900 Pizzeria, de São Paulo, que entrou no Hack a convite de um dos curadores, Sérgio Molinari. Momo já deu sua contribuição, inclusive, para a equipe Chef na Mesa. "Eu já tinha ouvido falar de hackathon, mas nunca tinha participado. Como sempre gostei de participar de eventos que fomentam o setor e dar aulas e palestras e tirar dúvidas no meu perfil nas redes, decidi participar quando soube do papel do mentor", diz o empresário, que também participou de um dos talks preparatórios para o hack.
No processo de auxílio dos grupos, ele tem procurado contribuir nas diversas etapas, desde à ideação até o atual momento, de validar os protótipos. "Estou tentando ajudar me posicionando tanto como empresário, quanto como consumidor. Também sigo apontando pontos positivos e negativos e sugerindo possíveis soluções para ajudá-los. Está sendo muito legal a valorização da minha experiência de mercado por parte dos times", diz Momo.
Prova de fogo
Para dar aquela força para as equipes que iniciaram o processo de validação, o co-fundador da Panic Lobster, Tiago Gavassi, comandou um webinar para reforçar alguns pontos fundamentais na etapa de validação, considerada por ele a etapa mais crítica para um gestor de projetos. "Processo de validação é testar ao máximo se sua ideia faz sentido pra o público-alvo, se suas hipóteses se confirmam, que dá a resposta se a solução proposta é eficiente ou não. Não tem receita de bolo: mas o objetivo é fugir do mecanismo de buscar aprovação e testar sua solução ao extremo", diz. O processo incluí, em validações com um prazo mais longo, a provocação do potencial cliente para, de fato, experimentar o produto ou o serviço.
Outra estratégia possível para reforçar a validação de um produto ou serviço é usar a chamada inteligência competitiva, uma disciplina de administração focada em olhar para o mercado e para os competidores. "Quem resolve determinado problema hoje? Como é resolvido? É uma cura ou apenas um analgésico, que ameniza o problema sem, efetivamente, resolvê-lo? Responder a essas perguntas é importante para validar uma ideia", ensina.
A programação do Hack pela Gastronomia continua nesta terça-feira (15), com o webinar sobre pitch, que é a etapa de preparação da apresentação que vai servir para vender a ideia para os jurados e potenciais clientes.