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FoodCo. Experience: Sebrae, Outback e Engefy tratam gestão estratégica dos estabelecimentos
Durante o FoodCo. Experience 8, palestrantes trouxeram perspectivas comportamentais e de gestão para 2025 em restaurantes. Bruno Raphael Müller
Patricia Albanez, coordenadora Estadual de Turismo, Economia Criativa e Artesanato do Sebrae-PR, abordou os hábitos de consumo de alimentação fora do lar dos paranaenses em sua palestra "Futuro à mesa" durante o 8º Foodco Experience. A pesquisa, realizada pelo Sebrae-PR e Fecomércio-PR, revelou dados importantes sobre o perfil e as preferências dos consumidores.
De acordo com a pesquisa, o gasto médio com alimentação fora do lar varia de acordo com a modalidade de trabalho. Pessoas que trabalham no modelo híbrido apresentam o maior gasto médio, com R$ 65 por refeição, seguidas por aqueles que trabalham presencialmente (R$ 62) e por aqueles que não trabalham (R$ 57).
O estudo também destacou o crescimento do delivery, com 70% dos entrevistados utilizando o serviço semanalmente. Pedidos por aplicativos e telefone apresentam popularidade semelhante, com o uso do telefone mais frequente em cidades menores. A faixa etária entre 15 e 34 anos, pessoas com maior renda e maior escolaridade, e trabalhadores no modelo híbrido são os que mais utilizam o delivery.
Patricia ressaltou que comer fora de casa é um hábito frequente entre os paranaenses, impulsionado tanto pela necessidade quanto pelo lazer. As preferências gastronômicas se concentram na comida brasileira e italiana.
"O preço não é o principal fator na escolha do restaurante", afirmou Albanez. "A relação entre valor e experiência é mais relevante para o consumidor". A coordenadora finalizou destacando a importância da qualidade e da agregação de valor para o sucesso dos negócios no setor de alimentação fora do lar. "Temos oportunidades para todos, mas precisamos nos posicionar com qualidade e oferecer valor ao consumidor", concluiu.
Partner do Outback traz lições de gestão estratégica nas grandes redes
Wagner Villaverde, joint venture partner da Regional Sul do Outback Brasil, apresentou a palestra "Final de ano nas grandes redes: lições de gestão estratégica com o Outback Brasil". O executivo abordou estratégias e desafios para a gestão de restaurantes, especialmente em períodos de alta demanda como o final de ano.
Villaverde destacou a importância de cuidar dos clientes e criar uma relação de troca. "Cuidar do cliente é fundamental para construir uma marca amada", afirmou. Ele citou como exemplo a Magazine Luiza, que parabeniza clientes em seus aniversários, e mencionou a prática do Outback de perguntar aos clientes o que estão celebrando. "Isso reforça a ideia de que o restaurante é um lugar de comemoração", afirmou.
O executivo ressaltou a necessidade de gestores serem "donos da sua gestão", acompanhando de perto os indicadores de desempenho do negócio, como produtividade, número de pratos servidos por hora e atendimento aos clientes. "É preciso conhecer os números do seu negócio e usá-los para tomar decisões estratégicas", disse.
Villaverde também abordou a importância da gestão de talentos, especialmente em um cenário de escassez de mão de obra. Ele defendeu a valorização e o engajamento dos colaboradores, e sugeriu ações como agradecimentos e reconhecimento por seus esforços.
"A retenção de talentos é fundamental para aumentar a produtividade e garantir a qualidade do serviço", disse. "Um dos principais desafios é justamente o alto turnover e a competitividade no mercado. Cuidar dos seus colaboradores é essencial para o sucesso do seu negócio".
Estratégia em obras e reformas foi tema de fala do CEO da Engefy
Já Pedro Tosin, CEO da construtora Engefy, especialista em obras comerciais com foco em restaurantes, falou sobre a construção e expansão em restaurantes. A apresentação abordou os desafios e as melhores práticas para estabelecimentos gastronômicos neste período de mudanças.
Tosin iniciou sua fala destacando a importância do planejamento para o sucesso de qualquer obra. "É fundamental fazer uma reflexão interna, olhar para a operação e se perguntar: 'Quem quer expandir em 2025? O que eu vou fazer? Para onde eu vou? Quanto eu quero gastar?'", questionou o executivo, incentivando os empresários a buscarem respostas estratégicas.
O sócio da Engefy alertou para os riscos de uma obra mal planejada, como o aumento de custos e prazos. "Uma obra sem planejamento pode ser até 30% mais cara do que o previsto, além de gerar atrasos e dores de cabeça", explicou.
Tosin ressaltou a importância de se contratar profissionais especializados para evitar problemas. "A obra não pode ser um problema. É preciso planejar e ter uma equipe qualificada para executar o projeto", afirmou.
Para garantir o sucesso da expansão, Tosin recomendou atenção a quatro pilares: planejamento, acompanhamento, execução e qualidade. "É fundamental planejar cada etapa da obra, acompanhar o andamento das atividades, executar o projeto com qualidade e gerenciar todos os processos de forma eficiente", disse.
O executivo também disse o problema que pode ser manter o foco no negócio durante a obra. "O gestor do restaurante deve se concentrar na qualidade da comida e no atendimento aos clientes, e não se desgastar com os problemas da obra", finalizou.