“Fast good” é como se autointitula a rede xBloom, de hambúrgueres e snacks veganos que inaugura a primeira loja em Curitiba nesta sexta-feira (10). A rede, que tem Xuxa Meneghel como sócia e embaixadora, chega ao Paraná via grupo de sete investidores locais. Curiosidade: todos eles são estreantes no setor alimentício, e nenhum é vegano.

"Essa é a primeira da franquia", informa Leslei Camargo, uma das sócias do grupo de investidores. "A ideia é abrir lojas em todo o Paraná, em cidades grandes, como Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, Londrina, Maringá, Toledo, pulverizar o 'fast good'", acrescenta.

É que a ideia da rede não é ser algo voltado exclusivamente ao público que decidiu tirar qualquer tipo de proteína animal da dieta. O objetivo é se tornar uma referência de alimentação rápida e saudável para todos que procuram melhorar o próprio cardápio com alimentação balanceada, rica em nutrientes e livre de industrializados.

No cardápio, 11 tipos de sanduíches 100% vegetais. Proteínas nos sabores carne bovina, frango e peixe. Entre os acompanhamentos, batatas, anéis de cebola, empanados feitos com ingredientes como ervilha e chia mas com sabor frango e peixe, tudo frito em óleo de algodão, que previne doenças cardiovasculares por ajudar a controlar o colesterol – e por ser antioxidante, melhora o chamado colesterol bom. "O empanado de peixe tem gosto e cheiro de peixe" foi uma frase ouvida mais de uma vez pela equipe do Bom Gourmet que esteve na pré-estreia da rede, na quinta-feira (9), degustando itens do cardápio.

Bebidas funcionais, que agem na melhoria da imunidade, bem-estar, saúde do intestinal e mental; refrigerantes orgânicos e sorvetes proteicos sem açúcar e sem lactose, fazem da xBloom uma alternativa a outras redes de fast food menos preocupadas com a saúde do consumidor.

No Big Bloom, espécie de versão vegana do clássico Big Mac, do Mc Donald's, o pão, tipo brioche tostado, é feito sem leite e ovos. O molho especial é a base de maionese vegana, mostarda amarela, molho barbecue, ketchup, água filtrada, sal rosa, fumaça líquida, açúcar mascavo e agave. São dois hambúrgueres sabor carne bovina elaborados à base de proteína de soja, ervilha, extrato de malte, corante de beterraba e superfoods (chia, óleo de coco, cúrcuma, cacau, brócolis, berries, por exemplo). O queijo é feito a partir de castanha de caju, sem leite de origem animal. Completam o sanduíche alface americana fresca e fatias frescas de tomate, picles e cebola. A semelhança do sabor de um hambúrguer feito com carne bovina impressiona.

O Bloomatack, também com dois hambúrgueres, conta com o mesmo tipo de pão, molho barbecue, cebolas empanadas e maionese vegana. Entre os empanados, que compõem os acompanhamentos, o nugget de frango é feito também de proteína 100% vegetal sabor frango (soja, trigo, ervilha, fava de feijão, fécula de mandioca, farinha de rosca e superfoods), com sabor bastante próximo ao equivalente de proteína animal. As iscas, também empanadas, contam com proteína vegetal sabor peixe, feita com trigo, fécula de mandioca, farinha de rosca e superfoods.

Os sorvetes são proteicos, sem açúcar e lactose. "O valor nutricional da comida compensa o valor calórico", sintetiza Leslei.

Não há um número definido de lojas a serem abertas no estado até o fim deste ano, afirmam Leslei e Thallis Martins Batista, outro integrante do grupo de sete investidores. Para Curitiba, a intenção é ter uma unidade em cada um dos principais shoppings da cidade. Há ainda um projeto em desenvolvimento para a abertura de uma loja de rua, ainda sem endereço definido. O grupo quer primeiro perceber a recepção do público com a operação do Palladium para, então, definir os próximos passos.

Somado ao uso de ingredientes plant-based - frutas, vegetais, leguminosas, tubérculos, cereais integrais, sementes, oleaginosas - a rede se preocupa com o rastro a ser deixado por sua produção no meio ambiente. Todas as embalagens da rede são 100% biodegradáveis, sem itens de plástico. Toda a operação é elétrica, e o combustível fóssil e o plástico utilizado por fornecedores são compensados na compra de créditos de carbono. A atenção a essas questões fez da startup a primeira rede de comida rápida certificada como carbono neutro na América Latina.

"Esse envolvimento com preservação do meio ambiente, de a xBloom estar pautada nos pilares do ESG, ser a primeira loja na América Latina com selo de carbono neutro, foi muito importante" explica Batista sobre a escolha do grupo para realizar o investimento.

Os investidores paranaenses pretendem, em um primeiro momento, manter a propriedade de todas as operações a serem abertas no estado. Mas segundo o site da xBloom, o investimento necessário para o modelo de franquia da marca 'fast good praça', o mesmo da loja do Palladium, fica entre R$ 450 mil e R$ 580 mil, com faturamento entre R$ 480 mil e R$ 700 mil anuais, e payback de aproximadamente 20 meses.

A rede oferece ainda dois modelos: fast good quiosque express (investimento de R$ 180 mil, faturamento entre R$ 1,4 milhões e R$ 1,6 milhões e retorno de cerca de 18 meses) e fast good quiosque fit (investimento de R$ 110 mil, faturamento entre R$ 480 mil e R$ 700 mil anuais, payback de aproximadamente 20 meses.A marca - inicialmente Bloom, fundada por Fábio Munno, atraiu a atenção de Xuxa, vegana. Segundo o Pipeline, site de negócios do Valor Econômico, a apresentadora cedeu sua imagem à empresa em troca de participação acionária, e pediu, então, que a letra x passasse a fazer parte do nome da empresa. Nasceu então a xBloom. “O nosso objetivo é amplificar o acesso à transformação na maneira de se alimentar, sem desconsiderar hábitos culturais que já estão enraizados, sem condenar o desejo de comer uma bobagem”, detalha Munno, CEO, destaque da Forbes Under 30 Innovation.