Gestão e Finanças
Embalagem correta de delivery conquista o cliente, mas pode custar até 12% do faturamento
Com um crescimento a uma média de 20% ao ano e faturamento na marca dos R$ 11 bilhões segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o mercado de delivery será o caminho para a salvação de muitos restaurantes neste momento de crise por causa do coronavírus.
A chegada dos aplicativos no mercado fez com que praticamente todo estabelecimento que vende comida pronta pudesse passar a entregar na casa do cliente, além do fechamento de muitos salões para evitar o contágio de covid-19.
Nesse mercado das entregas em casa (e também de pedidos no balcão), a embalagem é ponto central. O recipiente onde a comida chega na casa do cliente precisa ser pensado para transportar pratos variados como sopas, caldos, estrogonofes, batatas fritas e filés que continuam cozinhando no caminho do restaurante até ao destino.
Para o consultor de marketing e gestão de restaurantes, Marcelo Marani,
a escolha de uma embalagem errada pode custar caro ao restaurante. Não só no
faturamento, mas na própria reputação.
a escolha de uma embalagem errada pode custar caro ao restaurante. Não só no
faturamento, mas na própria reputação.
“O cliente associa isso negativamente à marca, tendo uma ideia de que se a embalagem está errada, a comida também não vai estar como esperado. Tudo isso pode impactar negativamente na imagem da marca”, explica.
Ele conta que o cliente espera que a comida chegue em casa exatamente
como seria servida no restaurante, sem o vazamento de líquidos e sem passar o
ponto da carne ou da batata frita, por exemplo.
como seria servida no restaurante, sem o vazamento de líquidos e sem passar o
ponto da carne ou da batata frita, por exemplo.
Novas embalagens
Marani afirma que o custo das embalagens pode ir de 4% a 12%, em média, do faturamento bruto do estabelecimento. Mas é algo que precisa ser levado em consideração, de acordo com o tipo de comida a ser entregue.
A escolha da embalagem depende também do conceito do estabelecimento. Há opções cada vez mais divertidas, descontraídas, bem trabalhadas e resistentes.
“Temos muitas embalagens simples e sofisticadas também, que passam a ideia de algo muito valioso ali dentro. Os formatos são criativos e muito diferenciados dependendo do que esteja sendo embalado, desde caixas para pizzas, até box para batatas fritas e embalagens preparadas para irem ao micro-ondas e serem utilizadas posteriormente. Até mesmo no delivery a palavra de ordem é a experiência do consumidor”, completa.
Entre algumas novidades do mercado estão embalagens com mensagens divertidas ou voltadas ao emocional do cliente, e opções que tornem o transporte do alimento mais prático e eficaz. Em uma delas, a empresa paulista Multi Caixas desenvolveu um suporte de papelão para bandejas de bolos e tortas. Já a gaúcha CSP criou embalagens para frituras com aberturas superiores que evitam o cozimento da comida pelo vapor, no trajeto do restaurante para a casa do cliente. Já a goiana Azure Pack elaborou uma embalagem para sushis e temakis quentes que pode ser levada ao micro-ondas por até 1 minuto. As embalagens custam a partir de R$ 55 o lote com 50 unidades.
Sustentabilidade
O gerente de pesquisa e desenvolvimento de novos negócios da Ibema,
Augusto Arns, explica que o grande desafio hoje dos empresários é escolher uma
embalagem que seja não apenas chamativa aos olhos dos clientes, mas proteja os
alimentos durante o transporte. Para ele, as pessoas estão preocupadas não só com
o que vão jantar naquele dia, mas também com o que vai acontecer com a
embalagem depois que ela for jogada fora.
Augusto Arns, explica que o grande desafio hoje dos empresários é escolher uma
embalagem que seja não apenas chamativa aos olhos dos clientes, mas proteja os
alimentos durante o transporte. Para ele, as pessoas estão preocupadas não só com
o que vão jantar naquele dia, mas também com o que vai acontecer com a
embalagem depois que ela for jogada fora.
“E essa é a principal tendência desse mercado de embalagens de delivery, as pessoas já tem noção que esse negócio cresceu muito e gera muitos resíduos. Então elas estão pressionando os restaurantes para que usem embalagens práticas e sustentáveis”, analisa o profissional da indústria de fabricação de papéis para embalagens.
Arns conta que as embalagens normalmente tem três camadas de proteção
para não deixar a comida escorrer ou entrar em contato com o exterior, sendo
uma de papel-cartão contra a gordura, outra de polietileno e a terceira onde é
aplicada a arte do negócio. Apesar de serem passíveis de reciclagem, essas
embalagens só podem ser reprocessadas utilizando um maquinário especial, o que
diminui a quantidade efetivamente processada.
para não deixar a comida escorrer ou entrar em contato com o exterior, sendo
uma de papel-cartão contra a gordura, outra de polietileno e a terceira onde é
aplicada a arte do negócio. Apesar de serem passíveis de reciclagem, essas
embalagens só podem ser reprocessadas utilizando um maquinário especial, o que
diminui a quantidade efetivamente processada.
No entanto, o gerente de pesquisa e desenvolvimento de novos negócios da Ibema explica que já há pesquisas avançadas de opções biodegradáveis que utilizam produtos químicos no próprio papel-cartão, aprovados por agências sanitárias. A expectativa é de que essas embalagens sejam disponibilizadas ao mercado a partir do próximo semestre.