Hack pela Gastronomia
Comer saudável e cozinhar em casa: o movimento que impulsionou o mercado da Jasmine
Cozinhar em casa é uma das atitudes defendidas por pesquisadores de alimentação e pelo próprio Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, para incluir no dia a dia refeições mais saudáveis e sustentáveis. O que era uma tendência em ascensão ganhou ainda mais relevância durante a quarentena e isolamento social. Quem não sabia ou não gostava de cozinhar, precisou se virar.
Já os que gostavam mas reclamavam do tempo escasso para se dedicar às panelas viram na atividade uma forma de se entreter com a família em casa. Na internet, chefs renomados como o italiano Massimo Botura e a brasileira Heloisa Bacellar são alguns dos nomes que contribuíram com a hashtag #KitchenQuarentine, compartilhando conhecimentos e receitas.
Referência quando se trata de alimentação saudável, a Jasmine Alimentos, que iniciou sua fabricação de maneira artesanal no começo dos anos 1990 em Curitiba e hoje é consolidada no Brasil e trabalha em uma expansão pela América Latina, sentiu no varejo essa busca pelo saudável. Isso se refletiu em números: no primeiro semestre de 2020, a empresa teve um faturamento 20% maior em relação ao mesmo período do ano passado.
Além de produtos carro-chefe como o pão sem glúten, a granola e os cookies, a Jasmine viu crescer também produtos básicos para cozinhar, como a aveia, o açúcar mascavo e os farináceos integrais. “Percebemos que as pessoas estão comprando e cozinhando mais, e uma cozinha mais natural” observa o diretor de inovação e transformação da Jasmine, Rodolfo Tornesi Lourenço.
Protagonismo no setor
A Jasmine é uma das empresas parceiras do Bom Gourmet no Hack pela Gastronomia, que em setembro vai apresentar soluções reais para o setor de food service, mas seu protagonismo como empresa transformadora vai além. Entre as iniciativas tomadas pela Jasmine para auxiliar o setor de alimentos e a comunidade durante a pandemia está a solidariedade e ampliação de conteúdo gratuito sobre gastronomia saudável. “No nosso canal do YouTube, tivemos um aumento de 200% na busca pelas nossas receitas. Por isso, nós trouxemos nutricionistas e chefs de cozinha para lives, como forma de apoiar o consumidor” explica Lourenço. Uma das lives mais recentes no Instagram da marca teve o chef Reinhard Pfeiffer ensinando a preparar almôndegas de beringela com um bechamel a base de tahine (pasta de semente de gergelim). No canal de YouTube, há uma playlist com mais de 58 preparos, desde muffins de aveia e maçã até quiche sem glúten.
A empresa também traçou uma comunicação mais clara com o cliente que tem o preço dos produtos naturais como um empecilho - não usar aditivos mantendo o produto o mais integral possível requer o desenvolvimento de tecnologia na produção e em embalagens, o que torna o produto mais caro. Por isso, a Jasmine passou a divulgar de forma mais frequente as suas iniciativas sociais. Entre elas estão doações para projetos da Central Única das Favelas (CUFA) e do Provopar (Programa de Voluntariado paranaense), além de ações próprias como a distribuição de produtos da marca para caminhoneiros.
Fortalecimento da marca e inovação
Não usar produtos de origem animal faz parte da essência da Jasmine, mas a estratégia não era pensada para que a marca pudesse se vender como vegana - essa não era a intenção. Porém, com o crescimento do vegetarianismo no Brasil (14% da população brasileira se declarou vegetariana em pesquisa do IBOPE em 2018; porcentual era de 8% em 2012), a marca decidiu incluir o selo vegano nos seus produtos em 2017. “A gente não explorava esse apelo e nos demos conta. Isso trouxe um público vegano para a Jasmine, que começou a nos pedir produtos. E a inovação costuma ser facilitada quando o consumidor conhece bem a marca”, fala Lourenço. A Jasmine está se preparando para entrar no mercado, em breve, com um substitutivo de carne, atendendo pedidos dos clientes.
A marca também investiu pesado para atender ao público celíaco e, desde 2017, conta com uma fábrica em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, dedicada exclusivamente a produzir os pães sem glúten. A medida torna o produto sem risco e seguro para pessoas com doença celíaca, uma reação imunológica à ingestão de glúten. Isso zera o risco de contaminação do alimento, perigoso para quem precisa conviver com a restrição alimentar. Além disso, para não usar aditivos que ajudam a conservar o produto, a Jasmine preferiu se dedicar a uma embalagem que permita o mínimo de interação possível com o ar, prolongando a validade. “Tínhamos receio em investir numa fábrica tão específica, mas entendemos que era o momento” diz Lourenço. Deu certo: a Jasmine tem hoje 40% da fatia de mercado entre as empresas que comercializam pães sem glúten.
Hack pela Gastronomia
Além destas ações, a Jasmine terá também um importante papel para o setor de alimentação fora do lar ao participar como patrocinador do Hack pela Gastronomia, iniciativa do Bom Gourmet que tem como grande objetivo encontrar soluções reais para o setor de alimentação. O Hack contará com uma série de talks temáticos sobre o mercado, realizados entre os dias 1º e 9, e um hackathon de cinco dias, entre 12 e 16 de setembro, que reunirá mentes criativas para ajudar na solução dos problemas dos negócios. A ação resultará na criação de um banco de oportunidades e ideias para que toda a cadeia alimentar se desenvolva ainda mais neste momento desafiador.