Festival de drinks migra para o delivery e ajuda bares em dificuldades por causa da pandemia

A pandemia do novo coronavírus no Brasil, que
fez bares e restaurantes fecharem as portas desde março e retomarem o funcionamento
com pouco movimento, afetou também os festivais gastronômicos realizados neles.

Do atendimento presencial com a explicação do chef ou do bartender, os eventos precisaram migrar para novas plataformas para manter as programações – e uma das saídas foi o delivery. Considerado a salvação para os estabelecimentos, o serviço evoluiu para além de hambúrguer e pizza – e chegou à alta gastronomia e à coquetelaria.

A tendência já estava começando a se desenvolver antes da pandemia segundo os participantes de um dos talks do Hack pela Gastronomia, e agora um dos maiores festivais do mundo de coquetelaria também adotou o formato. Realizado no Brasil desde 2013, o Negroni Week 2020 tem diferentes versões do clássico drink italiano entregues pelo delivery a partir desta segunda (14) em cidades do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro.

A adoção do novo formato se deu para manter o festival e ajudar os bares participantes, já que muitas cidades ainda proíbem o funcionamento. Em algumas delas, os próprios empresários optaram por não reabrir.

“O delivery de drinques tem respondido ao mercado de forma positiva, estamos apostando em uma edição que apoie o setor e leve a experiência do bar até a casa do consumidor”, explica Daniela Paula, diretora de marketing do Campari Group Brasil, que realiza o festival.

A experiência do bar em casa pelo delivery foi a
saída encontrada pelo bar curitibano Ginger, que fechou as portas em meados de
março e passou a servir a carta de coquetéis com serviço próprio de entrega.

Pedro Vieira, sócio-proprietário do bar, conta que o formato tem compensado no final das contas. Para ele, tanto o delivery de drinks como dos pratos foi bem aceito pelos clientes – que aumenta a expectativa com a participação no festival.

Além de ajudar na operação dos bares, já que os festivais costumam incrementar a receita das operações, a edição deste ano do Negroni Week também vai estimular os clientes a fazerem doações para o projeto ‘50 Best For Recovery’, iniciativa da prestigiada premiação internacional de bares e restaurantes para apoiar os estabelecimentos afetados pela pandemia da Covid-19.

Até o dia 20 de setembro, os bares participantes
do Negroni Week 2020 servem releituras do clássico coquetel italiano entre R$
90 e R$ 130, entregues em uma caixa personalizada com copo, máscara e descansa
copo de couro.

Os mais de 80 bares participantes tiveram de criar três receitas do drink, sendo uma clássica e as outras duas autorais vendidas de forma conjunta para que o consumidor tenha a mesma experiência em um único pedido.

No próprio Ginger, a receita tradicional de
Campari, gin e vermute recebeu também infusões de mate e de gengibre,
ingredientes típicos paranaenses que fazem uma homenagem ao estado dentro do
festival.

“O kit de três drinks vai com um preparo tradicional, um de mate no gin e outro de gengibre no gin com tomilho infusionado sob pressão no Campari. Só no primeiro dia já tivemos uma pré-venda de 30 kits, será melhor do que o estimado”, conta Pedro Vieira.

A expectativa do Negroni Week é vender cerca de cinco mil drinks ao longo dos sete dias de festival. A lista completa dos bares participantes nos quatro estados está disponível no site do evento.