Experiência
Sabor do litoral: ingredientes típicos são a inspiração para grandes chefs homenagearem Morretes
A paisagem no trajeto entre Curitiba e Morretes, seja de carro, ônibus ou trem, exibe, sem modéstia alguma, a riqueza da Mata Atlântica, beneficiada pelo clima subtropical, marcado por chuvas bem distribuídas durante o ano e os verões quentes.
A terra fértil e as condições climáticas acabou por notabilizar a região como grande produtora de ingredientes como a mandioca, o palmito, a banana, o maracujá e a cana, de onde é extraída a famosa cachaça do litoral paranaense, certificada com o selo de Indicação Geográfica (IG). De quebra, a faixa litorânea oferece toda a sorte de peixes, crustáceos e moluscos à vontade, o que comprava a vocação para a fartura desse bioma.
Tantos produtos e sabores tornam-se, literalmente, um prato cheio para chefs criativos, que buscam, de forma incessante, surpreender os comensais com ingredientes conhecidos, mas que ganham uma nova roupagem por meio da alquimia gastronômica.
É a obra desses artistas das panelas que está em exposição durante do festival Morretes Chef, que vai até o dia 30 deste mês, tanto na modalidade presencial, quando na virtual.
Para o chef Celso Freire, curador do evento, valorizar esses ingredientes é transformar atitude em ação. "Todos os chefs que elaboraram menus têm o litoral como o quintal de casa, onde buscam produtos de qualidade direto do produtor, de um terroir riquíssimo. O uso desses produtos, como o palmito, a banana ou o incomparável siri por eles é um caminho natural", acredita.
Devido à pandemia, o evento, que já está em seu terceiro ano, está com algumas novidades. Além da possibilidade de degustar menus em sete restaurantes em Morretes, com agendamento e cadastro prévio, os interessados também podem assistir aos vídeos com as receitas completas com ingredientes da região. De quebra, é possível comprar os kits prontos para preparar os prato em casa na plataforma The Market. Cada um, que serve duas pessoas, custa R$ 120, mais frete, e vem com duas long necks de Stella Artois.
"O evento é muito bem recebido pela cidade e sempre houve uma troca muito bacana com os chefs. Com a adaptação para o digital, conseguimos ampliar o alcance para quem também gosta de cozinhar em casa. É muito legal ver o pessoal postando foto dos pratos que ensinamos", conta o chef.
Receitas
Já estão à disposição o vídeos com as receitas do menu do chef Celso Freire, que tem bananas ao murro como entrada e potage de pupunha com siri, maracujá e bacon crocantes, como prato principal, e da chef Joy Perini. Ela ensina a fazer bolinho de siri amarelo azul, ideal para ser servido como entrada, e lambe-lambe, marisco encontrado na região feito com arroz, indicado para ser servido como prato principal.
Até o final do mês, serão divulgados os vídeos com os chefs Lênin Palhano (camarão com palmito pupunha, limão rosa e ervilha torta e peixe grelhado com iogurte fresco e cenoura, guarnecido com farofa de Morretes), Délio Canabrava e Marcelo Amaral, que vão ensinar as receitas que também estão sendo servidas na modalidade presencial.
Restaurantes
Quem preferir ir pessoalmente a Morretes, tem sete opções de menus em sete restaurantes, que estão tomando todos os cuidados de distanciamento social e atendem mediante reserva. O preço único para entrada e prato principal é de R$ 53 e o cliente ainda tem direito a um cafezinho.
Para o restaurante Vila Morretes, o chef Délio Canabrava montou um menu com Caprese Caiçara (salada de tomate, fatias de palmito e manjericão ao pesto de rúcula e flor de sal) de entrada e peixe e palmito grelhados e flambados na cachaça servidos com arroz, legumes no dendê, leite de coco e gengibre.
No Ponte Velha, o menu idealizado pelo chef Reinhard Pfeiffer tem mandioca cremosa com maionese de salsinha de entrada e, como prato principal, moqueca de cogumelos e mignon de pupunha com farofa de Morretes e talos, arroz cateto e chips de banana verde.
A chef Néia Zucolotto, convidada do Nhundiaquara, aposta no icônico barreado para o recheio do bolinho de mandioca, que abre o seu menu. No prato principal, a estrela é a banana-da-terra que dá corpo ao nhoque servido com tomate fresco, palmito pupunha e gengibre.
Para o Madalozo, a chef Vânia Krekniski sugere blinis de mandioca com tartar de palmito pupunha, camarão e geleia de açaí, de entrada, e camarão salteado na cachaça de Morretes, gengibre e mel servido com tagliatelle de palmito pupunha ao molho bisque.
O chef Dudu Sperandio criou, para o Hakuna Matata, um menu com entrada de palmito pupunha assado com crosta crocante de banana-da-terra e queijo parmesão com perfume de limão e gengibre e, como prato principal, nhoque de aipim com molho de barreado levemente picante, cubos de palmito pupunha salteados na manteiga e chips de banana-da-terra.
No menu do Casarão, assinado pela chef Eva dos Santos, a entrada é feita com folhas frescas com palmito pupunha, vagem e um vinagrete super diferente, que leva a famosa bala de banana da região com gengibre. Como prato principal, tem moqueca de siri, camarão e banana.
Por fim, a Casa do Rio serve o menu criado pelo chef Marcelo Amaral, que escolheu como entrada o Barreadinho de Canoa (barreado de pescado do dia sobre tostones de banana-da-terra) e Shaolin do Porto de Cima (camarões salteados com gengibre e molho agridoce picante de maná-cubiu) como prato principal.
Serviço
Morretes Chef
Data: Até dia 30 de setembro
Local: Morretes e plataforma Morretes Chef
Mais informações: www.morreteschef.com.br
Data: Até dia 30 de setembro
Local: Morretes e plataforma Morretes Chef
Mais informações: www.morreteschef.com.br