Hack pela Gastronomia
Hack pela Gastronomia: chegou a hora de “vender” para os jurados as soluções criadas para o food service
A estudante de nutrição Gabriela Romaneli entrou no Hack da Gastronomia do Bom Gourmet com um ideia clara do que queria propor: uma solução para o escoamento da produção de hortifruti com a menor quantidade de intermediários possível, com menos perdas e com garantias, dando segurança ao cliente e ao produtor. Em síntese, a intenção era criar um canal direto entre fornecedor de produtos agrícolas e os donos de restaurante.
Com a ideia em mente, ela iniciou a participação no hackathon buscando parceiros que abraçassem a ideia. E, na base da pressão, conseguiu montar um time super eclético, com direito a desenvolvedor, engenheiro e até profissional de Direito, com gente de várias partes do Brasil. "Essa equipe multidisciplinar se encaixou bem para desenvolver o projeto. Nunca tinha participado de um hackathon porque nunca havia surgido um na área de gastronomia e percebi que a dinâmica funciona super bem", diz.
Com reuniões diárias desde o último sábado (12), o time não apenas aprimorou a ideia original, como aproveitou para trocar experiências e aprendizados. "As diferentes visões sobre os problemas que surgiram foram fundamentais para chegarmos à fase final. Agora, só falta a gente definir se o protótipo será um site de marketplace ou um aplicativo, que tem um custo mais alto", explica.
Facilitar os processos de comunicação também é o objetivo do time AccessEat, que aposta em uma solução que busca aprimorar o diálogo entre pessoas que têm alergias ou intolerâncias relacionadas a substâncias como glúten, lactose, açúcar, soja, ovos e frutos do mar e os donos de restaurantes, o que pode atrais mais clientes a partir de um processo comunicacional mais efetivo.
"A comunicação é a base de tudo e por isso escolhemos investir nessa área. Como também somos clientes, nos colocamos no lugar das pessoas e reconhecemos o problema: muitas vezes pessoas com restrição alimentar têm dificuldade de achar produtos para consumo, mesmo que alguns aplicativos tenham essas sessões específicas", explica a estudante de empreendedorismo e startups, Isabela dos Santos Ferraz, de Indaiatuba-SP.
Na prática, a solução é uma plataforma que trabalha em parceria com as plataformas de delivery, que funciona como cruzamento de dados, a partir de questionários direcionados aos restaurantes, que respondem sobre pratos, ingredientes e forma de prepará-los, e aos clientes, que apontam suas restrições e preferências. "A comunicação mais efetiva vai facilitar ao usuário encontrar o tipo de produto que busca, não necessariamente só em restaurantes específicos, e o restaurante abre um alcance maior de público", explica.
Última etapa
Já na reta final do Hack pela Gastronomia, Isabela destaca o papel dos mentores no processo de construção da ideia e, principalmente, no fechamento de todo o processo criativo. "A gente recebeu muitos feedbacks pertinentes, indicando melhorias por conta da atuação deles no mercado. Valeu muito para fechar a nossa solução que será apresentada aos jurados."
Com o fim das etapas de ideação, prototipagem e validação, o AcessEat e todos os outros time se preparam para a última etapa do hack: o pitch.
O pitch é uma apresentação rápida de um produto ou um negócio que tem como meta vender uma ideia, seja para investidores, parceiros ou clientes em potencial, com um propósito engajador.
De acordo com o co-fundador da Panic Lobster Tiago Gavassi, que comandou o último webinar do Hack pela Gastronomia na noite desta terça (15), o pitch "é o momento de fazer o discurso de venda, simplificando ao máximo o problema, as hipóteses e as soluções criadas. É como um diálogo entre dois cérebros, que se difere de um simples discurso porque é finalizado com um pedido, que pode ser de um feedback, por exemplo", explica.
No Hack pela Gastronomia, cada equipe terá quatro minutos apresentar, em vídeo, o que foi desenvolvido ao longo do processo criativo com o apoio de slides para "vender o peixe" para os jurados e comprovar que o protótipo não é apenas viável, como merece uma chance de ser colocado em prática. "É importante mostrar que a ideia desenvolvida gera impacto, mudanças ou representa oportunidades de negócio", explica Gavasi.